terça-feira, 3 de abril de 2007

Passada uma ínfima parte da azia,

e para não bater muito, que é o que me apetece, transcrevo o comentário de Alcides Freire no jornal O Jogo.

"Cara e coroa
ALCIDES FREIRE

Se Jesualdo Ferreira foi para o Estádio da Luz convencido de que regressaria a casa derrotado, tem por estes dias todas as razões para estar feliz. Afinal, não perdeu. Mas sobram-lhe poucos motivos para estar satisfeito.

No caso de o objectivo ter sido manter o FC Porto na liderança, a qualquer preço, pode sorrir sempre que lhe baterem à porta, mas se parar para pensar apenas nos 90 minutos do clássico encontrará razões para fechar a cara, enrijecer a expressão e esconder o sorriso.

Não basta passar pelo Inferno e sair de lá vivo e algo chamuscado. O FC Porto do clássico manteve a tendência suicida de achar que os jogos têm menos de 90 minutos. Chelsea, os dois jogos com o Sporting e até mesmo o embate com o Benfica no Estádio do Dragão, são disso exemplo.

Para este FC Porto a distância entre o céu e o purgatório mede-se em minutos e nestes jogos, especialmente, essa viagem tem durado tanto como o intervalo. No clássico da Luz, o FC Porto nunca poderia ter aceite tão passivamente a perda de protagonismo, passando de dominador a dominado.

Acabou condenado pela sabedoria popular resumida na ideia de que um cântaro não dura sempre, nem que para tal tenha de ser o dono a deixá-lo cair. E o FC Porto não teve mãos para o segurar 90 minutos, ainda mais porque a rendição das unidades mais desgastadas revelou-se errada.

Renteria não deve ainda saber como se agarra um cântaro em Portugal e Anderson não foi dado tempo para ajudar a mantê-lo intacto.
Apesar de tudo, até porque o Inferno até se revelou ameno, o FC Porto de Jesualdo continua na liderança e ganhou vantagem no confronto directo com um dos candidatos ao título. O que é suficiente para provocar inveja em, pelo menos, duas equipas portuguesas."

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