Pois é, tal como a razão nos dizia, mas a emoção não nos queria deixar ver, fomos eliminados.
E fomos eliminados justamente. Porque fomos uma equipa fraquinha, que cometeu muitos erros e que não merece a continuação na Liga dos Campeões, até para evitar o desprestígio do nosso clube.
Mas como em tudo, quando estamos mal, até os cães nos urinam em cima. Começamos o jogo mal, muito mal, horrivelmente. Passes falhados uns atrás dos outros em zonas perigosas, dos quais um dá o primeiro golo ao Inter, não sem que a sorte nos vire as costas, pois o corte do GRANDE Pedro Emanuel, poderia ter dado para tudo, mas deu para se encaminhar para a baliza.
Depois começamos com o pontapé para a frente. Sem calma, sem discernimento, como se não tivessemos meio-campo e perante isto, pouco ou nada havia a fazer.
Uma segunda parte com algum esforço e dedicação, mas sem discernimento. Costinha fez um dos piores jogos que alguma vez vi. Uma autêntica miséria. Parecia que a cabeça queria mas o corpo não obedecia.
A fustração de alguns jogadores era total. As palavras do nosso grande capitão no final do jogo são elucidativas.
Porém, em relação ao jogo de ontem tenho de prestar um tributo enorme a um jogador. Que fez aquilo que lhe pedi aqui ontem. O lance em que corta a bola na linha de golo, apesar de lesionado, é a demonstração do querer e da mística que tanto apregoamos. Um bem haja PEDRO EMANUEL.
Outros, que nós conhecemos bem, também o tiveram. O nosso capitão, por exemplo. Mas individualizo no Pedro, porque penso que é da mais elementar justiça.
Agora, neste momento, não há esperança, não há nada. Somos uma equipa completamente á deriva. Destroçada. Não sei o que esperar deste Mágico Porto.
O que sei e o que não posso permitir, são as críticas hediondas feitas ao nosso Presidente.
O homem pode ter falhado este ano. Pode ter errado. Mas ninguém é perfeito. O que sei é que um homem que nos deu tanto em tão pouco tempo, que tornou o Mágico Porto no colosso Mundial que é, não pode ser enxovalhado como um qualquer ganapo que aqui chegou à meia dúzia de dias.
As lutas que ele travou em prol do Mágico Porto. O empenho dele em fazer este clube o que é hoje. O transformar-nos em Dragões, em vez dos simpáticos Andrades (que muitos falam e nem sabem a que se deve esta alcunha, pois se o soubessem, talvez se calassem muitas vezes) que atravessavam a ponte e já estavam a perder, não pode ser esquecido em meia dúzia de dias.
Já estou habituado a que o povo português tenha memória curta, mesmo muito curta.
Já estou habituado a que o povo português seja ingrato para com aqueles que lhe dão mais alegrias.
Já estou habituado à crítica, por inveja, do povo português, aos vencedores.
Estou habituado a ver isso tudo, mas não faço parte deles. E espero que todos os portistas não façam parte desse rol. Porque o homem não merece e, neste momento, sofre tanto ou mais do que nós, tal como se viu no final do jogo contra o Penafiel.
Vamos lá ver o que o futuro nos reserva.
Mais uma vez, e porque a situação assim o exige, um abraço de amizade e união para todos os Dragões.
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