Deuses do Futebol

O jornal Público, que considero credível, está nesta altura a apresentar uma colecção de DVD's denominada "Deuses do Futebol", dedicada, claro está, aos mágicos que ao longo destas últimas décadas televisivas têm preenchido os relvados, e os ecrans de TV, em todo o mundo.

Colecção essa quase irrepreensível. Está lá o Maradona, o Ronaldo, o Zidane, o Matthaus, o Gullit, o Baggio, o Platini e o Pelé. Mas no meio destas estrelas maiores do futebol estão alguns cuja qualidade é indiscutivel mas daí a alcandorarem-se ao estatuto de "Deuses do Futebol" é muito duvidosa: o Shevechenko, o Del Piero e o Batistuta.

Poderiam ainda lá estar muitos outros, com toda a certeza. De repente, lembro-me do Croift, do Beckenbauer, do Zico, do Van Basten, do Madjer, do Cubillas, porque não, do Eusébio e do Futre, só para falar de alguns que nos são mais familiares ou recentes, para não falar de um Deco, Ronaldinho ou até do Figo ainda em actividade.

Mas o que me chocou mais foi lá ver misturado um senhor, cujo estilo elegante apreciei quando lá havia alguma velocidade também, mas que nunca me passaria pela cabeça ver incluído no rol dos Deuses do Futebol. Porque nunca teve curriculo para isso, nunca as suas equipas ganharam nada por sua causa (exemplo: Futre transformou o Atlético de Madrid num clube de 2ª em campeão de Espanha e sempre na luta pelo titulo, depois dele sair o clube voltou a descer de divisão) e apenas amealhou alguns titulos na fase descendente da sua carreira enquanto suplente do Kaká no AC Milan, clube que é sempre favorito a ganhar todas as provas em que entra.

É um escandalo e um insulto para os apreciadores de bom futebol, que se habituaram a considerar como o momento mais mágico do futebol da liga dos campeões aquele calcanhar que faz hoje 19 anos exactos que Rabah Madjer executou, como dizia é um escandalo que esse senhor seja considerado um "Deus do Futebol". Patriotismo, tudo bem, mas isto raia a insanidade...