quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Consagração, por Jorge Maia in "o Jogo"

Marek Cech não é um nome que se ouça todos os dias. Pelo menos não era. O mais recente reforço do FC Porto não é exactamente um consagrado mas isso também não é necessariamente um defeito. Quando Nuno Valente chegou ao FC Porto também não era um consagrado mas foi com esse estatuto que saiu, tal como aconteceu, de resto, com Paulo Ferreira, Maniche e, que diabos, até com José Mourinho. O que não faltam é exemplos de jogadores e treinadores que chegaram ao FC Porto como notas de rodapé e saíram com honras de primeira página. E no fundo, o que interessa ao clube é exactamente o processo que leva uma jovem promessa a transformar-se numa certeza, o mesmo processo que transforma o investimento de um milhão de euros no lucro de vários milhões de contos e que passa, invariavelmente, pelo sucesso desportivo e pela conquista de títulos. Marek Cech não é um consagrado mas quer ser e quer sê-lo no FC Porto, o que significa que tem o potencial para repetir uma história que foi contada dezenas de vezes nas últimas temporadas. Melhor do que comprar um jogador consagrado pelos títulos que conquistou noutros clubes, é vender um jogador consagrado pelos títulos que conquistou pelo FC Porto. De resto, a balança de transacções do clube está cheia de provas disso mesmo.


Ora, a contratação de um internacional eslovaco de 22 anos de idade é também uma afirmação. Uma afirmação de comprometimento por parte de Co Adriaanse em relação ao seu projecto para o FC Porto. Depois de encerrado um ciclo de grandes vitórias a nível interno e externo, o treinador holandês está a construir uma equipa de longo prazo, como prova a aposta em jogadores jovens e com larga margem de progressão. O FC Porto de Co Adriaanse não é só uma equipa para consumo imediato, é um projecto de médio e longo prazo. Um projecto para transformar promessas em certezas através do único processo com resultados garantidos: ganhar tudo e mais alguma coisa.

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