quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Outras opiniões I

F.C. Porto: ainda bem que acabou
Luís Sobral, Mais Futebol


Apetece dizer que o melhor para o F.C. Porto foi ter chegado ao fim a temporada europeia.

Pode ser uma frase dura, mas, curioso, será também a que mais protege o prestígio de um clube que este ano simplesmente fez tudo ao contrário do que se exigia. Assim pelo menos poderá concentrar-se nas competições caseiras e esquecer depressa.

Continuando com as frases duras e, eu sei!, discutíveis, parece-me que a culpa desta má campanha é sobretudo de Co Adriaanse, o treinador.

Não se trata de «bater no treinador» como explicação mais fácil na hora das derrotas. Não, estou sinceramente convencido que o holandês nunca ofereceu à equipa o fato certo para cada um dos seis jogos.

Claro que as duas primeiras derrotas são as mais dolorosas. Aconteceram naquela fase em que Co Adriaanse pensava em si como o treinador da melhor equipa europeia, coisa que o F.C. Porto deixou de ser no dia em que Mourinho teve de sair com seguranças do aeroporto Sá Carneiro e nem à festa foi.

Se nos dois primeiros jogos o F.C. Porto era todo entusiasmo ofensivo e muito por causa disso perdeu com adversários menores, já em Itália Adriaanse foi conservador de mais e frente ao Glasgow, no Dragão, revelou-se incapaz de fazer o suficiente para garantir um golo que merecera.

Como se não bastasse, Adriaanse foi a meio da semana ver o Artmedia, mas isso não foi suficiente para pensar numa estratégia a seguir se em vez de um relvado existisse um lamaçal.

Naquelas condições, o F.C. Porto precisava de jogadores fortes, empenhados e, já agora, de um golpe de génio do treinador. Não de substituições como a de Quaresma por Jorginho ou a de Pedro Emanuel por Bosingwa.

Se querem, para terminar, uma frase forte e, eu sei!, discutível ela aí fica: Co Adriaanse, pese a idade, tem pouca experiência destas coisas europeias e isso notou-se. Demasiado. Para bem do F.C. Porto, que tudo isto tenha servido ao menos para o treinador holandês aprender duas ou três coisas.

Uma delas é evitar frases como aquela de segunda-feira («Se jogarmos dez vezes com o Artmedia como jogámos no Dragão, ganhamos nove!»), atirada para o ar na conferência de imprensa: quando caem têm o dobro do peso e só servem para incentivar o adversário.

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