quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

DERLEI, DIEGO E CARLOS ALBERTO

Segundo li hoje, a Direcção informou todos os jogadores para estarem presentes na cerimónia de ontem com o Primeiro Ministro. Não compareceram Costinha e Pedro Emanuel, por se encontrarem doentes. Também não compareceram Suas Excelências Diego e Derlei, que se recusaram a ir, sem darem qualquer justificação. Qualquer um percebe que foi vingançazinha infantil por estarem magoadinhos pelo castigo imposto pelo atraso no retorno do forrobodó em terras de Vera Cruz.
Ora, começo a perder a paciência com os brasileiros e com estes dois em particular. O Derlei parece querer apagar toda a imagem espectacular que deixou em dois anos. De "comedor de relva", de superador de lesões em tempo record, de homem-golo das finais, parece querer passar a arruaceiro e indisciplinado. Infelizmente, a conclusão que sou forçado a tirar é que, enquanto não era ninguém, teve que se esforçar para ganhar o seu espaço. Agora que é rico e mimado, que ganhou tudo o que há para ganhar, deixa cair a máscara, ou pelo menos, transformou-se. Mais um corrompido pela fama, dinheiro e títulos. Em vez de acatar com serenidade o erro que cometeu, justifica-se com desculpas esfarrapadas. Palita-me que ele e os outros compatriotas combinaram previamente o atraso, julgando que, sendo muitos, o Clube não ia prescindir deles, nem castigá-los.
Quanto ao Diego, parace querer tomar o destino do amigo Carlos Alberto. Ainda não mostra consistência, está cá há poucos meses e já se permite estes luxos. Acha normal vir com 19 anos para o Campeão da Europa e tomar estas atitudes. Deve julgar que o Porto, sem dinheiro se comparado com os milionários, atinge esta glória toda por ser um clube desorganizado que patrocina rave parties. Ou aprende, ou vai embora. Independentemente do talento que tenha e do preço que custou. Isto não é escola de samba. Erros são admissíveis, mas punidos. Agora birrinhas e reincidências, sem admissão das falhas e transformando-se de arguido em vítima é que não.
Quanto ao Carlos Alberto, tenho pena pelo talento inesgotável que demonstrou. Quando me lembro dos dois jogos com o Manchester e muitos outros pormenores e como amante de futebol, só posso ter pena. Mas o que disse para o Diego vale para ele a dobrar.
Como é que o nosso clube se pode dar ao luxo de ter o Bicho e o Baía, apesar do estatuto, a dar o litro todos os dias e termos os meninos a desestabilizar?
Não nos esqueçamos que se chegámos onde chegámos foi, no primeiro ano, com dois brasileiros e nove portugueses no onze titular, mais o Dimitri. No segundo, trocámos o Postiga pelo Benni e a meio chegou o Carlos Alberto. Agora deixámos sair o Paulo, o Kaiser, o Pedro Mendes. Saiu ainda o Deco, que era mais português, mesmo no profissionalismo, do que Brasileiro e o Dimitri. Este ano aterrou uma colónia brasileira. Com estes resultados... Por isso, termino dizendo que não me importo se nada ganharmos este ano e o próximo, desde que se lipe o balneário e se recomece tudo com o maior número de portugueses. Estrangeiros, só como o Seitarids e o Benni. Curiosamente, estrangeiros que nunca se atrasam, mesmo quando vão às slecções (honra seja feita ao Fabuloso, que foi o único do contingente brasileiro a chegar a horas. O FC Porto e a sua dignidade são mais importantes do que qualquer jogador, por melhor que seja. Se o caso Liedson fosse no Porto e ele jogasse no Domingo, eu não ia ao jogo e se calhar não punha os pés no estádio o resto da época. Quanto aos nossos castigados, temos na equipa B muitos jovens a querer mostrar serviço - Vierinha, Bruno Gama, entre outros artistas. Antes a derrota com o Rio Ave com a dignidade intacta, do que a vitória, mas ficando-se refém do capricho dos jogadores.

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