quarta-feira, 30 de novembro de 2005

JORGE MAIA, N'O JOGO

Jorge Costa

JORGE MAIA


Há dois anos, no rescaldo do triunfo na final da Taça UEFA em Sevilha e ainda na rampa de lançamento da campanha que culminaria com a vitória na Liga dos Campeões em Gelsenkirchen, fiz uma entrevista a Jorge Costa. Foi uma conversa longa em que o "capitão" falou de tudo e mais alguma coisa numa altura em que havia muito sobre o que falar. De todas as coisas que disse, e foram muitas, lembro-me de uma, em particular, que acabaria por servir para título da entrevista: "Preferia ter dado cabo dos dois joelhos a ter sido obrigado a emigrar".

Jorge Costa não tem espírito de emigrante, nunca teve e várias vezes fez questão de o sublinhar. Se emigrou para Londres, para representar o Charlton, em Janeiro de 2002, fê-lo obrigado. Tinha sido afastado da equipa a pretexto de coisa nenhuma e arriscava falhar o Mundial da Coreia/Japão se não jogasse até ao final da temporada. Voltaria ao FC Porto pela mão de José Mourinho a tempo de participar nas duas épocas mais gloriosas de toda a história do clube. Foi ele quem levantou a Taça UEFA em Sevilha e também foi ele o primeiro a tocar na Taça dos Clubes Campeões Europeus, em Gelsenkirchen. Desde que voltou de Londres ainda teve tempo para ganhar mais dois campeonatos, uma Taça Intercontinental, uma Taça de Portugal e duas Supertaças. Mais, muito mais do que a maioria dos jogadores portugueses sonha conseguir um dia, mas apenas uma pequena parte de tudo o que Jorge Costa já ganhou com a camisola do FC Porto. Nunca pensei que ele voltasse a emigrar, muito menos agora que não tem no horizonte a participação no Mundial.

Há coisa de cinco anos, desajeitado como sou, dei cabo de um joelho a jogar futebol de salão. Dói que se farta e nunca se recupera completamente. Não quero nem imaginar como será dar cabo dos dois.

6 comentários:

Anónimo disse...

Quando leio "Preferia ter dado cabo dos dois joelhos a ter sido obrigado a emigrar" até me veem as lagrimas aos olhos, é um sentimento de revolta tão grande, que me apetece partir a cabeça ao PC e ao Cu.
Ao grande grande Jorge Costa um muito obrigado, e que tenha a maior sorte do mundo, tanto na sua vida de futebolista, como na sua vida particular.
Quanto ao clube, neste momento só tenho a dizer que tenho vergonha do meu clube.
Pinto da Costa que se cuide, pois pode também sair do clube, não pela porta pequena, mas pela janela ao pontapé.

Saudações ao nosso eterno CAPITÃO.

Anónimo disse...

Pinto da Costa bem pode — num acto que no passado deu frutos mas que agora surge como uma deslocada provocação aos adeptos prolongar-lhe o contrato de dois para três anos, sem que os resultados ou o mérito o justifiquem. Mas, a continuar assim, o problema do presidente do FC Porto, para a próxima época e a seguinte, vai ser o de convencer os sócios de lugar cativo a renovarem os seus lugares. E, sem eles, não há público no Dragão nem dinheiro para o festival de compras do Verão.


Ontem à noite, contra o Gil Vicente, foram os gritos dos adeptos, por exemplo, que obrigaram Co Adriaanse a perceber, quase no fim, aquilo que qualquer adepto habitual de futebol já tinha percebido: que era preciso refrescar o ataque, tirar aquele estranho caso patológico em que se transformou o Jorginho e tirar omais que desgastado Lisandro López. Se ficasse aqui a enumerar todas as situações gritantes, evidentes, em que o treinador do FC Porto foi a única pessoa no estádio a não perceber o que se estava a passar no jogo, nunca mais acabaria. Eu olho para ele e vejo-o sempre sem expressão, sem reacção, incapaz de comunicar com os jogadores, de transmitir ordens para dentro, de ver o jogo decorrer conforme uma estratégia planeada (como faziaMourinho), ou, ao menos, de corrigir as coisas no decorrer do jogo (como fazia António Oliveira). Vejo-o sim dar asas aos jogadores e depois liquidá- los sem explicação; promover a indiscutíveis jogadores que nada provam e subitamente desprezar outros que toda a gente percebe que são mais-valias, como já sucedeu com Quaresma e agora sucede com McCarthy. Tudo sem nexo, sem critério, sem correspondência com o que se vê durante os jogos. Tudo aparentes caprichos de um vaidoso que não tem currículo para o ser. Adriaanse deveria ter aprendido a lição de Mourinho: não é vaidoso quem quer, mas quem pode.

MST em ABOLA

Anónimo disse...

Obrigada por TUDO, grande Capitão.
Vou torcer sempre por ti, estejas onde estiveres.

Saudações portistas (inclusivamente a ti, Jorge, pois todos sabemos qual é e será sempre o clube do teu coração)

Nuno disse...

Pá, sobre joelhos eu até fui operado ao cruzado anterior (tal como o Jorge), e custa a recuperação... não pelas dôres, não pelo incómodo... custa porque é muito tempo inactivo, a ver a bola saltar e não se lhe poder tocar. E "sorte" teve ele em ter feito as lesões sendo jogador profissional... tem/teve as melhores condições, tempo e disponibilidade total para recuperar convenientemente. Ainda assim, é obviamente um enorme mérito ter recuperado de lesões tão graves e ter voltado sempre em grande nível.

Tenho pena que ele saia assim, por tudo o que deu ao clube, no entanto, e conforme já expliquei em comentários anteriores, sinto que, como Capitão do clube dá um péssimo exemplo.

Que tenha sorte...

Anónimo disse...

Ó Nuno, como é que podes dizer que o Jorge Costa é um mau exemplo como capitão ?! Nem o Vítor Baía o é!!! Da última vez trocou o Pedro Emanuel e colocou um gajo que nem sequer está no clube há um ano. NORMALMENTE, normalmente, nos clubes em Portugal, o capitão de equipa é o jogador mais antigo NO CLUBE em campo. Aparentemente na Holanda deve ser ao contrário. O Jorge Costa FOI LOGO ENCOSTADO por este treinador inútil como demonstração de força no balneário. Tem saído tudo ao contrário a este anormal. TAL como o MST diz (e eu concordo plenamente) as derrotas este ano do FCPorto tem a assinatura indelével do treinador, que é de facto incompetente.

Penso que houve um equívoco lamentável por parte do nosso presidente: deveria ter contratado o Koeman e a abécula que temos ia para os lampiões; ou acham que a equipa não jogaria muito melhor?! Pelo menos esse já JOGOU e GANHOU títulos como JOGADOR e TREINADOR. E jogou em Espanha. Pelo menos o futebol é mais perecido com o nosso. Este não faço a mínima.

Bem, a minha revolta é tão grande que não nunca deixarei de apontar o dedo ao presidente - que sempre defendi - por estar a permitir as enormidades que este incompetente anda a fazer. Mas não será por isso que deixarei de ter respeito pelo PC, pois fez muito pelo FCPorto e que é o seu clube, ao contrário de outros presidentes de clubes.

Nuno disse...

Tás a confundir o que é um Capitão do grupo, de balneário, com um capitão dentro do campo, o capitão dos 11 que começam a partida... Ou o João Pinto por ter deixado de ser titular deixou de ser Capitão??

Isso de ter jogado e ter treinado e ter ganho títulos não conta para nada... desde que este os ganhe aqui, isso é que importa!! Que me interessa a mim ter um treinador que ganhou 20 títulos no "Unidos ao garrafão" e depois venha para o FCP e não vença nada??