quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

JOSÉ MANUEL RIBEIRO

Reforços

Já descontando o desmentido flagrante que ontem Pinto da Costa fez ao treinador e recorrendo, ou não, ao que o próprio Victor Fernandez nos disse há dias, é óbvio que o FC Porto precisa de reforços. Esta é a semana errada para o negar. Constatadas as limitações de Maniche e até de Costinha, reconfirmada a falta de substitutos que mantenham a qualidade do meio-campo, anotados os jogos em que faltaram médios, o buraco é bem visível. Saíram Pedro Mendes e Alenitchev, entraram Raul Meireles e Hugo Leal. A diferença para a época passada resume-se quase a um silogismo que devia ser esclarecedor. Embora não se possa ser definitivo quanto ao valor nem de um nem de outro, ninguém pode dizer que algum deles conseguiu afirmar-se na equipa ou sequer entrar no grupo dos verdadeiros recursos do treinador, ao contrário dos antecessores, sempre muito utilizados ao longo da época e decisivos em várias ocasiões. Ainda que se possa considerar a ascensão de Bosingwa um reforço por si só - e talvez inflacionado, ainda assim -, continua a faltar um médio para completar o jogo de ferramentas que foram imprescindíveis na última temporada, usando um sistema semelhante ao de Victor Fernandez. Na altura, nem Maniche nem Costinha acusavam desgaste físico ou competitivo. Não tinham uma Liga dos Campeões completa às costas, nem quase dois meses de Europeu registados no livro de revisões, nem Deco se negava ao trabalho de sapa que Diego ainda não faz. Por que razão haveria de conseguir este FC Porto sobreviver com menos do que precisou o anterior, sobretudo se nem o melhor (e único) quarteto do meio-campo convenceu mais do que dois jogos seguidos? Parece uma pergunta pertinente, não parece? Mas é claro que Victor Fernandez já lhe tinha dado resposta, de várias maneiras, na semana passada. Esta não é propriamente uma discussão que faça sentido.

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