terça-feira, 12 de abril de 2005

O ALZHEIMER DA CUNHA E A CONJUNTURA DO FUTEBOL PORTUGUÊS

O Alzheimer da Cunha voltou a brindar-nos no pretérito fim de semana com um dos seus habituais choradinhos do "é o sistema". Já nem vou comentar a imbecilidade dessas declarações e o seu total despropósito face ao teor das arbiragens nos jogos da sua equipa contra o Porto e contra o Beira mar (curiosamente, esta um dia depois das ditas declarações). Nem vou relembrar mais um esbulho no Bessa. Queria antes falar de quão desfasado o senil idoso está da realidade futebolística nacional. Desfasamento esse que, em primeira instância, só prejudica o seu clube.
Na verdade, em tais afirmações, comparou uma arbitragem dum árbitro qualquer com outra feita num nosso jogo, concluindo que nós fomos beneficiados e eles prejudicados. Cada vez que consegue articular mais do que três palavras seguidas, só destila ódio contra nós. Ao mesmo tempo, desfaz-se em cortesias para com os seus vizinhos, que o enganam e o comem vivo sem que ele se aperceba. Exemplo disso mesmo foi o convite endereçado a dois dirigentes lampiões para assistirem in loco ao roubo na Sanita XXI, mesmo depois de ter sido ele roubado no jogo da taça. Só ele não percebeu que a arbitragem desse jogo connosco não teve como objectivo ajudar o seu clube, mas dar um empurrão aos milhafres, afastando um segundo candidato ao título. Todo o país, menos ele, entendeu que estava tudo já preparado na sede da Liga para que fosse esse o desfecho do jogo. E depois admira-se que as pessoas competentes do seu clube abandonem em massa os cargos directivos...
O caquético indivíduo não se convence do seguinte: a fazer alianças com um rival, só poderia ser o Porto (deus nos livre e guarde!). O grande rival deles é o mesmo que o nosso. De certa forma, embora muito menos grave, são também ostracizados pelos vizinhos na comunicação social. Em termos de escolhas cozinhadas entre a Liga, Comissão Disciplinar e arbitragem, eles serão sempre preteridos em favor dos vermelhos.
Aquele cérebro mirrado não compreendeu que, antes da entrada em cena do Leal das Cunhas e do proferimento da célebre frase "mais vale ganhar as eleições na Liga do que comprar jogadores", ele ganhou dois campeonatos, um dos quais quebrando o jejum de 19 anos, embora as equipas fossem muito inferiores à actual. Infelizmente, não compreende também (ao contrário, penso eu, dos adeptos, pelo menos aqueles que conheço)que, mal por mal, é preferível para ele que ganhe o Porto que os milhafres. Isto porque o Porto, apesar de ser o dominador incontestável do futebol nacional há 15, 20 anos, não consegue ter o apoio, a admiração, o respeito e a imparcialidade por parte da comunicação social. Antes pelo contrário, quanto mais ganha, mais ódios gera. No seio dos adeptos de outros clubes, a mesma coisa. Por seu turno, os milhafres, apesar de penarem há dez anos, têm tratamento de luxo por parte de jornais, televisões, rádios, comentadores, relatadores, enfim, de toda a escumalha que se sustenta às custas do desporto-rei. Todos nós trememos só de pensar na hipótese dos milhafres ganahrem este campeonato. Durante 6 meses, terrmos entrevistas especiais aos jogadores e dirigentes, 4 edições diárias do Avante Lampião, um Big Brother especial só de jogadores vermelhos, enfim, toda uma gama inesgotável de masturbação e exaltação lampiónica. A partir desse ponto, tudo o que nós conseguimos desmorona-se como um castelo de cartas. Está dado o passo final para voltarmos aos tempos do Calabote. As arbitragens desavergonhadas deste ano serão multiplicadas por 10, as campanhas vergonhosas do género "Olegário para a fogueira por não ter sancionado um golo numa bola que entrou 15 metros na baliza" passarão a ter carácter diário e o Leal das Cunhas fará aprovar uma alteração nos Regulamentos da Liga que lhe atribuirá o cargo de Presidente Vitalício. Nada de anormal, se atentarmos ao facto que nos tempos do antigamente, o Presidente da Federação, por regulamento era indicado à vez pelos clubes de Lisboa.
Por todos estes factos que acabo de descrever é que eu prefiro, mil vezes, que o seu clube ganhe o campeonato do que os lampiões. Até nem me importei com o facto de terem ganho ao Beira-Mar daquela maneira. É que, tendo uma visão estrutural do futebol lusitano, é muito menos prejudicial aos nossos interesses não disputarmos a Liga dos Campeões no próximo ano, ganhando os lagartos ou o Braga o campeonato, do que roubarmos esse lugar aos lagartos, mas ganhar o benfas o campeonato.
Espero sinceramente que o alienado personagem não venha a ter um momento de lucidez, revendo as suas alianças e dando-me razão, daqui a uns anos. Significaria isso que o Kadahfi do cautchú teria alcançado o seu desiderato.

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