quinta-feira, 19 de maio de 2005

A CLASSE E A FALTA DELA

A lagartagem perdeu ontem oportunidde quase única de ganhar um troféu europeu, apesar de ter tudo a seu favor. Em primeiro lugar, tem a melhor equipa de que me lembro ver naquele clube. Depois, jogava em casa com 90% de adeptos do seu lado. Apesar disso perdeu. E perdeu bem. Porque não tem, nem teve classe. Tal como a selecção do Peseteiro e do Abominável Homem Gaúcho no Euro 2004 não a teve.
Não fiquei minimamente triste com a derrota até porque, não sendo hipócrita nem politicamente correcto, estava a torcer pelos russos. Se a lagartada é nossa rival no que concerne a conquista de títulos nacionais, também o é em termos internacionais. O mesmo motivo que me leva a torcer pelo Setúbal na Taça de Portugal fez-me torcer pelo CSKA. Depois, a derrota ainda valoriza mais as nossa conquistas. Em 87, desconhecidos na Europa, a jogar com 80% de público adversário, contra uma das maiores equipas da Europa e depois de estar a perder, demos a volta, da forma exuberante que toda a gente sabe. Porque havia qualidade e classe na equipa. Em Sevilha, também com esmagadora maioria de público adversário, com Postiga castigado, com a lesão de Jankauskas na véspera do jogo, com a lesão do Costinha nos primeiros minutos, com duas vantagens perdidas, arranjámos forças para uma definitiva vantagem no marcador. Esbanjávamos classe. Por fim, na última final e a primeira em que éramos claramente favoritos e dominávamos em termos de públicos, cumprimos a obrigação com à vontade. Assumimos e cumprimos.
A lagartagem e a selecção chegaram aos trancos e barrancos à final, com teimosias à mistura. Jogando em casa e claramente favoritos, claudicaram. Graças aos treinadores e seus disparates e ao Aviário do Montijo - ele próprio exemplo máximo das referidas teimosias e disparates.
A perda da Uefa pelos lagartos é merecida sobretudo por 3 pessoas. Em primeiro lugar, o Sr. Alzheimer. Anda de mão dada com o Kadafi, é comido todos os dias por lorpa e não percebe, cego que está de ódio pelo Porto. Em segundo, pelo Servente do Capataz Moçambicano. Merece-o porque resolveu armar-se em Mourinho e inventar, sem saber, nem sequer tendo estudado minimamente o adversário. Mas sobretudo mereço-o por ter oferecido de bandeja o título aos lampiões. Em vez de pensar num título de cada vez, resolve poupar-se, resolve criar a vergonhosa rábula do 10º amarelo do Enganador e resolve jogar à defesa 85 minutos. Teve o que acontece na maior parte dos casos. Perdeu o título no qual jogou à defesa e perdeu aquele para o qual se poupou.
Por último, a semana negra é merecida pelo Aviário do Montijo. Em bom rigor, a culpa não é dele. É mais do destreinador da selecção, do Madaíl e da comunicação social que o endeusa, só para justificar o injustificável - a não convocação do Baía. Podia ser o Marco Tábuas, o Hilário ou outro qualquer. Calhou ser ele estar mais a jeito para esse efeito. Ele não tem culpa disso, nem de ser frangueiro. Mas não deixa de ser curioso que tenha enterrado na final do Euro, no jogo do título (tal como já havia feito no Dragão) e na final da Uefa. 3 títulos a menos graças a si - dois em 4 dias. O prémio foi a convocatória para a selecção. Já sabemos que o Baía não vai, tal como não iria o Jorge Costa, por serem testemunhas do Oliveira no processo contra a FPF por despedimento ilícito. Foi condição sine qua non para o brasileiro vir destreinar a selecção. Por isso, cada frango decisivo torna-se num momento orgástico para mim. Ontem então, foi uma orgia! Parece que o resto do País, a avaliar pelas reacções de hoje, começa, mais uma vez, a dar-nos razão nesta matéria. Hoje, só hoje, o Aviário é crucificado. Pode ser que daqui a uns tempos se insurjam contra o affair Baía...

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