domingo, 4 de fevereiro de 2007

Ainda não estou em mim!

Aprecio e admiro este blog, porque é um espaço onde os PORTISTAS podem exprimir o que lhes vai na alma. É óbvio (e só podia ser assim,como, aliás, em tudo na vida) que nem todas as vozes são concordantes, que há pessoas mais optimistas, outras mais pessimistas, uns mais idealistas, outros mais pragmáticos e realistas, mas o que é básico é que, no geral, estamos todos unidos pelo mesmo desejo comum: QUERERMOS o melhor para o NOSSO F.C.PORTO.
Vem isto a propósito do meu irritado desabafo após o jogo com o Estrela da Amadora,mesmo sem ter lido previamente o post do Azulão e os comentários subsequentes.
Com sessenta e seis anos de idade, sou entranhadamente PORTISTA desde que me conheço e passei pelas muitas vicissitudes do meu clube ao longo deste meu trajecto temporal.Sou do tempo de campanhas gloriosas e de fracassos tremendos,no entanto sempre portadores da mística que grassava dentro do clube, mística essa que admirávamos e os adversários temiam. É certo que, quando passávamos a ponte de D. Luís, começávamos logo a perder, por complexos, más arbitragens, proteccionismos escandalosos aos clubes lisboetas, etc. etc. Mas quando os outros vinham ao nosso reduto também tremiam e bem. Purgámos longas temporadas até que Pedroto e Pinto da Costa souberam dar um safanão neste estado de coisas e pudemos entrar no período glorioso das últimas décadas.
E eu senti-me orgulhoso, porque, apesar das campanhas inconcebíveis contra nós,tínhamos um timoneiro que sabia gerir o clube com poucos recursos, contra tudo e contra todos. Era um dirigente inteligente, culto, incisivo e mordaz que ajudou a projectar o nosso clube além fronteiras. no entanto, como vem nos livros, o poder corrompe e as companhias atraiçoam. Desde que se instituiu a SAD, desde que passou a frequentar bares e casas de alterne, o presidente mudou e o clube começou a ressentir-se. Ainda tivemos o fogacho "Mourinho", só possível,porque, depois de ter saído do Benfica, o Sporting o recusou. Ainda tivemos a dobradinha do ano transacto, porque, em verdade, os adversários não valiam um caracol, mas,temo que tudo esteja a esboroar-se. E quando íamos tão bem lançados!
Para lá do fenómeno "apito dourado" e das suas inevitáveis sequelas advenientes (e para as quais uma SAD atenta e um treinador arguto deveriam prevenir e arranjar o conveniente antídoto, em vez de lamuriar - se até agora para o PORTO ganhar precisava de jogar muito mais e muito melhor que os outros - neste momento com a inqualificável cruzada de pressão levada a cabo pelas hostes inimigas, acolitadas pelos órgãos de informação, era previsível que as arbitragens se volvessem contra o nosso clube, já que isenção foi coisa que nunca houve nos meandros federativos e ligueiros!), para lá de tudo isso era fundamental um espírito de grupo forte e coeso, disciplinado e cumpridor, capaz de se esfarrapar em campo, mas sem dar trunfos aos adversários. Um grupo de jogadores que lutasse com força, coragem e determinação, mas a não fazer faltas estúpidas como aquelas que o Postiga às vezes faz e que só merecem um par de chapadas. Um profissional de futebol do nosso clube não pode dar-se ao luxo de estar sempre a cair na esparrela do fora de jogo e estar sempre a protestar.
Um profissional do nosso clube,depois das longas férias intercalares que tem gozado, não pode jogar com a displicência com que jogou nas derrotas sofridas, independentemente das razões de queixa das arbitragens que possa ter. (Estou a lembrar-me dum jogo em que o Mourinho, após perdemos nas Antas com uma equipa grega para as competições europeias, no fim do jogo sossegou os adeptos, dizendo que a eliminatória ainda não estava perdida. E não estava!) Era este espírito que agora era necessário.Era essa vontade indómita, esse carisma que agora estão a faltar.
Um dia destes procurarei dizer o que vai na alma em relação a esta equipa e à forma como é gerida e/ou conduzida e o que me vai na alma em relação à governação do meu clube. Já sei que vou ter um coro de vozes discordantes, mas, como PORTISTA, tenho de o dizer.

2 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo todo o teu post anterior e este tb (excepto a parte do Adriaanse). Sem Quaresma e Pepe (já pra não falar do Anderson) aquilo é uma banda de música. Além disso, e isto é o pior de tudo, não vejo no treinador a atitude que era necessária num momento destes. Não é só chegar à conferência de imprensa e dizer que não jogámos nada. É preciso dar murros e pontapés na mesa. Operar as mudanças necessárias, castigar quem não cumpre e ensiná-los a jogar. Terá este treinador capacidade e/ou poder para tal? Não me parece. Se tivesse, esta vergonha não tinha acontecido. 3 jogos, 3 derrotas, todos contra equipas mais fracas. Inaceitável. Parece que ser eliminado em casa por uma equipa de um escalão inferior não serviu de lição a todos. "É futebol!" dizem alguns. Obrigadinho. Agora vamos ficar-nos por isto? Eu digo isso quando massacramos o adversário, mandamos bolas aos ferros e não marcamos golos. Aí sim, faz sentido a expressão. Agora quando não se joga a ponta dum corno e se reclamam penalties pra ganhar o jogo... soa a fraca desculpa.

Contra o Chelsea, não me parece que levemos cabazada porque o Chelsea não é equipa de dar cabazadas. Prefere controlar o jogo em vez de tentar esmagar o adversário. Podemos dar luta, mas não passará disso, infelizmente.

Anónimo disse...

É isso mesmo,Bracarense, é a falta de atitude que me revolta. Em treze jogadores de campo,tirando o Helton,só três corriam. o Bosingwa, o Lisandro e o Paulo!Isto é de uma equipa que quer sewr campeã? E estou como tu.Não basta vir dizer que a equipa esyteve amorfa. Amorfa anda ela há muito tempo.
Bracarense, não gostei nada do Adriaanse,mas falei nele,porque apesar de tudo,ganhámos o campeonato e a taça e agora,por este andar,corremos o risco de não ganharmos nada.
Gastam-se rios de dinheiro e chega-se à conclusão de que estamos dependentes de dois ou três jogadores e que, quando eles faltam,nada feito.Assim não pode ser.
Um grande abraço.
Francisco