quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Colunista Júlia Guimarães

in www.fcporto.ws

Simplesmente Fantástico...

"Addio, Adieu, Auf wiedersehen, goodbye... ...
amore, amour, meine liebe, love of my life!
Se o nosso amor findar,
Só me ouvirás cantar,
Addio, adieu, auf wiedersehen, goodbye,
Amore , amour, meine liebe, love of my life.
"(José Cid, «Um Grande, Grande Amor», 1980 DC)

Sei reconhecer quando erro.
Sinto em mim areliadoras forças cóceguinhas que me tiram qualidade de vida. Sei também reconhecer quando erro estrondosamente. Custa-me manter a espinha dorsal direita, as pernas vacilam e parecem gelatina, ganho aftas na boca, choro como uma madalena arrependida, e fungo desde a primeira até à última luz do maldito dia.É assim que me sinto.

É assim que me vêem hoje.
Iludi-me, enamorei-me... escrevi prosas, tácticas incríveis de 3-3-4, 4-3-3 e 5-3-2 e poemas de estrofes de quatro versos ou quadras para só nós dois vermos. Juntos falávamos de jogadores, costumávamos ir de mãos dadas vêr o sol a pôr-se na praia, depois de mais um dia cheio de promessas e lances magistrais de ataque envolvente...

Mas as coisas são o que são e as coisas são assim mesmo e o que era amor pueril e inocente, rosas, magnólias, pétalas de jasmim e coloridas partículas de perfume floral atiradas à brisa fresca da verde alvorada transformou-se... assim... Nisto. FC Porto-Naval. 1-0, auto-golo infeliz do pobre do desgraçado do jogador dos rapazes da Figueira que devem ser também dos mais fraquinhos da alegre Liga Portuguesa.

Co, não adianta. Nem precisamos de tradutores. A coisa não ia mesmo resultar. Lembras-te do primeiro amuo? Daquela primeira zanga a sério, quanto não resisti e te assobiei? Recordas o momento infame em que te insultei depois do 0-2? Perdi-te o respeito. Partiu-se aí o feitiço.

Desde então foi um caminho de maus, anedóticos episódios e de algumas boas paragens. A ruptura há muito que se anunciava. Claro que dói ver. Ouvir o som dos sonhos a ruir. Os teus e os meus.

Co, convenhámos: errei, errámos.
Não percebes pevas de futebol. És um nabo.
Holandês, altivo, estudioso, mas nabo ainda assim.
E confirma-se: sinto terror, medo, drama pelo que há-de vir.
Temo o amanhã. O próximo jogo. Os confrontos iminentes frente aos arqui-rivais. Porque sei que não vamos ganhar. Assim não.

Erras pecamonisamente, asneiras barbaramente, polvilhas de doce inferno os minutos dos nossos jogos, metes água a todo o sagrado nanossegundo e de toda a escabrosa forma e escandaloso feitio e sacodes sistematicamente a imensa tromba de água do sempre imaculado capote: quem tira Baía, Pedro Emanuel e PAULO ASSUNÇÃO(!Argh!) da maneira estúpida e imperdoável e irresponsável com que o fizeste no último Sábado, Co, Querido, Querido Co, não tem perfil para treinar o grande FC Porto que não perde nem a feijões, lentilhas ou rebentos de soja.

De desilusão em desilusão, esta foi para mim a última, ENORME, gotinha. Esgotei a pachorra.
Adriaanse: tu és o elo mais fraco. Adeus.

P.S. Mas não é um adeus imediato. Somos ou não adultos? Arruma as tuas coisas. Todas. Ainda vais precisar de algum tempinho, imagino.

Os teus subterfúgios, as desculpas esfarrapadas, os pedacinhos de todas as coisas preciosas que partiste e fizeste partir para a Bélgica, a tua gigantesca falta de critério, os teus flops, a dose industrial e generosa e sempre (haja coerência!) egoísta de obtusidade.

Pelo meio, só terás de ganhar o campeonato e a Taça. Vês como não exigimos muito de ti? Cumpres a tua obrigação e sais.

Eu? Eu fico com o meu Clube de sempre e que é mesmo o mais importante, e com alguns momentos do bom futebol com que nos brindaste ocasionalmente que pairam e ecoam nas escuras galáxias da minha desilusão. (WOW! Esta foi profunda. Como tu, afinal, Co.).
"

3 comentários:

Anónimo disse...

Realmente esta está muito boa.
Mas não sei se repararam ao longo do texto e não obstante a deislusão que paira, que se o CO lhe oferecer um "jantar mais romântico", e então se for servido num Restaurante com decoração vermelha, ela dá-lhe uma segunda oportunidade.

É que aquela paixão de início foi mesmo arrebatadora!!!!
E não se pode dizer que esse início foi obra do acaso!!!

Anónimo disse...

Caro PM,

a menina não precisará certamente de advogado. No entanto, não consigo deixar de lhe transmitir o que penso sobre a sua insinuação relativa à côr do restaurante:
- É CERTAMENTE DIGNA DE UM QUALQUER JOSÉ VEIGA ( aquele grande Portista da nossa praça ).

Anónimo disse...

Os arrufos de amor são sempre situações comoventes. Mas para a semana talvez estas palavras não tenham significado. O amor já não voltará, de certeza. Mas o que se pede é amor e apoio pelo clube e não pelo treinador.