quarta-feira, 30 de junho de 2004

A fé!!!

Por José Manuel Ribeiro no Jornal "O Jogo" de ontem...
Achei fantástico quando li e só hoje tive oportunidade de publicar, porque acho que todos merecem ter conhecimento deste comentário!
Aqui vai:

"Sou profundamente religioso. Nunca perco o meu Sabath e pelo menos uma vez por mês sacrifico um recém-nascido, como toda a gente. Acredito que o melhor caminho é o da oração e que qualquer desculpa é boa para rezar, embora na adolescência tenha mantido com o meu confessor discussões teológicas drásticas sobre a inconveniência de fazer pedidos que envolvessem especificamente a Kim Basinger. Para ele, o filme "Nove semanas e meia" simplesmente não teve a mesma espiritualidade, pronto, que se há-de fazer? Desde então, fico-me por pedidos mais rudimentares. Por exemplo, anteontem ia a caminho de casa e dei por mim a rezar para que tivesse sobrado arroz de pato. Como Deus tem a agenda cem por cento preenchida com os jogos de futebol da selecção portuguesa, tive de abrir uma lata de atum. A religião moderna não se compadece com a falta de método. Eu devia era ter feito como o José Veiga. Logo de manhã, telefonava ao Mourinho e perguntava-lhe: "Vai sobrar pato?" Se a resposta fosse sim, porreiro; se fosse não, já sabia que ia comer uma francesinha depois de sair do jornal e levava um Alka-Seltzer no bolso. Segundo Veiga, Mourinho jurou-lhe que havia pato à espera dele no Benfica. "Disse-me que serei campeão na próxima época". Perante esta resposta, é natural que tenha corrido para o Estádio da Luz. O treinador do Chelsea é o que temos de mais parecido com uma divindade. Se fizermos uma sondagem pelos portugueses a perguntar se preferiam ter a Nossa Senhora de Caravaggio na carteira ou o José Mourinho no bolso, qual seria a escolha do leitor? Não vale responder "a carteira do José Mourinho". O que me faz crer no progresso da humanidade são as decisões cada vez mais fundamentadas e inteligentes que se toma: um seleccionador tão crente no trabalho e nos jogadores dele que não pára de falar em rezas, santos e velas; e um novo homem forte do Benfica que só assumiu o projecto depois de o treinador adversário ter previsto - com base num plantel e numa equipa técnica inexistentes - que seria campeão na próxima época. O problema é que a fé move montanhas mas às vezes empanca nos calhaus mais pequenos. "

Hoje, claro, é dia de MST!!!

"Fábrica de heróis
1- Nada melhor que uma grande montra internacional, como um Europeu de futebol, para fabricar instantaneamente heróis e proporcionar negócios de estarrecer. Bastaram quatro golos ao inglês Rooney para ser transformado no novo herói das ilhas Britânicas e levar o seu clube, o Everton, a estimar em 75 milhões de euros o seu valor transaccionável: 18,75 milhões por cada golo marcado. Entre nós o delírio das transacções fantásticas também é uma constante: ainda o Euro não tinha começado e já nada menos que quatro jogadores do Benfica eram dados como prováveis no Real Madrid de Camacho: Miguel, Tiago, Luisão, Petit. Nuno Gomes—que deve apenas a dois golos marcados num outro Europeu a sua transferência milionária para Itália — vê agora, e graças ao seu inspirado golo contra a Espanha, a sua renovação contratual transformada em prioridade para os lados da Luz, não venha novo tubarão europeu querer raptá-lo novamente. Quanto ao último herói em data — Ricardo, guarda-redes do Sporting e da Selecção— , já se podem ler textos onde se perspectivam as mais-valias que o Sporting vai fazer com a sua venda, assim que termine o Europeu, e onde se tecem elogios à capacidade de antecipação do negócio de que deu provas, um ano atrás, a SAD do Sporting. Deixo aqui uma aposta pessoal: nenhum destes se vai transferir para o estrangeiro, a não ser que muito baratinho. Já quanto aos portistas ao serviço da Selecção, infelizmente não posso apostar o mesmo. O mercado não é parvo, não nada em dinheiro para deitar fora e nem sempre se deixa ir atrás de impressões fugazes ou dos desejos dos empresários colocadores de notícias. O verdadeiro núcleo de jogadores portugueses que interessam ao mercado é aquele que foi campeão da Europa de clubes e que entrou em cena depois do Portugal-Grécia para transformar uma Selecção vencida numa equipa de vencedores. Porque será?

2- A passagem do Ricardo a herói nacional é, objectivamente, um acto de voluntarismo da imprensa. É certo que, no meio daquele drama sempre psicologicamente demolidor que é o desempate por penalties, a sua prestação teve um tom de verdadeiro drama e glória que, tendo sido o último acto de um espectáculo tenso e intenso de duas horas, ficou para sempre condenada a passar à história. O acto de descalçar as luvas para tentar a defesa decisiva e, logo de seguida, aproveitar o estado de transe para cobrar ele o último penalty foi do melhor, em termos dramáticos, que se pode servir a uma multidão.

E, como as últimas impressões é que ficam, tudo o resto ficou apagado. O quê, ao certo? De positivo, duas boas defesas, uma saindo a pontapé fora da área, outra mergulhando em voo para um remate frontal. De negativo, a falta de reflexos para conseguir emendar a fífia do Costinha aos três minutos de jogo (o remate de Owen é espontâneo e bem executado mas saiu fraco e à figura) e duas bolas cabeceadas livremente na sua zona de interdição aérea, uma das quais esbarrou na trave e viu a recarga vitoriosa felizmente anulada pelo árbitro. Até que se chegou aos penalties e, depois de Beckham ter escorregado no primeiro, os três seguintes entraram pelo meio da baliza, enquanto Ricardo se atirava sistematicamente para a sua esquerda. E estávamos nisto quando Eusébio, desesperado, correu ao longo da lateral para, como ele contaria depois, ir suplicar a Ricardo que não se mexesse antes de ver para onde ia a bola — pois que, como lhe ensinara Lev Yashine há muitos anos, essa é a única hipótese que um guarda-redes tem de defender um penalty sem ser por sorte. Mas a verdade é que, felizmente para Portugal, Ricardo não escutou o conselho de Eusébio nem quis saber da lição de Yashine. E, pela quarta vez consecutiva, atirou-se para o mesmo lado e teve a sorte de ver o seu adversário inglês fazer-lhe finalmente a vontade e atirar para lá a bola. Depois, veio aquele gesto iluminado de mandar afastar o Nuno Valente e encarregar-se ele próprio de cobrar o nosso penalty. Ora a sua cobrança (tirando a do Rui Costa, que saiu por alto) foi a pior entre as seis cobranças de Portugal. Porque há quatro regras, por ordem de importância decrescente, para cobrar bem um penalty: 1.ª, enganar o guarda-redes; 2.ª, rematar rasteiro e nunca por alto; 3.ª, colocar a bola o mais desviada possível do centro; 4.ª, rematar com força. Rarissimamente se conseguem reunir as quatro no mesmo remate mas isso não é importante desde que a primeira delas seja assegurada: um guarda-redes desequilibrado para o lado contrário àquele em que se envia a bola jamais conseguirá ir buscá-la. O Ricardo conseguiu as últimas três condições de êxito mas não a primeira, o que, com um guarda-redes tão comprido como o James, seria normalmente fatal, se a bola não tem saído, de facto, tão colocada. Um palmo mais para dentro e a esta hora já não haveria herói Ricardo e, se porventura a Inglaterra tem ganho a seguir o desempate, toda a gente estaria agora a condenar a sobranceria do Ricardo, que nos teria custado a eliminação. Eis quão frágil é a fronteira entre os heróis e os vilões.

A heroicização do Ricardo teve, como contrapartida inevitável, o esquecimento dos méritos de outros. Poderíamos falar, desde logo, do Maniche, que encheu o campo com uma exibição imensa, culminada com uma cobrança exemplar do penalty que lhe coube. Ou do Hélder Postiga, que em 10 minutos revolucionou o ataque português, nos levou à igualdade e nos devolveu a esperança e que cobrou o seu penalty com um número circense daqueles que ficam para sempre na memória, pela classe e calma com que foi executado. Mas o herói escolhido foi o Ricardo. Porque são as últimas impressões que contam e também por outras razões que na hora de unicidade nacional não convém que sejam especificadas.
"

segunda-feira, 28 de junho de 2004

Os novos equipamentos!!!


Os novos equipamentos do F.C. Porto seguem a mesma linha estética da colecção Total 90 e foram concebidos para facilitar a circulação do ar e evitar a absorção da água da chuva, tornando-se por isso muito confortáveis para os atletas. O primeiro equipamento dos Dragões é marcado pelas listas tradicionais azuis e brancas, enquanto o alternativo é azul marinho e igualmente bastante agradável.
Esperemos que tragam tanto sucesso como os seus antecessores!!!
São lindos de morrer (aliás, como todos).

PELA QUINTA VEZ!!!


A nossa atleta e grande Portista Fernanda Ribeiro conseguiu os mínimos olímpicos nos 10.000 metros, garantindo assim pela quinta vez na sua longa carreira a presença nos Jogos Olímpicos, que este ano regressam à origem ao serem disputados em Atenas.
Por mais este feito grandioso da nossa querida Fernanda Ribeiro, o nosso tributo e um grande Bem Haja!!!
PARABÉNS FERNANDA!!! O Dragão ao peito fica-te muito bem!!!

domingo, 27 de junho de 2004

LIMPEZA GERAL!

Eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada! Era assim a música do Zeca Afonso e poderia ter sido criada para falar do Porto. Hoje foi acrescentado mais um título para a época mais gloriosa de sempre do nosso Clube - o título nacional de hóquei em patins, depois de vencermos o Óquei de Barcelos por 7-4 (estivemos a ganhar 7-1). Ou seja, limpámos todas as modaliaddes colectivas que temos! Só para que conste e se a memória não me falha, a lista é a seguinte:
- Futebol: título nacional e europeu e supertaça relativa ao ano passado.
- basquetebol: todos os títulos em disputa em Portugal. Ou seja, campeonato, taça de Portugal e taça da Liga.
- Andebol: campeões nacionais.
- hóquei: campeões nacionais. Fomos ainda vice-campeões da europa e estamos na meia final da taça de Portugal.
Palavras para quê? Somos, de longe, mesmo muito longe, o melhor clube português, que ganha tudo onde se mete. Ser-se portista é andar-se constantemente feliz e orgulhoso, com muitos títulos para se celebrar. E não precisamos de ver o nosso Presidente em cuecas a festejar o título de berlinde! Estou assim ansioso para que comece a próxima época, para ver se somos pela 2ª vez, campeões do Mundo em futebol.
E por falar em orgulho e enquanto os ressabiados e cegos continuam a querer fazer de nós um clube regional, dizendo alguns até que nem na cidade do Porto os portistas são mais que lampiões, permitam-me recordar o meu post do outro dia, onde citava o grande realizador Emir Kusturica, que se dizia´adepto fervoroso do FC Porto. O próprio Santana Lopes, aquando da nossa epopeia em Manchester, escreveu no Avante Lampião que ficou muito admirado por ver esse jogo na República Checa, país onde se encontrava, e ter constatado que havia aí muitos adeptos fanáaticos pelo Porto.
Pois bem, hoje ao ler a revista Grande Reportagem, deparo-me, num artigo sobre a Turquia, com uma entrevista a um personagem local, gerente do melhor centro comercial da europa. O parágrafo final reza assim:
"Ercument não quer terminar a conversa sem confessar que é fã do FC Porto. Aliás, exercita o seu clubismo todos os dis quando chega a casa e liga o computador. Ele, que em tempos foi director da equipa de natação do Galatasaray, adora estes jogos de estratégia. É o seu hobby e, tal como José Mourinho, já conduziu o clube do Dragão a múltiplas vitórias - virtuais, é certo."
Palavras para quê?

sexta-feira, 25 de junho de 2004

O DRAGÃO...

endereçou um convite a uma Grande Portista para comentar no nosso blog.
Aguardamos ansiosamente pela resposta.
Vamos lá ver se a "contratação" se confirma.

Um desabafo!!!

Pois é!!! Este blog começa a ser criticado por exprimir aquilo que quer, pensa e que muitos não gostam de ouvir porque sabem que é verdade, como por exemplo, que só após as mudanças efectuadas pelo abominável homem gaúcho na hora do aperto e de acordo com o que já dizíamos à meses neste blog (Deco, Maniche e Ricardo Carvalho a titulares), é que a Selecção começou a ganhar e a jogar futebol.
Esta é que é a verdade nua e crua!!!
De resto, todas as críticas feitas ao Azulão, alinham na crítica pela crítica, sem qualquer sustentação fáctica e objectiva.
Apenas dizem que "tu de futebol não percebes a ponta dum chavelho", "é o maior idiota", "tu teimas em persistir no erro"," triste recalcado", etc, etc..
O que é certo é que a crítica feita à besta não é de agora. A crítica aqui feita à Besta é comprovada por dezenas de posts que fomos pondo ao longo de meses neste blog e sempre com espirito de mudança da Selecção para melhor. E não são sentimentos patrióticos de ocasião de alguns (é que para nós a pátria está muito mais para além do futebol) e que só nestas alturas de futebol é que se lembram que existe uma nação, uma bandeira, um hino que fazem calar a crítica.
Se o apelidam o Azulão do que apelidam e essas pessoas o vêm ler, das duas uma:
1 - Ou acham que ele afinal até tem qualidade nos seus comentários; ou
2 - São masoquistas.
Se acham que ele não tem razão, respondam as seguintes questões de forma negativa:
1 - É ou não é verdade que Portugal, nunga jogou com este tridente de meio-campo até ao jogo da Rússia, apesar dos variadíssimos jogos particulares?
2 - É ou não é verdade que Portugal nunca experimentou outra equipa titular, que não a baseada na equipa que alinhou contra a Grécia?
3 - É ou não é verdade que o Ricardo Carvalho nunca foi 1.ª opção para a Besta até ao jogo com a Rússia?
4 - É ou não é verdade que a besta nunca assistiu a um jogo ao vivo do Mágico Porto (e poucos foram o das outras equipas portuguesas) para constatar a forma de jogar de uma equipa?
5 - É ou não é verdade que ignorou sempre a possível titularidade do Nuno Valente?
6 - É ou não é verdade que Portugal só começou a jogar futebol após o recurso aos jogadores Costinha, Maniche, Deco e á segurança na defesa dada pelo Rei Ricardo Carvalho e à técnica do Cristiano Ronaldo?
7 - É ou não é verdade que todo o País, após o jogo com a Grécia, pediu a equipa titular que hoje joga e tanto encanta os Portugueses e pediu o banco para o Rui Costa?
8 - É ou não é verdade que neste blog apenas pedimos o óbvio e que era a titularidade dos jogadores que hoje encantam Portugal?
9 - É ou não verdade que sempre se criticou o peseteiro, porque ele apenas quer a sua promoção pessoal e o bem da Selecção?
10 - É ou não é verdade isto?
As críticas feitas nos comentários, apenas alinham no insulto básico e fácil e que não conseguem dismistificar tudo aquilo que dissemos até hoje. A besta perdeu o braço de ferro. Perdeu porque teve de dar a mão à palmatória. E diga-se que isto, agora, não tem nada a ver com clubite. Porque quem pediu esta equipa, foi todo o Portugal e não só os portistas. Esses, fizeram-no desde a contratação da besta, mas não foram ouvidos. E não foram ouvidos porque na altura ainda se vivia o campeonato, a taça e a clubite muito mais alto falava, o que já não acontece hoje.
Agora, o Azulão falou da atitude do peseteiro mimado. Aquele que sempre teve lugar cativo na selecção. Aquele que no Mundial da Coreia só se arrastou e que nunca foi tirado para não amuar e para não destabilizar a equipa com o seu comportamento.
Ontem todo o Portugal viu a sua atitude quando foi substituido, saindo devagar quando Portugal perdia, não cumprimentando o seu companheiro que o rendia e nem sequer se sentando no banco como todos os outros substituidos. Foi directo para o balneário, nunca mais sendo visto, comportamento em total desrespeito pelos seus companheiros que tudo faziam para empatar o jogo. O miúdo de 20 anos que entrou não recebeu um incentivo, nem o resto da equipa o sentiu com eles naquele forcing final.
Eu sei o quanto o Azulão queria que a Selecção ganhasse. Sei também que sempre foi um crítico do peseteiro e podem confirmá-lo através de enúmeros posts dele neste blog.
Mas hoje, nos comentários ao seu post, não houve ninguém que falasse do peseteiro e das críticas que ele lhe fez e que deviam ser feitas por todos. Ninguém.
O que o peseteiro fez, não me surpreende.
E presumo que depois do resultado feito, lá fez cara de feliz em frente aos seus companheiros nos balneários e perante a comunicação social, para não ficar mal na fotografia. No entanto, as imagens visonadas por 10 milhões de Portugueses e muitos mais milhões por esse mundo inteiro, foram perfeitamente esclarecedoras.
Mas no entanto, ainda não vi nenhuma crítica à sua actuação nem aos comentários feitos pelo Azulão sobre esta atitude do Peseteiro. O que também me parece sintomático, perante pessoas que apelidam uns de clubitizados e outros não!!!
Este é um desabafo que tinha de fazer. Não em defesa do Azulão, porque ele, graças a Deus, fruto da sua personalidade e também da profissão que exerce, não precisa quem o defenda.

quinta-feira, 24 de junho de 2004

COITADINHO DO MENINO...

Depois de mais uma demonstração de sorte da selecção hoje, Portugal inteiro ficou a saber (eu não, que já sabia) o carácter desse suposto herói, El Pesetero, cuja única coisa que aprecia e gosta, para além dele próprio, é o tilintar do vil metal.
Mas vamos por partes. O Abominável Homem Gaúcho é o homem mais sortudo do planeta. Uma selecção desgarrada, sem entrosamento, consegue a proeza de estar nas meias finais. Graças, em primeiro lugar, à metade da equipa azul e branca, que joga de olhos fechados e comanda o meio campo. Isso, claro e o imperial Kaiser de Amarante, eleito Man of the Match. Depois de Maniche e Deco. Coincidências não? É tão incompetente, burro e teimoso como sortudo. Depois dos postes e da desinspiração do Raul, hoje ganhou a lotaria dos penalties, tendo os suplentes marcado golos. Ò homem, jogue no totoloto! Assim, começo a acreditar que Portugal vai ser campeão da Europa... Ainda por cima, tem-se safado de encontrar as únicas 3 selecções que verdadeiramente são boas neste Euro: a República Checa, A Dinamarca e a Suécia. Só apanha desgraçados.
Mas o momento do jogo pra mim foi protagonizado por El Pesetero. Hoje parece ter caído mais um mito. Sua Excelência, para o País e o Mundo verem, saíu amuadinho por ter sido substituído. Afinal, atreveram-se a sentar outro no seu lugar cativo. Assim, o amuadinho, foi para o balneário, ao contrário dos outros substituídos, e não voltou mais. nem para os penalties. A equipa estava toda unida, abraçada, e Sua Excelência amuada, a pensar provavelmente que essa substituição irai impedir alguns contratos publicitários, para ele, patrioticamente, encher o bandulho às custas das cores portuguesas. Ficámos assim todos a saber que ele é mais importante que a Selecção. E sobretudo ficámos a saber o que ele pensa da selecção.

quarta-feira, 23 de junho de 2004

DEL NERI FOI APRESENTADO!!!

Del Neri foi apresentado hoje como técnico do Dragão e o homem já fala como a gente gosta, uma vez que já disse que «os adeptos podem esperar um futebol ofensivo», explicando que o sistema táctico do F.C. Porto será «mais um 4x2x4 do que um 4x4x2».

Depois, respondeu com categoria relativamente às saídas do plantel: «Não vamos ficar mais fracos. O F.C. Porto tem qualidade. Tudo o que venceu foi pelo grupo e não apenas por um. Saíu o Paulo Ferreira, podem sair outros, mas continuam outros, como Costinha, Derlei, Jorge Costa, Nuno Valente, Vítor Baía ou Maniche. Para além desses há um grupo importante».

Depois, conforme sabemos que funciona no Mágico Porto, ignorou as galcticidades dizendo que não quer saber de nomes sonantes, mas apenas de qualidade. «Não me interessa o nome de um jogador, mas sim a sua qualidade, que deve enquadrar-se numa filosofia e na estratégia da equipa. Isso é que tem de ser definido em primeiro lugar».

«Não prometo nada. Um treinador tem apenas de prometer empenho, trabalho e vontade de vencer todas as provas. Uma equipa tem de entrar em campo com vontade de vencer»

Seja benvindo, Mister!!! Conte connosco!!! Estamos sempre, mas sempre, presentes!!!




O MST, A DIZER O ÓBVIO!!! NADA QUE JÁ NÃO TENHA SIDO DITO NESTE BLOG.

Dezassete meses e cinco dias

Dezassete meses andou Luiz Felipe Scolari a preparar uma equipa errada que, teste após teste, demonstrou, mesmo até ao fim—até aos últimos jogos de preparação contra as incipientes selecções da Lituânia e do Luxemburgo— não ter qualquer hipótese de fazer um bom Europeu. Porque já não havia tempo para ensaiar outra equipa, porque quase toda a gente calou as suas críticas por «dever patriótico», porque havia o precedente do Brasil no Mundial da Coreia-Japão, porque a teimosia do seleccionador foi levada à conta de tique de génio e porque o seu extraordinário talento para relações públicas meteu ao bolso jornalistas e opinião pública, por tudo isso, Portugal avançou para o Europeu com a mesmíssima equipa que durante ano e meio só trouxera desilusões e descrença.Eficámos todos à espera do milagre... para vermos provado que os milagres não acontecem a quem os não merece.

Há quem pense, todavia, que não: que foi a chegada da imagem de Nossa Senhora de Caravaggio, que Scolari mandou vir da sua terra gaúcha, que motivou a radical transformação da Selecção, da equipa lastimável que se exibiu contra a Grécia na equipa nova que emergiu contra a Rússia e brilhou contra a Espanha.

Mas a verdade foi outra e bem mais simples: à vista, não apenas do resultado, mas também da misérrima exibição contra os gregos, na iminência denemaos quartos-de-final conseguir chegar e com os personagens já a agarrarem- se a inacreditáveis desculpas, tais como a da inibição causada pelo apoio do público (!), Scolari teve de deixar-se de uma teimosia suicidária e irresponsável e lançar mão da única hipótese de redenção que tinha.

Quando na noite da passada terça-feira, Luiz Felipe Scolari pôde ficar finalmente a sós com a Senhora de Caravaggio e lhe pediu o favor de um milagre, a Senhora respondeu- lhe: «Não me peças milagres, porque eles só acontecem a quem os merece. Deixa-te antes da tua soberba e teimosia e reconhece o valor de quem o tem: pega nos jogadores que oMourinho fez campeões europeus e põe-os a jogar. É a tua única hipótese de salvação.»

Na verdade, Scolari já havia feito uma única concessão à razão, uma concessão de última hora, que foi pôr o Maniche em lugar do Petit contra a Grécia — e o Maniche tem sido provavelmente o melhor jogador da Selecção ao longo dos três jogos. Depois da Grécia, a revolução veio, quase total: o melhor central do Mundo em 2004 tomou obviamente o lugar do Fernando Couto; o Nuno Valente apeou o Rui Jorge; o Deco substituiu o Rui Costa, com a utilidade esperada; o Cristiano Ronaldo tomou o lugar cativo do Simão e até o Nuno Gomes acabou a substituir na hora exacta um irreconhecível Pauleta, que ao longo de 270 minutos de jogo não conseguiu fazer um único remate às balizas adversárias.

De todos os inamovíveis durante mais de ano e meio, apenas não saíram o Figo e o Ricardo. O Figo porque continua imprescindível, sobretudo se remetido à sua função natural de extremo, e o Ricardo, que talvez acabe ainda substituído pelo Moreira se a sorte deixar de proteger a sua incapacidade no jogo aéreo, como sucedeu contra a Espanha.

Como ontem escrevia José Mourinho em O jogo, «Em boa hora os gregos nos ganharam,em boa hora originaram reflexões que determinaram modificações radicais na nossa Selecção. Esta Selecção não é aquela que jogou mal meses e meses e que nos tornou num país descrente com a nossa equipa. E imaginem se esta equipa tivesse sido trabalhada nos últimos dois anos!»

Pois é, agora os mesmos que antes não se cansavam de elogiar a teimosia, a «coerência» de Scolari, a sua «fé» numa equipa menos que banal,sem qualquer fio de jogo nem atitude competitiva, agora são capazes de se render à sua capacidade de transformação, à sua genial leitura das alterações necessárias.

Mas a pergunta mantém-se: porque esperou ele dezassete meses para ver o que todos já tinham visto? Que outro treinador competente desprezaria os jogadores que durante dois anos a fio venceram o que havia para vencer na Europa de clubes, ao ponto de nunca se ter dignado assistir a um jogo do FC Porto? Quem, senão Scolari, ignorou até ao fim que tinha uma defesa e um meio-campo formados, treinados e prontos a ser usados, sem necessidade de inventar mais nada? E se o fez, como eu julgo, por pura vaidade, então o destino trocou- lhe as voltas: ao ver a Selecção de Scolari finalmente a jogar futebol, finalmente crente na vitória e com espírito de conquista, e ao escutar simultaneamente os comentários televisivos de José Mourinho, eu - e milhões de portugueses certamente — percebemos com uma nitidez impúdica que o treinador campeão do Mundo de Selecções,na hora do aperto, se tinha limitado a lançar mão da herança e do trabalho deixados pelo treinador campeão da Europa de clubes.

E o que ele não queria que se visse tornou- se gritantemente evidente: que é muitíssimo mais fácil ser campeão do Mundo com qualquer selecção do Brasil do que ser campeão da Europa com qualquer equipa portuguesa. O futebol, ao contrário do que algumas vedetas imaginam, não é assim tão complicado como isso.

O mais importante, o mais claro e o mais sério do futebol, passa-se à vista de todos, durante os jogos e nos estádios. Não se passa nos míticos balneários, nem nos treinos à porta fechada, nem nos jogos de bastidores e de influências entre jogadores, clubes, treinadores e empresários. A hora da verdade, o momento em que se desfazem mitos e se faz justiça é durante os jogos. E é porque não é assim tão complicado perceber o que se passanum jogo, quem joga bem e quem joga mal, que o futebol é um desporto que arrasta multidões de adeptos e não é uma ciência oculta, apenas acessível a uns quantos iluminados. Tem segredos e tem ciência própria, claro. Mas tem, sobretudo,uma leitura que se baseia na observação e no bom senso. Não é preciso ser diplomado em cursos de Verão de treinador para perceber que, neste momento e atendendo à forma de cada um, o Vítor Baía deveria estar no lugar do Ricardo, o Ricardo Carvalho no lugar do Fernando Couto, o Nuno Valente no lugar do Rui Jorge, o Maniche no lugar do Petit, o Deco no lugar do Rui Costa, o Cristiano no lugar do Simão e o Nuno Gomes pronto a substituir o Pauleta.

Não era preciso, aliás, ter esperado dezassete meses e ter sofrido a humilhação às mãos deuma selecçãomenor, como a grega, para o entender . Pergunte-se a Portugal inteiro, e apesar das disfunções clubistas de cada um, estou certo de que o consenso aqui é praticamente unânime. Só mesmo o seleccionador é que foi o último a percebê-lo.

E agora, ainda iremos a tempo? O trabalho de sincronização da «equipa de emergência» está a ser feito durante os próprios jogos, não o tendo sido feito antes. Muitos destes jogadores estão em clara sobrecarga de esforço, como é o caso de Figo, de Pauleta e dos jogadores do FC Porto, esgotados por uma época tremenda. E os que no decorrer dos jogos os poderão substituir, embora mantenham a motivação, estarão psicologicamente afectados pelas circunstâncias em que perderam a titularidade com que sempre contaram.

E Scolari, esse, navega à vista: está dependente do momento de inspiração de Nuno Gomes ou da bola que bate no poste de Ricardo. Daqui para a frente, tudo é uma incógnita...

terça-feira, 22 de junho de 2004

OS LAMBE BOTAS DA IMPRENSA ENOJAM-ME...

Ouvi hoje de tarde uma notícia que dizia que alguns jornalistas tinham chamado o Abominável Homem Gaúcho de parte e lhe tinham oferecido uma camisola da selecção assinada por eles, como gesto de agradecimento e admiração
Ora, pergunto eu, agradecimento porquê? Por ter andado a gozar com o País? Não me parece...
Interpretei este gesto mais como um repugnante pedido de desculpas. Afinal, esses patriotas (sim, porque nós que denunciámos a pouca vergonha que grassava pela selecção durante 18 meses, somos uns traidores) andaram a incentivá-lo só porque afrontou o Porto. Porque mesmo aqueles cérebros pequeninos sabiam que o trabalho dele era miserável. Mas isso não importava. O sentimento deles e afinal de todo o País não portista (mais uma vez, esses grandes patriotas!) estava espelhado no ridículo cartaz de Guimarães no jogo de preparação contra a Espanha e que a RTP orgulhosamente se fartou de filmar. Tal cartaz dizia algo do género: Obrigado Scolari, por meteres o Mourinho e o Pinto da Costa na ordem." O resultado foi 0-3, mas que importa? Afinal, meteu o Pinto da Costa na ordem e isso é que vale. Pelo menos tentou e isso foi requereu mais coragem do que aquela que eles alguma vez terão. Como lhes falta essa coragem, apoiaram incondicionalmente o homem. Em sintonia com esse adepto anónimo e seguramente com pelo menos 6 milhões de pessoas.
O problema foi o jogo contra os gregos. Num assomo, aí sim, de coragem, porque mesmo o lampião mais empedernido exigiu a presença do carrosel portista, esses jornalistas tiveram que escrever que, afinal se calhar ele não tinha raão em insistir com os velhos acabados...
Agora, não vá ele chatear-se, resolveram pedir desculpa e lamber as botas ao homem. Até porque assim pode ser que ele volte a tentar atacar o Porto e isso, como se provou durante 18 meses, é muito mais importante para Portugal do que as vitórias da selecção. Ao contrário do que nós, os traidores, que com 18 meses de antecedência antecipámos o que eles agora dizem, pensamos. O mais engraçado é que o mesmo país que inventou o sistema para denegrir as nossas vitórias, agora desespera para ver os nossos jogadores tentarem o milagre na selecção. Afinal, parece que esses jogadores sempre têm algum mérito e que o único defeito deles é só vestirem de verde e vermelho (ou encarnado, como os mouros gostam de dizer) só durante um mês...
E descobri agora também pela imprensa portuguesa e adeptos não portistas, que os árbitros afinal não se deixam pressionar e influenciar e que desculpas dessas (como as dos espanhóis) são ridículas e revelam medo e complexo de inferioridade. Curioso, lá ruiu assim numa assentada o sistema que vigorou no ano futebolístico transacto e que, a partir de finais de agosto vai, qual Fénix, renascer das cinzas...

Fantástico!!! Por JOSÉ MANUEL RIBEIRO!!! In "O Jogo".

Hipervalorização

"Quando se pensava que o FC Porto já havia retirado o mais possível desta época, o campeonato da Europa vem valorizar-lhe os jogadores, mesmo os que já andavam à tona do mercado desde a final de Gelsenkirchen.

É como um atestado internacional de qualidade, válido para todas as circunstâncias, que varre dos pensamentos a ideia eventual de uma explicação avulsa para a vitória portuguesa na Liga dos Campeões.

Por ironia, o único dos seis atletas do FC Porto que Scolari não promove é Paulo Ferreira, já negociado com o Chelsea por vinte milhões de euros. Em contrapartida, Seitaridis está a sair-se muito bem.

Ricardo Carvalho passou da lenda à unanimidade brutal, desfeitas as reservas que o estatuto de suplente na selecção terá levantado, e transformou-se num reforço irresistível para qualquer grande equipa.

Maniche cresceu, separando-se em definitivo do grupo de operários do FC Porto, designação demasiado larga. Os três jogos do Euro deram-lhe uma imagem independente muito forte.
Deco corre apenas o risco sério de ser a figura da prova, onde chegou introduzido pela Liga dos Campeões, o que atrai sobre os seus talentos todos os olhares. Ao Porto não deve valer de muito, porque está feito o negócio com o Chelsea, mas Deco chega àquela dimensão que costuma incluir prémios de melhor jogador da Europa e do Mundo.

Costinha e Nuno Valente ganharam pontos em lugares específicos para os quais há muita procura: estão lá em cima, discutindo com os melhores médios-defensivos e defesas-esquerdos do Mundo.

Aos adeptos do FC Porto, a ideia desta hipervalorização talvez não agrade. A pressão dos milhões reconfirma o fim de uma equipa singular e reconstruí-la não é exactamente uma missão com êxito garantido, mas, por outro lado, não há memória de um clube colocado neste dilema, pelo menos com tanto ênfase: mais do que a resolução dos problemas financeiros, o FC Porto passará a ter opções de crescimento que agora não existem. Passe a expressão, a oportunidade é ainda mais singular do que a equipa."

Voltemos ao que mais interessa a este blog!!! O Mágico Porto!!!

O nosso Jorge Nuno disse à imprensa hoje que «dos jogadores que interessam ao F.C. Porto», onde estão incluídos os já observados pelo treinador Del Neri, «nenhum sai abaixo do valor da transferência de Paulo Ferreira e só alguns sairão por valores bem acima do que saiu o Paulo». De resto, o nosso valiosíssimo Presidente disse que não pode assegurar que não saia mais nenhum jogador do plantel: «Não era minha vontade que o Paulo Ferreira saísse, mas não posso garantir que não vai sair mais ninguém».
Por outro lado confirmou que «foi feita uma proposta para o Deco pelo Chelsea, não havendo ainda acordo. Não são verdade os números que têm vindo a público, nem que haja um pré-acordo» Afirmou, ainda, que não é sua «intenção desmantelar uma equipa que deu muito trabalho a fazer e que agora é a base da selecção nacional».
Quanto ao acordo com os peseteiros do Real Madrid pelo Monstro Ricardo Carvalho assegurou que "o presidente do Real Madrid fez-me uma proposta por Ricardo Carvalho. Mas a proposta não deu sequer para eu fazer uma contra-proposta. Por isso, não a considerei uma proposta válida. Nem perdi tempo a estudá-la".
Isso Jorne Nuno!!! Manda-os mamar na quinta pata do cavalo!!! Andam por aí a gastar milhões por gajos que não valem a ponta de um corno (tipo Walter Samuel) e se calhar pelo nosso menino, queriam dar meia dúzia de trocos. Devem pensar que estão a negociar com o Kadafi dos Pneus e seu amigo Veiga...

O Jorge Dragão mandou-me este contributo!!!

Aqui vai ele!!!
Obrigado Jorge!!!

Ao fim do terceiro jogo, volto a ser adepto da selecção nacional!
E digo mais: vamos ser campeões europeus! (bicampeões no meu caso...).

Vibrei com o golo do Nuno Gomes, e mais ele é do slb. Não interessa a cor, o país tem de ganhar.
Esse deveria ter sido o espírito de todos até aqui, principalmente dos profissionais da informação e outros: se, para ganharmos,teriamos de ter 6 ou 7 jogadores base do Porto na selecção, então que assim fosse. Não interessa a cor, o país tem de ganhar.

Aliás, na história do futebol, vejam-se os exemplos de:
Portugal anos 60: equipa base benfica (bicampeão europeu)
Alemanha anos 70: equipa base bayern (tricampeão europeu)
Holanda anos 70: equipa base ajax (tricampeão europeu)
Portugal anos 80: equipa base FCP (campeão europeu e finalista taça taças)
etc. etc.
Aliás, sabiam quantos titulares do FCP estavem no Portugal-França de 84: seis.)

O Sr. Scolari devia ter percebido que o apoio que tinha na guerra contra o FCP era de meia dúzia de energúmenos.
Senão, como se justifica o apoio de todo o país, de norte a sul, para o jogo contra a Espanha: 5 titulares do FCP, 1 titular do slb, 1 titular do scp.Os lampiões apoiaram ali, uma equipa à base do Porto, sem problemas...(?)

Para além de ganhar 35.000 cts por mês, o que fez Scolari em 2 anos, quando "namorava" antes de "casar"? Eu digo:
- não foi a um único jogo nas Antas/Dragão
- não ligou o poderoso meio campo do Porto com os bons atacantes que temos
- brincou aos amigáveis (ou amistosos), não ganhando nenhum relevante
- experimentou Rogérios Matias, Luises Loureiros, Boas Mortes e outros
jogadores medianos
- comprou uma guerra absurda com o Vitor Baia
- teve actos absurdos como não desejar boa sorte ao FCP na final de Sevilha (essa eu não esqueço), porque senão tinha que desejar também o mesmo ao scp e slb (só se fosse para ver quem ficava em segundo...), não foi a Gelsenkirshen, falava "naquela gente do Norte", etc.

Por fim, digo: este é o 11 que eu defendi antes de 12/06 (sinceramente):
Ricardo (devia ser Baia)
Paulo Ferreira
Jorge Andrade
Ricardo Carvalho
Nuno Valente
Costinha
Maniche
Deco
Figo
Ronaldo
Nuno Gomes

Pois o Sr. Scolari definiu os n.s das camisolas doutra forma; desse 1 a 11, sairam em 8 dias, 6 jogadores...
O sargento baixou a bola, para Portugal ganhar!

Já agora, uma pergunta que ninguém ainda fez ao homem: também se enganou com Vitor Baia, ou aí o namoro foi outro?

segunda-feira, 21 de junho de 2004

O tal que nunca foi titular....

No jornal O Público
"o Homem do Jogo: Ricardo Carvalho
Segunda-feira, 21 de Junho de 2004

"Pinto da Costa diz que não o vende por dinheiro nenhum, supostamente da SAD portista chegam informações de que por 50 milhões de euros até se pode pensar em negócio e nem assim Real Madrid, Chelsea e outros tubarões deixam de pensar em levá-lo. Falamos de Ricardo Carvalho, alguém a quem já chamaram de galáctico, mas que de facto é de outra galáxia, como ficou ontem provado a roubar, com a subtileza do abanar de uma pena, o pão da boca a Fernando Torres, a subir para evitar o "chapéu" a Ricardo ou a sair com a bola controlada da sua área como um verdadeiro imperador. Ricardo é assim desde os tempos em que o FC Porto o foi descobrir a Amarante, terra de outros craques como o herói de ontem Nuno Gomes ou o infeliz ex-sportinguista Delfim. Gosta de usar o cabelo comprido porque sempre admirou Fernando Couto, que acabou por ser a vítima do seu futebol de encantar. Mas ontem foi Ricardo o primeiro a cumprimentá-lo quando o capitão foi lá para dentro dar uma ajuda na altura da aflição, juntando-se assim o passado que ainda não desiste de ser presente com o futuro. Fora do campo é um tímido, com aquela cara de menino bem comportado, e é no relvado que se desinibe e se transforma no melhor central da Europa, talvez de todo o Mundo. Pinto da Costa sempre o soube e, mesmo quando o deixou ir rodar para outras paragens, manteve-o sempre debaixo de olho, pouco lhe importando que alguns treinadores tenham desconfiado do seu perfil aparentemente franzino. 50 milhões, não será pouco?"

Eles chamam os bois pelos nomes....

JOSÉ MANUEL RIBEIRO
"Má Imprensa

Ao terceiro jogo no campeonato europeu, resta menos de metade do onze-tipo que Luiz Felipe Scolari trabalhou durante dezoito meses e apresentou na abertura do Europeu. É um número mais do que suficiente para certificar tanto os erros do seleccionador como a tese alheia de que a equipa funcionaria muito melhor se estivesse baseada nos jogadores do FC Porto. A evolução que se notou do jogo com a Rússia para o de ontem também indicia que a selecção podia ter-se ocupado de problemas verdadeiros, ao longo de todos estes meses de trabalho, como o apuro do ponta-de-lança ou a melhor forma de adaptar a defesa e o meio-campo do campeão aos jogadores do ataque. Se não fossem os preconceitos que "a boa Imprensa" induziu em Scolari e pelos quais ele sempre se deixou guiar, a metamorfose de emergência que a selecção sofreu logo no arranque do campeonato era dispensável. A renovação podia ter sido mais lenta, menos dolorosa, mas satisfaz-me a ideia de que a "má Imprensa" acabou por ter um papel importante, mesmo que não tenha respeitado esse lema fantástico dos colegas mais honrados "tudo pela selecção, nada contra a selecção" - que, infelizmente, pressupõe mentir, dissimular, aligeirar, fugir à verdade, mas o que se há-de fazer quando existem princípios mais nobres em jogo? No entanto, tal como não era prematuro censurar as más opções do seleccionador durante os jogos de preparação, ao contrário do defendido pela "boa Imprensa", é igualmente oportuno serenar os protestos contra Scolari. Precisou de sentir a corda no pescoço, mas ouviu, abriu os olhos e o que tem agora no colo não é a equipa da "má Imprensa" nem meio-FC Porto: é a equipa dele, e dos portugueses claro, que está nos quartos-de-final do campeonato da Europa. Resta-nos, aos verrinosos e maus, meter a viola no saco, até ser preciso tirá-la de lá outra vez.
"


E Zé Mourinho confirma
Scolari? Abri a porta... esperei dois anos...

"Há quem namore 5 anos e depois de casar se divorcie em 5 meses porque não se conheceram bem, porque não viveram juntos, porque não acordaram juntos...", disse Scolari isto ou qualquer coisa parecida, com o objectivo de justificar as divergências de escolhas entre os jogadores mais utilizados nos jogos de preparação e recentes "inovações" como Deco ou Ricardo Carvalho no onze titular em detrimento de Fernando Couto ou Rui Costa, por exemplo, indiscutíveis até então.

Discordo, não quero sangue, não gosto de sangue, um dia também estarei na posição de treinador perdedor, um dia também serei apontado como o pai de uma equipa ou selecção frustrada e fracassada, mas discordo.Vou contar-vos um pequeno episodio.

Estava eu no hotel Altis do meu amigo Fernando Martins, em Lisboa, esperando um Belenenses-FC Porto quando recebi a visita do Sr. Scolari, recém chegado a Portugal para iniciar o seu trabalho como seleccionador nacional. Pediu-me autorização para ver o Porto treinar, de modo a conhecer os jogadores em situação de treino, a sua personalidade no dia a dia, para podermos debater e entrar no íntimo dos meus que também poderiam ser seus jogadores no futuro. Abri a porta, mostrei agrado, esperei dois anos... Nunca mais o vi! Nunca mais o ouvi! Limitei-me a receber alguns faxes a desejar boa sorte para jogos europeus.

Mas como também nunca ou quase nunca se dignou ver o FC Porto jogar, porque razão estarei aqui a resmungar por não ter visto um só treino?
"

Com toda a frontalidade, conforme nos habituaram, põem o dedo na ferida...
Esta é que é a verdade. Quando todo o País se viu aflito e entre a espada e a parede, é que reconheceu a mais valia que seriam os jogadores do Mágico Porto para a Selecção e se viraram contra a besta, quando eles também foram culpados.
Aqueles que sempre se atiraram ao Deco e dizendo que não apoiavam a equipa porque teria um brasileiro, hoje baixam a crista e pedem a sua titularidade.
Aqueles que defenderam Rui Bosta, hoje baixam a crista e até o assobiam...
Aqueles que diziam que o Ricardo Carvalho não era nada de especial, baixam a crista e clamam por ele...
E aqueles que viram o Aviario do Montijo a enterrar ontem nas suas já habituais saídas em falso, e que só não deram golo porque os Espanhóis falharam.
Hoje, se um pingo de vergonha tivessem, pediam desculpa...

domingo, 20 de junho de 2004

JÁ POSSO TORCER PELO MEU PAÍS

O Proxeneta brasileiro teve que se render às evidências e por o esqueleto do Porto a jogar neste Euro, sob pena de se lhe acabar a carreira. Resultado: duas vitórias e passagem aos quartos de final. Aconteça o que acontecer, ele já perdeu. Mesmo que seja campeão da europa. Perdeu porque reconheceu implicitamente que durante dois anos não escoleu, por incapacidade ou por qualquer outro interesse obscuro, a melhor equipa. Perdeu, porque vai jogar um torneio em que metade da equipa nunca jogou junta, por culpa dele, apesar do Mundo inteiro, por via dos jogos do Porto, saber que aquela equipa era muito má. Petit em vez do Maniche? Bosta em vez de Mágico? Simulão em vez do puto? Couto em vez do melhor do mundo? Rinite em vez do Valente?
Duas vitórias de Portugal. Dois jogadores eleitos Man of The Match - Maniche e hoje, Deco. Como eu disse, aconteça o que acontecer, nós, portistas ganhámos a guerra e ele perdeu. Já posso torcer por Portugal, sobretudo depois desta vitória sobre os indescritíveis castelhanos.

PS - alguém reparou como o Aviário do Montijo, logo a seguir ao golo, ofereceu, numa das suas famosas saídas, o golo ao, felizmente, desinspirado Raul?

MAIS UMA DO JOSÉ MANUEL RIBEIRO

José Manuel Ribeiro não dorme e nós também não. Aqui vai, com a devida vénia.

"Coerência
JOSÉ MANUEL RIBEIRO

O que me seduz na família do futebol é a coerência. Sabemos sempre o que vem a seguir. Os espanhóis investem contra o árbitro do Portugal-Espanha; sugerem interesses subliminares, dissecam o maquiavelismo da UEFA, desenham os contornos dessa obscura organização a ver se lucram com a anedota - e o que fazem os portugueses? Protestam. Defendem a honestidade dos juízes, denunciam o desrespeito pelos seus jogadores e o clima perigoso que se cria em redor de Anders Frisk; destacam o ridículo da acusação, etc. Poucos países seriam capazes de renegar assim, de um momento para o outro, o hobby nacional. Afinal, a época 2003/2004, como quarenta antes dela, foi dedicada ao ataque à honestidade dos árbitros, à criação de climas perigosos em redor deles, ao desrespeito pelos jogadores e à insistência nalgumas acusações, apesar de ridículas. Ontem, Portugal via discos voadores sempre que olhava para o céu; hoje, só vê balões meteorológicos. A indignação provocada pela histeria de um ou dois espanhóis lamentáveis - não mais do que isso - é mais interessante ainda quando detectada em quem participou numa feira semelhante ainda há poucos meses. É como ver um judeu ortodoxo a comer presunto. Noto especialmente o cuidado com os jogadores, o receio de que se possa pôr em causa a legitimidade das vitórias (eventuais) por detalhes mesquinhos, um cenário que, com certeza, não tinha qualquer aplicação na última SuperLiga, onde nenhuma equipa foi alvo de desrespeito e nenhuma vitória foi menorizada pelos ataques histéricos de pessoas lamentáveis. É por isso que me encanta a coerência do futebol, a forma como se enrola para chegar sempre ao mesmo sítio. O interesse de cada um."

quinta-feira, 17 de junho de 2004

PU... QUE PA...!!!!!!!!

Depois da dica deixada nos comentários ao post anterior, fiquei curioso e fui ver.
Não é que é verdade que o Avante Lampião escreveu isto?

"FIGO (Portugal)
Imaginem um touro com agilidade de bailarino e velocidade de pernas de uma chita—temos Figo, não é? O 7 português apresentou em campo todo o seu repertório de simulações, fintas e cruzamentos, potenciados por frescura física invejável. Além disso, com Fernando Couto e Rui Costa sentados no banco, Figo assumiu a liderança em campo, não fazendo da braçadeira de capitão mero uso estético. Na esquerda ou na direita (trocando com Simão) ajudou a criar roturas na defesa russa por onde entraram companheiros ou ele próprio. Pontos altos? Passe para Pauleta rematar para golo (30 m) e tiraço ao poste (63 m). Há Figo, há Portugal — em suma é isto...
"

É caso para dizer: PU... QUE PA...!!!!!
Será que estes gajos vêm futebol pelo olho de trás?

DOIS ANOS E NOVENTA MINUTOS PARA A BESTA ABRIR OS OLHOS!!!

Foram precisos dois anos e 90 minutos (os do jogo da Grécia) e o facto de ficar apertado, para a besta abrir os olhos.
Porém, parece-me que estas modificações se deram apenas porque, afinal, também todos os outros começaram a dar razão aos apelidados anti-patriotas.
Como começou a ficar sozinho, sem o apoio até dos sem vergonha dos média, a besta modificou a equipa.
Mas calma!!! Como a besta é turrona, afirma primeiro que "gostei deste onze", dando a entender que foi uma experiência e que correu bem (afinal as experiências foram feitas em pleno Campeonato da Europa e não nos particulares) mas ao mesmo tempo, como tem a mania que é mais fino que os outros, diz com a arrogância e prepotência que o caracteriza que "se tiver que modificar um ou dois jogadores vou fazê-lo".
A não ser que eu esteja errado e ele queira trocar o Simulão pelo Cristiano Ronaldo e o Miguel pelo Paulo Ferreira. Mas não me parece... A besta não pode auto-confirmar de todo que é uma autêntica besta e por isso vai contrariar toda a gente, mas a ver vamos.
Quanto ao jogo, mesmo com a equipa que actuou, não foi nada de especial e a expulsão do amigo do Vale e Azevedo,injusta quanto a mim, condicionou muito qualquer intenção dos Russos em chegar ao empate...
Melhor jogador em Campo? Difícil. Um entre Deco, Ricardo Carvalho (como é que é possível ver este homem no banco) e Maniche...
Para prova do que sempre falamos, aqui está o comentário do jornal "O Jogo" aos jogadores do Mágico Porto...

"Maniche 8

Reforço vitamínico essencial à supremacia do meio-campo português, tem quase como obstinação recuperar o esférico. Luta, mete o pé no limite das suas possibilidades, zanga-se com o adversário (mesmo sendo Alenichev) ou, em alternativa, consigo próprio quando falha o objectivo. Os espanhóis chamam a isto "fúria" ou "ganas", os portugueses tratam-no por Maniche, como se tivesse o sangue "viking" do seu inspirador dinamarquês. É um alívio poder contar com ele para resolver este imbróglio ibérico. Ontem, marcou depressa - numa rotação dentro da grande-área digna de um ponta-de-lança - e em 90' quase nem descansou

Ricardo Carvalho 8

Finalmente, o melhor defesa-central português da actualidade entrou no onze para acabar com as tremedeiras. Kerzhakov foi vítima da capacidade de desarme, aliada ao sentido posicional e à velocidade - atributos conhecidos em Ricardo Carvalho, um dos mais insuperáveis jogadores na sua posição. Viu-se a diferença na Luz. Resta esperar que ainda tenha vindo a tempo...

Deco 8

Se é notória uma ausência de automatismos na articulação do ataque, Deco tudo fez para tentar redimensionar o ataque, dar-lhe maior amplitude e profundidade. Impulsionou as operações ofensivas com o apoio de Figo e gerou com Nuno Gomes uma das jogadas mais espectaculares do desafio. Figo enviou ao poste.

Nuno Valente 7

A sua presença foi particularmente notada no apoio ao ataque, aproveitando a inocuidade russa naquele flanco. Aos 50' quase assinava um golo, após o ensaio de um bom remate que Malafeev conseguiu suster. Registaram-se ganhos de produção com a mudança de lateral-esquerdo.

Costinha 7

O meio-campo ganhou dimensão com a aproximação ao figurino portista. Sem ter sido fulgurante, Costinha é de enorme preponderância no patrulhamento das operações na sua zona de jurisdição, particularmente eficaz na articulação com Maniche. Loskov e Alenichev caíram no alçapão.
"

A negrito, as considerações que considero óbvias e que revelam o porquê de chamar-mos besta ao soldadinho de chumbo...
Mais palavras para quê?

quarta-feira, 16 de junho de 2004

MST no Avante LAMPIÃO!!!

Agora não gostam do Scolari?

"Pareceu-me a mim, mas talvez esteja enganado, que tinha sido, durante mais do que o último ano, uma das raras vozes que na imprensa desportiva portuguesa nunca escondeu as suas desconfianças relativamente à capacidade de Luis Felipe Scolari corresponder às expectativas que uma nação inteira depositou nele e na sua Selecção."

"É verdade que, consumado o afastamento de Vítor Baía, muita gente escreveu o que precisava de ser escrito sobre essa atitude de pura prepotência do seleccionador. Mas, feito isso, passaram adiante, porque entenderam que não adiantava mais chover no molhado e a hora era então de tocar a reunir. Eu, por mim, confesso que não consegui perdoar essa atitude do seleccionador, pela injustiça e pela arrogância que ela revelou, totalmente inaceitáveis em quem tem por obrigação ser um condutor de homens. O caso Vítor Baía foi para mim um sintoma de qualquer coisa demais vasto e mais sério: percebi que circunstâncias laterais, e não o mérito, podiam determinar as escolhas do seleccionador — e isso era grave e prenunciava potenciais desastres."

"Hoje, consumado o desastre grego, quase todos se questionam porque ficou Baía de fora, porque fica Ricardo Carvalho no banco, porque é que Rui Costa tem lugar cativo, enquanto Deco e Cristiano Ronaldo são suplentes. A mim o que me espanta é que só agora ocorram tais perguntas, como se elas não se impusessem já naturalmente, após ano e meio e 18 jogos particulares em que nunca houve mais do que meia hora de futebol aceitável. Todos sabiam qual era o onze de Scolari para o Europeu — exactamente o mesmo com que tinha começado há ano e meio atrás, salvo a única concessão de última hora, que foi a opção por Maniche em vez de Petit, a única asneira que ele não cometeu. E, embora esse onze tenha dado exuberantes provas de incapacidade, quer a nível de resultados, quer no futebol totalmente desconexo e sem tino exibido em sucessivos jogos, todos continuaram confiantes que se tratava apenas de maus ensaios gerais, a que se seguiria, não sei porque artes milagrosas, uma auspiciosa estreia, quando aparecesse o primeiro jogo a doer."

"A onda histérica de patriotismo que invadiu o País exigiu que todos calassem as suas críticas, sob pena de, como no antigamente, serem tidos por maus patriotas. Passámos da máxima de «a Pátria não se discute», de Salazar, para a nova versão de «a Selecção não se discute»."

"Após aqui ter escrito, mais uma vez, no início de Abril, que a Selecção de Scolari, jogo após jogo, não dava mostras de qualquer evolução ou do mais simples «fio de jogo», José Manuel Delgado ripostou, aqui também, o seguinte: «Poisados nos ramos, os abutres de serviço atacam e fogem, sem outras razões que a sua própria natureza, sempre que lhes cheira a sangue. Não matam masmo em, minando as condições de estabilidade em que o trabalho da equipa de todos nós deveria processar-se.»"

"Achei extraordinário que «as condições de estabilidade» exigíveis (para além das condições de trabalho concedidas a Scolari e à Selecção, em que nada, rigorosamente nada, lhes faltou), requerem-se ainda a censura prévia sobre as críticas feitas a tempo de poderem ser úteis — isto é, antes e não depois dos resultados à vista, antes e não depois de tudo se tornar irremediável."

"Os que comigo estiveram nos dias anteriores à abertura do Europeu são testemunhas de que eu vaticinei a derrota contra a Grécia, mas acrescentei que a boa notícia daí resultante ia ser a necessidade de Scolari rever todas as suas ideias feitas e reagir em desespero de causa."

"Acredito que é isso que se vai passar contra a Rússia, que erros gritantes da formação irão ser corrigidos — espero que todos e com a coragem necessária. É evidente que isso, por si só, não garante o êxito, porque Scolari nunca treinou, nunca preparou, nunca encarou a hipótese de um onze alternativo àquele que fixou há ano e meio e do qual nunca se afastou."

"Só há uma coisa que não resisto a dizer, porque não é uma crítica ao seleccionador, mas antes aos que ajudaram a preparar um clima de facilitismo que, em minha opinião, contribui largamente para o desaire contra os gregos. O que quero dizer é que nunca vi, em tempo algum, um seleccionador e uma Selecção Nacional disporem de tantas e tantas condições de êxito e, ao mesmo tempo, toda a gente achar que nada lhes era exigível."

"Quando Scolari diz que «a cobrança mínima» é a passagem aos quartos-de-final, é espantoso que ninguém se indigne e pergunte se depois dos milhões gastos na organização do Euro para que Portugal tivesse finalmente hipótese de ganhar alguma coisa, depois dos salários, prémios e contratos publicitários milionários das vedetas da Selecção, Scolari incluído, depois das condições de trabalho únicas de que sempre dispuseram, depois do apoio sem desfalecimentos de um país inteiro, acham que chega os quartos-de-final?"

terça-feira, 15 de junho de 2004

DA ERA PRÉ-GRÉCIA, À ERA PÓS-GRÉCIA!!!

É a primeira vez que falo sobre o tema, após a mais que esperada derrota da Selecção do soldadinho de chumbo ante a Grécia!!!
E não falo com a arrogãncia de quem tem razão sobre tudo, mas sim com a humildade de quem consegue ver aquilo que já era previsivel.
Mas primeiramente falarei, então, sobre os últimos momentos da era Pré-Grécia!!! Não me cansei de ver e ouvir elogios e mais elogios ao soldadinho de chumbo.
Dois deles, com nome, Paulo Catarro e Ribeiro Cristovão, disseram na Praça da Alegria especial de Sábado de manhã na Ribeira do Porto, em resposta a uma pergunta do Jorge Gabriel, que era o homem indicado para dar o rumo das vitórias da Selecção. Disseram que demonstrou ser um homem competente, com currículum (Campeão do Mundo pelo Brasil), pessoa alheia a pressões e com ideias bem assentes sobre o que queria da selecção.
Outros dois, que não sei precisar o nome, na TSF, antes do início do jogo, diziam que esta era a melhor equipa que Portugal poderia apresentar e que não mudariam um só único jogador do 11 escolhido.
Muitos outros vaticinaram o sucesso da equipa das quinas com o soldadinho de chumbo à frente da mesma, dizendo que o que os fracassos até então, surgiram em jogos particulares e por causa das experiências e que, por isso, agora que a sério se jogava, se iria mostrar ao mundo todo o potencial da selecção do soldadinho de chumbo e que as vitórias apareceriam!!!
Mas eis que o primeiro jogo aparece!!! E... pimba, aos seis minutos já lá morava o primeiro!!!
2-0 para os Gregos na segunda parte e primeira defesa do guarda-redes grego aos 85 minutos de jogo!!! Repito, 85 minutos de jogo!!!
O previsto por quem tem mais olhos e inteligência do que ódio ao Mágico Porto, aconteceu. Bate-se mais um record negativo!!! A selecção do soldadinho de chumbo é a primeira selecção organizadora a perder o jogo de abertura.
Catástrofe, cataclismo, inundação!!! Foi o que aconteceu?
Não, mas parece que sim!! Agora já todos dizem mal das opções do soldadinho de chumbo!!!
Afinal deveria ter sido assim, segundo os reis da coerência:
A não convocação de Baía foi um erro;
Ricardo Carvalho deveria ser titular;
Nuno Valente deveria ser titular;
O Mágico Deco deveria ser o titular e mais dez;
Cristiano Ronaldo deveria ter sido titular.
Sim, foi o que vi e ouvi do lampião do Rui Santos, director do Avante Lampião, em plena televisão.
Já para não falar em todos os outros comentadores e jornalistas.
Nada como 90 minutos do mesmo, ou seja, igual ao que se tinha visto até aqui da selecção do soldadinho de chumbo, para toda a gente mudar de opinião.
Esperavam o quê? Milagres?
Refugiaram-se nos comentários de que tratavam de jogos particulares e seriam experiências que o soldadinho de chumbo fazia para defender o homem que afrontou o Mágico Porto desde que cá chegou e só por esse motivo o defenderam.
Mas analisemos. Que experiências? Não foi sempre esta equipa e este esquema de jogo que sempre foi utilizado.
Não é certo que só mudava esse esquema a 15 minutos do fim, mesmo nesses jogos?
Esses jogos só eram particulares para a Selecção do soldadinho e, relativamente às equipas adversárias estes eram de qualificação e jogos a sério? Ou a verdade é que também eram particulares e experiências para os outros e a Selecção não ganhou a nenhuma selecção presente neste campeonato da Europa?
Será que ninguém viu que Reyes e companhia, da Espanha, no jogo do 3-0 em Guimarães, durante as experiências do seleccionador espanhol, deram um festival à Selecção e muitos deles nem no 11 principal da Espanha estão?
Mas não, meus caros!!! Tudo valeu para defender o homem que nos afrontou e só porque nos afrontou. Agora, até ele reconhece que algo tem de mudar.
Se calhar vai tentar o adiamento dos jogos da Selecção para testar novo sistema de jogo e com outros jogadores, pois o tempo que já teve até aqui foi escasso!!!
Os Reis da coerência, os sem vergonha, mostraram a face na era Pós-Grécia!!! Os anti-patriotas, aqueles que se revoltaram contra o seleccionador, afinal já têm razão. Todos os comentadores nos dão razão e apontam o dedo ao soldadinho de chumbo!!! Agora, já não vale a pena afrontar os Dragões, pois os jogadores já estão escolhidos e como eles quiseram!!!
Também ainda há aqueles que dizem que a culpa é do Paulo Ferreira, pelo passe falhado no 1.º golo!!! Ainda há esses!!! Mas esses esquecem-se do rotundo falhanço de uma equipa que não tem fio de jogo, não tem tática, não tem treinos, não tem nada. Senão como seria possível que em quatro cruzamento de Cristiano Ronaldo para o 2.º poste, não tivesse um único jogador da Selecção perto do local onde a bola caiu, nem mesmo quando tinha 2 pontas de lança em campo. Só é possível porque não se treinou nada disto. É tudo a monte e Fé em Deus.
Como o tudo a monte, tem como organizador de jogo a figura central de marketing ao Banco do Milão A.C., nem assim a selecção do soldadinho leva o barco a bom porto.
Acresce a tudo isto as declarações do soldadinho de chumbo no final do jogo. Quando questionado sobre o jogo, referiu-se a dois erros individuais que deram os dois golos, atirando as culpas para os jogadores.
Quando questionado sobre a opção Rui Bosta, disse que como máximo responsável, não se poderia individualizar o caso do Rui Bosta e que este nunca poderia ser responsabilizado pelo que quer que seja, assumindo-se ele como o principal responsavel pelos erros.
Ou seja, para alguns jogadores, critica e aponta individualmente, para outros assume a responsabilidade colectiva. Sintomático... (Na TSF houve um comentador que frisou este ponto algumas vezes, mas para a maioria dos pseudo-comentadores e jornalistas deste País, tal facto passou em claro)
Ah!!! E espero que não se desculpem com o erro do Paulo Ferreira!!! O homem não tem culpa de, naquele maravilhoso estádio e noutros por onde passeou a sua classe, estar habituado a passar a bola a jogadores vestidos de azul e branco e muito bem, como aquele passe para o Carlos Alberto inaugurar o marcador em Genselkirchen na Final da Liga dos Campeões, onde fomos CAMPEÕES DA EUROPA!!!
Haja mas é vergonha na cara naqueles que tanto fizeram para ter a selecção que têm!!! Sejam coerentes e peçam desculpa!!!
Não se refugiem no velho ditado "as palavras leva-as o vento" e dêm razão a quem sempre defendeu uma selecção para Portugal e por Portugal e não uma selecção de soldadinhos de chumbo!!!
Ao menos para sairem com meia cara lavada...

segunda-feira, 14 de junho de 2004

MAIS VALE TARDE DO QUE NUNCA...

Agora que a Equipa de Todos Eles foi humilhada é que os Avantes deste país resolvem dizer as verdades. É um pouco como eu hoje vir acertar na chave do totoloto de sábado passado. É pena, de facto, que a comunicação social portuguesa tenha andado a dar cobertura ao proxeneta brasileiro e seus acólitos Peseteiro e Lireiro. Nomeadamente, chamando génios e artistas a estes dois últimos, o que no caso do segundo é verdadeiramente escandaloso, uma vez que passou toda a temporada no banco. Mas como isso servia para afastar os nossos jogadores, eles batiam palmas. Continua haver fanáticos reincidentes, claro, como o Avante Lagartão que, mais uma vez e pela centésima vez consecutiva, escreveu que o melhor em campo tinha sido o ... Peseteiro!
De qualquer forma, outros começam a dar a mão à palmatória. Mais vale tarde do que nunca.

domingo, 13 de junho de 2004

BRAVO SCOLARI!

O resultado da grandiosa exibição da selecção foi o enxovalho generalizado pela imprensa internacional. Bom trabalho, Scolari!

Sem mais, passo a transcrever:

"Portugal parece empenhado em piorar a lamentável actuação do Mundial do México".
AS, Espanha.


"Portugal pecou por ansiedade. não fez três passes seguidos. E manifestou uma inocência alarmante".
Sport, Espanha.

"Desta vez o técnico lusitano, Luiz Felipe Scolari, vai encontrar mais dificuldades para se desculpar com os portugueses".
Gazeta Esportiva, Brasil

"A selecção portuguesa bateu no fundo. Foi ridicularizada por onze gregos eufóricos".
L'Équipe, França.

"Portugal foi lento e previsível. Rui Costa foi uma sombra dele próprio."
La Gazzetta dello Sport, Itália

"Os portugueses não estão preparados para disputar a grande festa do futebol".
Dernière Heure, Bélgica

"As más vibrações de Figo, Rui Costa e Couto, o triunvirato do vestiário, recomendam soluções de urgência".
El Mundo, Espanha

"Se Scolari já estava longe de ser uma unanimidade. a estreia no Euro, deixou-o em situação ainda mais difícil".
Jornal do Brasil

AHAHAHAHAHAAHAHAAHAHAHAHHAH!

Este é o sentimento após a a humilhação grega. Ou banho de bola. Ou o quiserem chamar.
Mais gozo ainda me dá ouvir os comentadores na TSF dizerem agora o que a gente vem dizendo há muito. Que o onze devia basear-se na defesa e meio campo do Porto. Que o Rui Costa está acabado e não se percebe porque não joga o Deco. E por aí fora. Obrigado, Perestrelo... O melhor comentário foi o do Rodolfo, que disse que, de relevante, o brasileiro só fez o pedido para se encher as casas de bandeiras...
Foi tudo perfeito. Mais um frango do Aviário do Montijo. O Bosta foi aquilo que o seu nome indica. Os melhores jogadores foram Maniche (aquele que só foi convocado nos limites e quase por decreto) e os "suplentes" Mágico e Cristiano Ronaldo. Só não vê quem não quer. E a defesa? Uma nulidade, a que até o Paulo Ferreira não escapou. O Rinite enche-me as medidas. E a rapidez dos centrais mete inveja ao Kaiser Ricardo. E isto tudo no Estádio do Dragão.
Obrigado Grécia. Obrigado Deus. Ou melhor, Zeus...


PS - Gostei muito do nosso Seitaridis. A confirmar-se a sua vinda e pela amostra, Pinto da Costa acertou mais uma vez.

sexta-feira, 11 de junho de 2004

O PESETEIRO A DESTILAR ÓDIO CONTRA O MÁGICO

O peseteiro deu na quarta-feira a um prestigiado jornal do seu país (espanha, claro), uma entrevista onde se manifestava contra a naturalização do Deco, pois, no seu entender, quebrava o espírito da selecção.
Hoje, confrontado com esse facto e pese embora estarmos na véspera do jogo de estreia da selecção, o cerdo peseteiro disse o seguinte:

Figo sobre Deco: «Não é agora que vou mudar a minha opinião»
[ 2004/06/11 | 19:06 ] Filipe Caetano
As declarações não foram totalmente surpreendentes, porque Figo nunca escondeu o que pensa sobre o assunto, mas não deixa de ser estranho que o faça na véspera do arranque do campeonato da Europa.

Confrontado com a entrevista dada ao jornal «El País» na passada quarta-feira, em que disse que o facto de Deco se ter naturalizado português quebrava o espírito da Selecção, Figo não escondeu o que pensa e até aproveitar para vincar a sua posição.

«Dei essa entrevista quando ainda estava em Espanha e não sabia quando iria ser publicada. Se saiu agora, não tinha conhecimento, mas é verdade que disse isso. Eu sinto isso e nunca o escondi, não é agora que vou mudar a minha opinião sobre o assunto. Nem agora, nem daqui a dois ou três anos», abordou de forma exemplar, embora acredite que muitos poderão pensar o contrário: «Sei que há muita gente que não concorda comigo, mas da mesma forma que os respeito também gostaria que respeitassem a minha opinião».


Antes já tinha sido contra a dispensa dos jogadores do Porto para prepararem a meia final contra o representante do seu país. E depois querem que os adeptos do Porto torçam pela selecção? Preferia ser espanhol! Todos sabemos que Sua Excelência é quem manda na selecção. Daí que, pensando assim, o Mágico tenha as pernas cortadas e não jogue, pois o amigo lireiro obviamente tem que jogar. O Mágico só joga a trinco e tem que largar logo a bola, não vá brilhar mais do que eles.
Neste momento, a minha costela grega está tão inflamada, que nem vou conseguir dormir logo à noite. FORÇA GRÉCIA!!!!

ps - já repararam que o abominável homem gaúcho está tão borrado por vir ao Porto, que se apressou a desmentir a ida para os lampiões? Imaginou a recepção se entrasse em campo como treinador deles. E para nos passar a mão pelo pelo, já anunciou que Maniche vai jogar em vez do parte pernas petit... A sorte dele é que os bilhetes foram rateados pelo país inteiro.

Anedota olímpica!!! por JOSÉ MANUEL RIBEIRO no O JOGO

"Acredito que a ideia de chamar Vítor Baía à selecção olímpica é bem intencionada, mais ou menos como quando a nossa mãe molha um lenço com saliva para nos limpar um resto de ovo no canto dos lábios, em público. Inconveniente, mas, sem qualquer dúvida, bem intencionado; e ingénuo também, por ser uma flagrante reparação pelos danos sofridos, ao jeito de pedido de desculpas oficial que quase anula a hipótese de uma explicação técnica para o sucedido neste último ano e meio. Ainda mais curioso é o anúncio, em simultâneo, de que a Federação pretende manter Scolari e dar-lhe o comando de todas as selecções, incluindo a olímpica, podemos supor. Ou seja, esta reparação em surdina poderia até redundar numa espécie de desfeita artificial ao guarda-redes do FC Porto, depois da desfeita genuína, antes do Europeu. Agora, imaginemos que nada impede a convocatória. Ultrapassemos os mil e um problemas virtuais, as discussões que hão-de vir sobre o clube mais prejudicado pela lista, os internacionais que se hão-de oferecer entretanto e os que se hão-de desarriscar ao mesmo tempo, etc. Que prémio sobra a Vítor Baía? O dilema da escolha: jogar os Olímpicos ou a Supertaça europeia? Supondo que o FC Porto se abstém de opinar, como seria interpretada uma recusa, depois dos mortos e feridos que resultaram desta guerra?

Por último, chamar Baía também é um erro técnico, talvez maior ainda do que o cometido por Scolari. Há três vagas para jogadores acima dos 23 anos numa equipa que, para se tornar candidata ao ouro, tem de resolver problemas sérios nalguns sectores - mas não há problemas sérios na baliza. Desperdiçar um dos lugares é absurdo do ponto de vista desportivo. Do ponto de vista político, seria certamente muito interessante calar os protestos do Benfica empatando a questão: vocês ficam sem Moreira, mas o Porto também fica sem Baía. Aliás, parece-me que foi assim que esta história começou, com uma lista em que faltavam, suspeitosa e democraticamente, três nomes; João Pinto, Petit e...
"

quarta-feira, 9 de junho de 2004

Este homem só diz verdades!!! MST de novo no Avante Lampião!!!

"Saída pela porta grande... dos fundos

HÁ uma imagem que me ficou marcada, no rescaldo de Gelsenkirchen: o avião que trazia a equipa do FC Porto, e com ela a taça acabada de conquistar e que a Europa inteira cobiça, tinha aterrado havia pouco em Pedras Rubras, eram umas seis da manhã. Depois de na própria pista terem recebido a homenagem dos funcionários do aeroporto, os jogadores esperavam no átrio, no meio da restante comitiva, o momento de saírem lá para fora e tomarem lugar no autocarro que iria demorar ainda uma duas horas a chegar ao Estádio do Dragão, onde uma multidão os esperava desde as 10 da noite. Foi então que apareceu José Mourinho, acompanhado pela mulher e pelas filhas, com quem tinha viajado na fila da frente do avião, alheio a tudo o que se passava atrás de si. Dirigiu-se a uns funcionários do aeroporto com quem falou durante breves instantes e rapidamente desapareceu para nunca mais ser visto no Porto: no rádio do carro que me conduziu de volta a casa ouvi que teria partido directamente para Setúbal ou para Lisboa—até hoje ainda não sei. E dei comigo a pensar que, afinal, Mourinho não tinha saído nem pela porta grande—que merecia—nem pela porta pequena, que seria impensável. Saiu, sim, pela porta dos fundos: a grande, sem dúvida, mas não a da frente.

No Record dessa mesma manhã seguinte à noite de glória, ainda o povo estava na rua a festejar e já o editorialista Bernardo Ribeiro concluía: «... este treinador afrontou o sistema e tudo vai fazer para denegrir a sua passagem pelas Antas. Será sistematicamente esquecido e maltratado. A culpa será... do PC (Pinto da Costa)?» Confesso que nunca tinha lido nenhum texto deste Bernardo Ribeiromas seria quase capaz de apostar que no passado, quando Mourinho e Pinto da Costa eram a imagem inabalável do FC Porto intratável a nível doméstico, ele não fazia distinção e seguramente não era tão elogioso para com Mourinho. Pois é, onde estão agora os que ainda há pouco tanto o criticavam, lhe chamavam arrogante e insuportável, os que comeram sem pestanejar o barrete da camisola do Rui Jorge, pretensamente rasgada por Mourinho —conforme demonstravam as provas que o Sporting tinha em seu poder e que jamais vimos nem veremos? Agora, que José Mourinho já não é treinador do FC Porto, é só elogios e até a sua imediata transformação em vítima do sistema e de PC...

Mas está enganado o homem do Record: os portistas não esquecem nem se preparam para maltratar Mourinho. Apenas não estão dispostos a alienar a sua dignidade, mesmo perante aqueles a quem mais devem e mais gratos estão. Afinal, o mesmo fez o Benfica com o mesmo José Mourinho, quatro anos atrás...E eu, que então aqui elogiei a atitude da direcção do Benfica, escrevendo, todavia, que Mourinho era o mais promissor treinador do futebol português, hoje escrevo exactamente o mesmo.

José Mourinho foi o melhor treinador que alguma vez passou pelo FC Porto, desde que me lembro. O melhor na preparação táctica dos jogos— onde o seu trabalho chega a ser obcecante —, o melhor na leitura estratégica do jogo, o melhor na liderança dos jogadores, o mais inteligente, o mais culto, o mais profissional, o que melhor tira partido da imprensa e das intervenções públicas. Os seus segredos guardou-os sempre em treinos à porta fechada e em relatórios sobre os adversários e entregues aos jogadores — um dos quais, exactamente o relativo ao Mónaco, tive a honra de receber como oferta sua, antes do grande jogo da final. Mas quem quer que tenha entrevisto um desses treinos, lido um desses relatórios ou o tenha ouvido dissertar para auditórios restritos sobre a forma de liderar uma equipa não pôde senão constatar como o seu trabalho está a anos-luz de qualquer outro treinador português, incluindo tantos que se tomam por estrelas ascendentes e se põem em bicos de pés a dizer que «já merecia um grande!».

José Mourinho vai marcar para sempre uma época, não apenas no FC Porto mas no futebol português. Nadamais será como dantes depois dele: muitos tentarão imitá-lo, muitos tentarão humildemente aprender a sua lição, mas nenhum ja mais o igualará. É um dos raros caso sem que a ambição caminha a par com o talento e em que o talento caminha a par com a capacidade de trabalho e de entrega. Dizer que os portistas iriam agora dedicar-se a esquecer Mourinho é de uma estupidez sem limites. Se alguma coisa este clube tem é memória.

E tem também gratidão: ninguém, entre toda a nação azul e branca, iria ou irá jamais «maltratar » José Mourinho. Daqui a 20 anos ainda falaremos dele com saudade e com uma infinita gratidão. Era isso e apenas isso que queríamos ter mostrado a José Mourinho depois do apito final de Kim Nielsen em Gelsenkirchen: a nossa gratidão. Já sabíamos que ele se ia embora e, embora tristes, todos o aceitávamos como facto inevitável—não apenas pelo lado financeiro, o que seria pouco para alguém como ele, mas também pelos novos desafios desportivos que constituem a adrenalina que o faz ser o vencedor que é. Já sabíamos isso e estávamos conformados. Mas queríamos mostrar-lhe que lhe estávamos gratos e queríamos também — e parece-me que não era demais—que tivesse ido ali, junto dos milhares de emigrantes vindos de todo o centro da Europa e dos milhares de adeptos vindos de Portugal e que tinham passado dois anos a seguir por todo o lado o FC Porto de Mourinho, de Sevilha a Gelsenkirchen, agradecer-nos igualmente a parte que nos cabia, aos adeptos e ao clube, nos seus e nossos êxitos. Era só isso: que tivesse ido ali, junto à bancada sul, fazer-nos um gesto de agradecimento, de alegria, de saudação, de adeus, que fosse. Já sei que encontrou a família de repente e decidiu-se por ficar junto a ela. Mas a família iria tê-la logo a seguir, junto à cabina, no avião, em casa. A família portista, essa, era a última oportunidade para a ver e para se despedir. José Mourinho optou por não o fazer e, assim fazendo, optou por sair de cena pela porta dos fundos.

Lamento infinitamente escrever isto mas ficaria de mal com a minha consciência se o não fizesse. Tenho profunda admiração por José Mourinho, não principalmente por ele ter triunfado mas por ter ousado enfrentar o verdadeiro sistema português, que é o da inveja dos medíocres. Não esqueço nem nunca serei ingrato. Devo-lhe algumas das maiores alegrias que o futebol jamais me deu. Mas, apesar de tudo e ao contrário do que ele talvez imagine, sei e tenho plena consciência de que o que conseguiu não o conseguiu sozinho e não o conseguiria em nenhu moutro clube português. O FC Porto já era um grande clube do mundo antes de Mourinho e vai continuar a sê-lo depois dele. Ao contrário do que disse Luís Duque, o Sporting não poderia estar agora no lugar do FC Porto se tem contratado José Mourinho, depois de ele sair do Benfica. Porque não há comparação alguma entre a competência de Pinto da Costa e o snobismo serôdio de Dias da Cunha. Porque não há comparação alguma entre o profissionalismo da organização do FC Porto e o voluntarismo da organização sportinguista. Porque não há comparação alguma entre o espírito de conquista de toda a nação azul e branca, e que na equipa se transmite de geração em geração, venha quem vier, e a atitude de eterna lamechice e desculpas esfarrapadas para os fracassos, do Sporting. Há anos que o escrevo mas—felizmente!—em vão: os adversários internos do FC Porto deveriam estudar e tentar compreender as razões para os seus êxitos, em vez de se ficarem pela atitude de maus perdedores e de tentarem sempre justificá-los com razões obscuras. Quando acordarem o FC Porto será não apenas o maior clube português em termos de títulos internacionais, que já o é, mas também em termos de adeptos espalhados por esse mundo fora. Que nunca acordem! (a negrito, por minha iniciativa e por corresponder inteiramente ao que sinto)

Ora, ninguém percebeu isso melhor que o próprio José Mourinho. Ninguém como ele percebeu melhor a célebre verdade que todos os treinadores que passaram pelos outros e depois pelo FC Porto unanimemente referiram: que um título ganho no Porto custa e vale infinitamente mais que um título conquistado em Lisboa. Aos que agora o elogiam e dantes o execravam e agora já o vêem como vítima, esquecida e maltratada pelo sistema PC, convém recordar que a primeira vez que José Mourinho disse publicamente que queria ir para fora e libertar-se do sistema do futebol português foi na célebre noite após o jogo de Alvalade deste ano...

E é só por isto que tínhamos direito a esperar que Mourinho tivesse festejado connosco, que tivesse feito parte da alegria que era de todos. Porque os treinadores e os jogadores vão e vêm e nós, adeptos, ficamos sempre. E, por mais insubstituíveis que eles nos pareçam, a verdade é que continuamos sempre. No limite, basta que haja onze adeptos e podemos fundar um clube, constituir uma equipa sem treinador e jogar. Mas um treinador não sobrevive sem um clube e não há clubes sem adeptos. Por mais brilhantes que sejam os jogadores e o treinador, somos nós, os adeptos, o sal do futebol."


Agora permitam-me que transcreva, mais uma vez, o pensamento do Jorge Olimpo Bento e que já o pus num post anterior:

"... .Mourinho vai continuar a ter sucesso. Mas não voltará a conhecer os dias e noites dos triunfos inebriantes que teve no Porto. Não voltará a encontrar adeptos à sua espera e a cantar como pássaros azuis no alto das madrugadas. Encontrará os bolsos cada vez mais quentes de dinheiro, mas o seu interior frio e vazio das emoções e excessos que dão cor e sentido à existência. Porque não há no Mundo outro clube como este que acenda no estádio o fogo que incendeia a alma do desporto e alumia os nossos passos. Porque nele está sempre em brasa o ideário que irmana o desporto e a vida: Citius, Altius, Fortius! Bendito sejas, Futebol Clube do Porto, porque anulas a lógica das probabilidades e dás a um pequeno país a glória de Gelsenkirchen e de tantas jornadas que já vivemos e havemos de viver! Porque és um poema que nos tira o pó da boca e o luto da nossa vida. Pões brilho nos nossos olhos e música no coração. És hoje o nome celebrado e colorido de Portugal no Mundo."

terça-feira, 8 de junho de 2004

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FALHADOS

A nossa FPF é uma coutada de frustrados, falhados e incompetentes e anda completamente à deriva.
Com a mania das grandezas (que não temos a nível de selecções, mas somente a nível de um clube), a FPF resolve contratar o técnico campeão do Mundo, pagando-lhe principescos ordenados. Isto sem primeiro acordar com o técnico anterior o pagamento do que lhe era devido. O assunto está ainda em Tribunal, como está o caso "Very Light", este de uma forma vergonhosa e reveladora também da falta de princípios e pudor de Madaíl e seus acólitos. Mais grave ainda, neste processo a FPF resolveu requerer o Benefício do Apoio Judiciário, que, como sabemos, implica que uma pessoa ou entidade possa ficar isenta do pagamento de custas processuais por não ter condições económicas para as pagar...
Como é o técnico campeão do Mundo e vem do estrangeiro, tudo lhe é permitido. Desde comprar guerras com o principal clube do País, passando pela convocatória de um jogador com o intuito de emxovalhar outro, é só desmandos, arrrogância e estupidez a sair da boca de tal vedeta. Os resultados no campo são vergonhosos, mas que importa? É o senhor Scolari, campeão do Mundo! A Nação é humilhada em casa pelos espanhóis (vergonha maior não há!), mas não faz mal. Na altura certa, os craques aparecerão. Sim, os nossos magníficos jogadores, a famosa geração de ouro, que nada ganhou, mas reluz como ninguém! Esses jogadores ricos e mimados que, patrioticamente, enchem os bolsos com a publicidade ao evento! E eles são tão bons, porque jogam no estrangeiro! Naqueles clubes que ganham a Liga dos campeões, feito inatingível pelos pobres clubes nacionais... E, claro, se antes de emigrarem tiveerm jogado em clubes da capital, melhores eles são! Por isso mesmo, também lhes é tudo permitido. Afinal, são génios. E por isso é que a FPF fecha os olhos ao ostracismo a que o Mágico Deco foi sujeito aquando da sua chamada. Claro, não poderia vir a reluzir mais do que os consagrados Figo E Rui Costa. Meu Deus, que catástrofe seria para estes símbolos de Portugal. Ainda se arriscariam a perder receitas de publicidade...
Todavia, ao primeiro desaire da selecção de sub 21 no Europeu da categoria, logo o comandante de tropas Madaíl se apressou a vociferar contra os rapazes. Claro, estes jogam no Estoril, Varzim, Guimarães. Os que interessavam neste escalão já estão na selecção A, logo, não há receios. E não estragam o negócio da publicidade, porque para estes não sobra nada... Subitamente ficámos a saber que afinal o Homem manda alguma coisa e sabe falar. É que já estávamos desconfiados depois de tanta vergonha na selecção A que o Homem tivesse perdido a cara e a voz. Os miúdos tratarm de lhe reponder com um 3º lugar e uma qualificação olímpíca e vão esperar em casa que os AA façam melhor. Todos menos Moreira, claro, que para este há excepção à regra que evitou que Postiga, Tiago e Ronaldo fizessem os dois Europeus. Mesmo que, previsivelmente nenhum deles vá jogar na equipa A. Apesar de tudo, sempre é mais fácil para 6 milhões justificar a não ida do Baía com a sua chamada, do que com a do Hilário.
No meio de tanto esforço patriótico, a rapaziada da FPF ainda tem tempo para a caridade. Para aclamar os ânimos draconianos, indica Baía como um dos potenciais chamados para os Jogos Olímpicos. Tapa-se o sol com a peneira e dá-se uma esmolita ao pobre coitado. Afinal este, sendo o jogador português mais titulado de sempre, de certeza que vai agradecer tanta generosidade e a oportunidade de conviver com a miudagem...
Para apimentar ainda mais a nossa existência, permite que o orgulho nacional chamado Benfica, a uns dias do Europeu, esteja a negociar com o Campeão do Mundo. Este, numa actuação inspirada numa qualquer novela do seu País, dá uma conferência de imprensa para desmentir o assunto, certamente num tempo morto qualquer em que os magos Costa e Figo penteiam os seus lindos e geniais cabelos. Figo este que, durante a preparação ainda tem tempo para criticar a Federação e os jogadores do Porto pela dispensa destes dum jogo a feijões para prepararem a meia final com o Corunha. Certamente, fugiu-lhe o coração para o seu verdadeiro país...
Enfim, esta Federação é uma vergonha e um insulto à inteligência e honestidade do País, preferindo os compadrios, lugares cativos e receitas publicitárias, ao trabalho, suor, competência e merecimento.


Só para deitar mais acha para a fogueira...

AS MINHAS SELECÇÕES NA PRIMEIRA FASE DO EUROPEU!!!





segunda-feira, 7 de junho de 2004

A VERDADE É ESTA!!!

JOSÉ MANUEL RIBEIRO no jornal O JOGO
"O ranking
Perguntam-me alguns leitores por que raio está o FC Porto apenas no sétimo lugar entre os melhores clube do Mundo no ranking da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol. Eu respondo: basicamente, por jogar na liga portuguesa, que alinha na segunda divisão mundial. Não há nada de estranho, nem de pérfido, nem de absurdo neste escalonamento. O ranking leva em conta o campeonato, a taça - desde que organizada pela federação - e os resultados internacionais. Os primeiros são valorizados consoante o país a que se pertence. As melhores ligas pontuam quatro pontos por vitória e dois por empate; as segundas melhores, grupo do qual faz parte a portuguesa, valem três por vitória, um e meio por empate (as competições da UEFA também pontuam acima de quaisquer outras provas continentais: catorze pontos por vitória, sete por empate). Ou seja, somando um ponto extra por cada uma das trinta vitórias internas do FC Porto, o campeão europeu seria, de facto, o primeiro classificado do ranking, mas só se o campeonato escocês permanecesse no segundo escalão. Caso contrário, seria o Celtic de Glasgow a melhor equipa do Mundo, por, no conjunto, ter ganho mais vezes. Pergunta natural: mas quem disse que o campeonato português não é superior ao escocês? Os pontos somados, em todas as competições, pelos cinco melhores clubes de cada país. Holanda, Portugal, Escócia e Grécia, por exemplo, fazem parte do mesmo pacote. Nestas circunstâncias, o sétimo lugar do FC Porto é excelente, como se perceberá por este dado adicional: só há duas equipas da "segunda divisão" entre os primeiros dezoito do ranking. Concluindo: não é verdade que a lista seja elaborada arbitrariamente. Obedece a critérios muito claros. Se são discutíveis ou não é outra história, bastante mais complicada do que parece à primeira vista.
"

quinta-feira, 3 de junho de 2004

O SERVENTE DO CAPATAZ MOÇAMBICANO

Os lagartos apresentaram ou apresentarão como treinador para a próxima época José Peseiro. Logo foi apelidado de novo José Mourinho, desde a TSF aos vários lampiões. Assim, desde logo eu concluo, utilizando todos os adjectivos usados para definir (até se ir embora) o genial Mourinho, que Peseiro é arrogante, não sabe perder, não sabe ganhar, desrespeita os adversários e rasga camisolas... Ah, e é tradutor! Ou, adaptado à sua realidade e uma vez que o Moçambicano é novamente o capataz do cheché, Peseiro era o Servente do Capataz Moçambicano. Confuso? Talvez não...
Na óptica de portista, já me conformei quanto aos dois anos que aí vêm. Pois Peseiro, clone de Mourinho, vai certamente vencer em dois anos uma Liga dos Campeões, uma Taça Uefa (se não apanhar o Gençlebriligui), dois campeonatos, uma taça e uma supertaça. Nós ficaremos com as sobras.
Apesar disso, em relação ao Servente do Capataz Moçambicano, fico muito contente que para lá tenha ido. Assim, mais uma razão para destilar tudo o que tenho contra ele. E o que é que eu tenho contra ele? Pois bem, quando os peseteiros vieram jogar às Antas, entrevistaram os queridos paizinhos do Servente. Que disseram que queriam que os peseteiros ganhassem porque o filho fazia parte da equipa técnica. Até aqui, tudo bem, nada a dizer. Mas, orgulhosamente, a seguir acrescentaram que, para além do mais, detestam o Porto e portanto torceriam sempre pelos peseteiros. Pois bem, Srs. Peseiro, preparem-se que durante dois anos os senhores, mais o vosso querido filhinho, vão ter muitas mais razões para nos detestarem...
E para não dizerem que não sou vosso amigo, dou-vos um conselho de graça - o mesmo que Rainieri deu ao nosso José. É bom que o vosso menino tenha um bom advogado. É que parece que para as bandas de Alcochete paira um qualquer sistema que faz com que se despeça litigiosamente todos os treinadores que por lá passam. Ao ritmo de um por ano.

A VITÓRIA EM GENSELKIRSHEN TEVE EFEITOS SECUNDÁRIOS FANTÁSTICOS!!!

A vitória do Mágico Porto na Liga dos Campeões foi uma grande alegria para todos os Dragões e um marco no futebol Nacional.
Acontece que, para além disso, contribuiu de forma decisiva para o avolumar de complicações para os Lampiões.
É que, com a vitória dos Dragões, os Lampiões não serão cabeças-de-série na 3ª pré-eliminatória da próxima edição da prova.
Desta forma, na tentativa de acesso à fase final da liga Milionária, a associação da Lampiolândia poderá enfrentar adversários como Real Madrid, Manchester United, Depor, Liverpool, Juventus, Inter, PSV Eindhoven, Bayer Leverkusen, Anderlecht, Mónaco, PAOK, Glasgow Rangers, Brugge, Sparta Praga e Dinamo Kiev.
Até que enfim que uma vitória internacional do Mágico Porto não benefecia os infieis.
Como os lampiões se devem lembrar daquela célebre máxima: "UM MAL NUNCA VEM SÓ"...

quarta-feira, 2 de junho de 2004

O DRAGÃO ESQUECEU-SE...

... mas eu não. Impunha-se, mais do que nunca, a crónica do MST no Avante Lampião. A melhor de sempre. Para guardar. Obrigado, Miguel Sousa Tavares.

"Campeões da Europa
Que mais querem do FC Porto? Se alguém tem alguma dívida para com outrem, é Portugal para com o FC Porto e não o inverso.

1. Está feito: o FCPorto é o clube português com maior dimensão internacional de sempre. Já o era antes de Gelsenkirchen mas há sempre uns teimosos que não se querem deixar convencer e, neste caso, insistiam que o título de campeão europeu que o Benfica tinha a mais que oFCPorto era mais importante que uma Taça Intercontinental, uma TaçaUEFA euma Supertaça Europeia — títulos que o FCPorto tem a mais queoBenfica. Agora já não há lugar para qualquer contestação: o FC Porto tem cinco títulos internacionais, o Benfica tem dois, e,mesmo s eambos foram duas vezes campeões europeus, não há comparação entre o valor de um título de campeão europeu obtido na Champions League, ao fim de 13 jogos, e um obtido na extinta Taça dos Campeões dos anos 60, ao fim de sete ou nove jogos.Mas faça-se justiça à história: tanto quanto me lembro ainda, acho que aquela equipa do Benfica de 1963 teria ganho a Champions League, se ela já existisse. Mas também acho que a equipa do FC Porto do ano passado — que, em minha opinião, era ainda melhor e jogava melhor futebol que a deste ano—teria se calhar ganho também a Champions League, se o destino não lhe tem reservado apenas a Taça UEFA. E se começo por este ajustar de contas histórico o rescaldo de uma semana que ainda vive, intensa e emocionante, no olhar, no coração e na cabeça de cada portista, é porque constatei, estupefacto, que só mesmo no dia seguinte à memorável jornada de Gelsenkirchen é que o País se deu verdadeiramente conta do extraordinário feito que o FC Porto tinha levado a cabo.Até aí senti (e disse-o) que o país desportivo não merecia esta equipa do FCPorto e tudo o que ela já havia feito pelo prestígio do futebol português. Mal o FC Porto desembarcou na Alemanha,segunda-feira passada, a comitiva foi recebida com as notícias que chegavam de Lisboa e que davam conta do caso desportivo que ocupava o País: a inscrição irregular de Ricardo Rocha e a possibilidade de o Benfica vir a ser penalizado por isso com a perda do segundo lugar no campeonato e da Taça de Portugal. Embora a todos nós, que ali estávamos, se tivesse tornado desde logo evidente que o assunto estava fadado para morrer de morte natural, não conseguimos evitar o espanto de realizar que ele tinha afastado todo o noticiário relativo ao FCPorto da primeira página do noticiário desportivo, em jornais, rádios e televisões, e que a histeria lisboeta com o palpitante assunto prosseguiu até à noite do dia seguinte—terça-feira, véspera da final de Gelsenkirchen. De repente o verdadeiro assunto que interessava ao país desportivo não era o de saber se, no dia seguinte, uma equipa portuguesa conseguiria vencer a mais difícil e a mais prestigiada competição de clubes do mundo inteiro, perante o olhar de centenas de milhões de espectadores no mundo inteiro, mas sim o de saber se era o Benfica ou o Sporting quem, na próxima época, teria acesso à terceira pré-eliminatória dessa mesma competição! E quando, ao telefone com um amigo benfiquista em Lisboa, lhe perguntei que absurdo era aquele, ele explicou-me que se tratava de «mais uma cabala montada pelo teu clube contra o Benfica». O meuclube? Omeuclube estava concentrado no seu hotel a pensar na hora que o destino apenas reserva aos grandes e se algum pensamento unânime se escutava entre a comitiva portista, presidente incluído, sobre o melodrama lisboeta era o de que jamais o FC Porto aceitaria na sua sala de troféus uma Taça de Portugal perdida em campo e ganha na secretaria— por mais que entendessem que fora muito injustamente perdida. Para que quereria umataça dessas um clube que estava na véspera de poder ganhar a Champions League, depois de ter ganho a Taça UEFA na época anterior, os dois últimos campeonatos ou sete dos últimos dez? Acaso alguém poderia imaginar que isso nos traria um grama que fosse de satisfação ou prestígio acrescentado?Percebi então o quanto a falta de hábito de vencer pode criar vícios de pensamento doentios e incuráveis. Só quem se habituou a sonhar baixinho pode imaginar que lá, nas alturas onde se sonha grande, se pode perder tempo e concentração para a tarefa de ganhar perante o mundo inteiro uma Champions League para se tentar ganhar na secretaria uma Taça de Portugal! O cuco-milharuco não imagina o que se passa nas alturas onde voa a águia-real! Enfim, quarta-feira, e com o assunto já a caminho da sua morte natural, a imprensa lá cumpriu a sua inevitável obrigação de trazer de volta o FCPorto à primeira página dos noticiários.E quinta-feira, claro, era Portugal quem tinha acabado de ganhar a Liga dos Campeões. Muito embora, regressado já com a manhã nascida a Pedras Rubras, onde três mil pessoas esperavam há 10 horas para ver a taça e os funcionários do aeroporto faziam alas para saudar os campeões à saída do avião, eu tenha encontrado na imprensa desportiva dessa mesma manhã um artigo garantindo que o feito desportivo da semana não acontecera na véspera, em Gelsenkirchen, mas sim na segunda-feira anterior, num estúdio da SIC, invadido em directo pelo presidente do Benfica, para discutir a questão Ricardo Rocha e inaugurar um novo estilo televisivo que, se tivesse sido protagonizado pelo presidente do FC Porto, estaria ainda hoje a ser objecto de comentários relativos à sua grosseria e falta de maneiras. Mas compreende- se: é que mesmo assim o câmara da SIC de serviço na inauguração da casa do Benfica em Vila Real de Santo António ia deixando a pele na missão assim que o presidente do Benfica assolou as massas contra a SIC, culpada de ter divulgado uma notícia... verdadeira. E nem foi preciso o seu aviso de que em breve vai divulgar o índex dos jornaisque «tratam mal o Benfica» (?!), a fim de que sejam boicotados pelos benfiquistas, para que logo na sexta- feira o FC Porto tenha regressado ao seu habitual lugar de rodapé de primeira página e para que no sábado eu tivesse de folhear até quase ao fim os jornais desportivos para finalmente encontrar a notícia de que o FC Porto ganhara também o título de campeão nacional de básquete, a juntar ao futebol, ao andebol e, espero, ao hóquei em patins. Felizmente que doravante vai ser mais fácil remeter o FC Porto para os pés de página: temos aí, durante um mês, as notícias sobre a empolgante Selecção Nacional para nos ocupar.
2. Mas não quero ser injusto: de Lisboa chegaram-nos também notícias —ainda nós vivíamos atordoados aquele momento deuma vida, à saída doArenaAufShalke— da festa que saíra às ruas em Lisboa, onde até a câmara municipal manteve acesas as luzes do edifício, em homenagem aos campeões europeus. Chegaram-nos notícias dessas também dos Champs- Élysées, em Paris, da costa Leste americana, de África e do Brasil, de todo esse vasto mundo onde se fala português, de emigração ou de assimilação, e onde,nos últimos anos, o FCPorto tem sido o bálsamo contra as saudades, as humilhações, as privações, tem sido o mensageiro da alegria e do orgulho de ser português contra todas as tristezas e frustrações em que a pátria ou a ausência dela é fértil. Mas as notícias da festa em Lisboa caíram bem entre os portistas e deitaram já para o plano psicanalítico os que nem assim, nem agora, se renderam à justiça dos factos. Os que escreveram que o FC Porto só foi campeão europeu graças a Mourinho, o que faz com que, a esta hora, pudesse ser o Sporting o campeão europeu, se os sócios não têm impedido a sua contratação, três anos atrás (ou o Benfica, se o tem mantido...). Ou ainda quem descobriu que o FC Porto só foi campeão europeu porque a Liga de clubes acedeu a adiar o jogo com o Nacional da Madeira, dias antes da eliminatória com o Corunha.Ou que só foi campeão europeu porque Scolari acedeu a prescindir da convocatória dos jogadores portistas para o jogo particular com a Suécia, três dias antes do jogo da Corunha—decisão criticada, entre outros,porLuís Figo. Eu sei o que lhes vai na alma, o que verdadeiramente gostariam de ter dito e só por pudor o não disseram: «Podíamos ter evitado isto,podíamos ter evitado que o FCPorto fosse campeão europeu...» Não, coitados, nem sequer percebem que não podiam.Porque não sabem de que matéria são feitas as vitórias como esta. Não fazem ideia do que trabalharam os jogadores e a equipa técnica durante estes dois anos. Do que prescindiram, do que sofreram, do que lutaram para deixar os seus nomes na história do futebol português e mundial e dar esta alegria sem fim a todos os portistas —e cada vez são mais!—espalhados por esse mundo todo. Não ouviram o Derlei gritar de dores, forçando uma recuperação clínica dita «impossível » a tempo de ajudar a equipa neste decisivo mês de Maio. Não viram a determinação serena dos jogadores antes da final, a sua alegria depois da vitória, que não era a euforia desmedida de quem tinha acabado de conseguir um milagre mas sim a satisfação imensa de terem visto recompensado o esforço de um trabalho feito com profissionalismo,brio e vontade. Nestas horas lembro-me sempre de uma coisa que o meu pai me disse, era eu pequeno: «Filho, se algum dia quiser conhecer a verdadeira natureza dos portugueses, leia a história da batalha de Alfarrobeira,onde oinfante D. Pedro das Sete Partidas do Mundo foi morto às mãos do sobrinho, o rei D. Afonso V, envenenado contra o tio pelas intrigas da corte de Lisboa, que não conseguia suportar que um homem da província fosse maior que todos eles. É a história da inveja, essa marca fatal dos portugueses.» Não me esqueci da lição de Alfarrobeira. Revejo-a todos os dias,na história contemporânea de Portugal. Lembrei-me dela em Gelsenkirchen, lembrei-me dela ao regressar a casa. E, por isso,quando outro homem de Coimbra, e de que eu tanto gosto e tanto admiro, que é o Manuel Alegre, declarou, sobre a vitória de Gelsenkirchen, «hoje, Portugal esteve com o FCPorto; espero que o FCPorto esteja com Portugal no Europeu», eu percebi a sua mensagem. O que ele quis dizer foi que a festa de Lisboa tem um preço a pagar pelos portistas: estar com Scolari,noDragão, no próximo dia 12, e esquecer, entre outras coisas, que Vítor Baía estará na bancada e Ricardo Carvalho no banco de suplentes. É o preço a pagar por, finalmente (finalmente, foi preciso aqui chegar!),nos ter sido feita alguma justiça e reconhecido algum mérito. A isso, com todo o respeito, respondo simplesmente: o FC Porto foi campeão europeu em nome de Portugal. Que mais querem do FC Porto? Se alguém tem alguma dívida para com outrem, é Portugal para com o FC Porto e não o inverso."