quarta-feira, 5 de maio de 2004

OS ADEPTOS DO CORUNHA

Os adeptos do Corunha e por inerência o Clube têm já lugar no meu peito. Num bar onde, esperando pela hora do jogo, encharcávamos as gargantas, fizemos uma festa com os Galegos (não espanhóis). Fomos presenteados com cânticos espontâneos, alguns dos quais autênticas joías como (e perdoem-me os nossos cristãos novos da mouraria que compartem connosco este blog) "Madrid, Lisboa, es todo la mesma mer...". Ou ainda "Hijo de pu..., Camacho hijo de pu...". Mais sintomático ainda, "Que pu... es España". Para um anti espanhol convicto como eu, senti-me em casa e até emocionado. Um outro cântico dizia qualquer coisa como "Nunca passaremos por espanhóis". Meus amigos, aqueles tipos gostam mais de Portugal do que de Espanha. O que eu já sabia, mas nunca tinha sentido assim. Disse-me uma amiga que viu o jogo ao pé dos adeptos locais que estes, quando não gostavam duma decisão do Colina diziam: este árbitro só pode ser... espanhol!
Mais seriamente, senti com eles algo parecido com o que senti com os escoceses do Celtic. Estes têm uma forma de ver futebol única no mundo, sem desrespeito por ninguém, com o maior fair play possível. Os melhores adeptos e mais fiéis do planeta. Os irmãos galegos, como ninguém o fará, conseguem chegar a esse nível. Mas a simpatia com que nos receberam está registada. No final do jogo, bateram palmas aos nossos jogadores e, virados para nós, repetiram esse gesto. Nós respondemos com gritos de "Deportivo, Deportivo". Foi lindo e inesquecível. Obrigado pela recepção e força para o campeonato espanhol.

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