Comunicado do site do FC Porto:
"Há quem esfregue as mãos de contente, há quem destape paixões que até aqui tentou camuflar, há quem desvie o olhar das evidências e há quem dispa o fato da ética e exiba a alma (podre) que carrega. É este o cenário actual do futebol português. Entre o forte aroma da naftalina libertado, ao fim de uma década de penúria, pelos precipitados, detectam-se desatinos e falsidades a um ritmo alucinante, aleivosias e mentiras ardilosas capazes de fazer corar até a mais maquiavélica das criaturas.
A despistagem destes focos infecciosos é fácil. Basta uma dose mínima de atenção. Ao que tem sido dito e feito, às ocorrências semanais e aos escritos acicatados por uma paixão que devia ser contrariada. Não é requerida qualquer composição química especial. É só olhar e ver. Está tudo lá. Escarrapachado. Mesmo assim, há quem não veja. Ou melhor, quem não queira ver. E não seja leal aos princípios que diz ter.
Neste clã invisual, todavia, encontram-se fenómenos mais complexos, espécimens com comportamentos obtusos, desviantes aqui e ali, anedóticos quase sempre. Estas amostras também estão disseminadas pelos diversos sectores. Podem dirigir ou relatar, arbitrar ou comandar. Detectam-se à primeira vista. Percebê-los é que se apresenta um pouco mais complicado.
Peguemos, a título de exemplo, nas declarações de ontem do presidente de um emblema verde e branco. Juntando as peças do seu discurso de sentido múltiplo, liberta-se uma série de deduções, de tentativas de decifração bastante válidas.
O que é um sapo? Será uma grande penalidade favorável ao adversário bracarense que ficou por assinalar? E porque é que é difícil de engolir? Será porque o resultado estava 0-0 e a ocorrência cambiaria fatalmente os destinos de um desafio decisivo? Ou será porque, horas antes, tinha havido referências a outros «escandalosamente ajudados», num tom virginal, mas, como viria a confirmar-se, completamente descabido? E quem é que fica a assobiar para o ar? Será o próprio, que tira benefícios do batráquio? Ou será, em alternativa, quem zela pelo bom funcionamento do jogo e nada faz? Ou, em terceira opção, quem tem a missão de analisar e escreve como se nada tivesse sucedido? Neste limbo entre o real e o imaginário, neste mundo virtual que não pára de nos surpreender, há espaço para todas as possibilidades. Nada é novo, mas tudo é espantoso.
Ainda há uns dias, o mundo do sapo que assobia para o ar gerou mais uma pérola. O que dirá a nossa sanidade mental quando o mesmo presidente verde e branco grita que é a pior das promiscuidades uma SAD concorrente mudar um jogo para a ponta soalheira do país e depois comparece numa reunião de intenções edificantes com o principal beneficiado dessa maquinação? O que pensarão os seguidores da sua causa? Não é caso para o sapo se transformar em elefante? Ou será esta a deixa para todos os outros assobiarem para o ar?"
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