quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Empate técnico

De facto, como bem diz o Francisco, nem tudo está perdido.
Do jogo resultou um claro empate, não só no resultado como também no campo da táctica e técnica.
Se o FC Porto iniciou algo nervoso o jogo, ao fim de poucos minutos começou a controlar as operações, com a devida autorização do Mourinho que fiel ao seu 442 defensivo europeu, deixou que fosse o FC Porto a fazer as despesas atacantes.
E na primeira parte, com um bom apoio do Fucile, o Quaresma fez gato-sapato do Diarra - a quem muitas faltas foram perdoadas - e do Mourinho, os seus defensores directos.
O golo foi algo de sorte e algo de raiva do Meireles, mas entrou e valeu. O remate ao poste do Quaresma, em grande jogada de envolvimento, foi fantástico (outrageous e dramatic shot, na versão dos comentadores ingleses do ESPN) e merecia o melhor final.
O golo do Schevechenko foi algo consentudo pela defesa e meio campo que deixou que progredissem em tabelas sem que ninguém assumisse fazer a falta que poderia valer o amarelo mas evitaria, provavelmente, este desfecho. É por isso que o Mourinho pode usar esta táctica: com jogadores atacantes como o ucraniano ou Drogba, uma oportunidade num jogo pode ser o bastante para marcar...

Quanto à alteração táctica que o Jesualdo fez a meio da segunda parte, não lembrava a mais ninguém e foi um acto de desespero de quem queria ganhar porque disse que o ia fazer mas não sabia naquele momento como o fazer. De facto, como muito bem referiu o Dragão, a saída do Fucile foi um erro que mais se fez notar depois da entrada do Bruno Morais para re-editar o 442 vitorioso da última sexta. Quaresma não tem perfil de nº10 nem de atacante centro, pelo que a partir do minuto 65 desapareceu do jogo. E o Chelsea não é, nem de perto nem de longe, uma equipa do calibre da Naval...

O que de facto me deixou algo pensativo foi o facto de não haver centro-campistas no banco: Ibson estava na bancada, Jorginho continua de molho. Ora se por acaso havia alguma lesão durante o jogo, a táctica teria sido alterada muito mais cedo e provavelmente em vez de um empate técnico teríamos um KO ao primeiro round.

Para a segunda mão, em Londres, estou neste momento pessimista, porque temo que o Jesualdo tenha uma recaída "arsenalista" e se ponha todo à defesa - ou seja "pragmático" como disse o Mourinho no final ontem sobre o jogo defensivo do Chelsea - o que é meio caminho andado para ser eliminado sem apelo nem agravo.

Estou como o Dragão: de facto, o Jesualdo não é treinador para o nosso mágico FC Porto. Para consumo interno vai servindo, conheçe os adversários e os treinadores opositores, sabe minimamente como levar a equipa ao título. Mas sempre que tem uma barreira mais complicada de transpor, que é como quem diz um jogo que não seja contra uma equipa da 1ª Liga, falha tactica e tecnicamente muitas vezes.

Pavão

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma análise bem feita. O JF não tem convencido e ontem ficou mais uma vez provado que lhe falta ambição. A saída do Fucile não lembra o diabo. O Porto corre muito, mas mal. No futebol a bola é que tem de correr depressa e bem, se assim fosse o FCP não estava de rastos a 20min do fim. A defesa não joga em fora-e-jogo, é rara uma mudança de flanco, é raro haver remates/livres á entrada da área...assim não me parece.