terça-feira, 20 de julho de 2004

" Para mim, perder é a pior coisa do mundo" - Vitor Baía

Hoje é dia do Grande Baía. Por isso também eu aqui escrevo algo sobre o nosso Campeão.
 
Vítor Manuel Martins Baía ainda não tem 14 anos quando assina pelo FC Porto.
Conta-se uma história interessante acerca da sua contratação: o "scout" do FC Porto foi convidado para ir ao campo do Académico de Leça para ver dois miúdos: um que tinha jeito para a bola, e que marcava montes de golos, e que dava pelo nome de Domingos Paciência; outro, guarda-redes.
O olheiro viu o jogo, e de imediato quis contratar o avançado...mas também o guarda-redes, que considerou valioso. O caricato é que este não era o guarda-redes que o olheiro lá tinha ido ver, mas sim Vítor Baía, na altura suplente, colocado a jogar pelo treinador, com medo que o FC Porto lhe levasse o guarda-redes titular!
Com a tenra idade de 16 anos, é aconselhado a deixar de jogar futebol devido a uma lesão no braço que lhe poderia provocar problemas circulatórios. Felizmente continuou.
Campeão Nacional em diversas categorias jovens ao serviço do Mágico Porto, quando atinge idade de sénior tem na sua frente o outro nosso guardião Campeão da Europa, o nosso "Mly".
Baía renuncia ao Mundial de Juniores, disputado em 1989 em Riadh, na Arábia Saudita, onde Portugal se viria a sagrar Campeão do Mundo, para se dedicar ao nosso clube.
Aos 19 anos, é  titular num célebre jogo frente ao Vitória de Guimarães, ficando na memória uma exibição memorável de um jovem de apenas 19 anos.
Tornou-se num dos mais importantes guardiões da sua geração, não sendo de estranhar, assim, a transferência para o Barcelona.
No primeiro ano é considerado o melhor jogador estrangeiro em Espanha que até leva Valdano (do arqui-rival) a dizer que "Baía tem tanta classe, que até a sofrer golos a mantém".
Com a ida de um treinador holandês, é preterido em favor de outro da nacionalidade do treinador. As lesões também o começaram a trair.
Esse e outros factores deixaram o nosso Monstro das Balizas insatisfeito, tendo revelado a sua vontade de abandonar o Barça para regressar a sua casa, o Mágico Porto.
Mas depois vieram as célebres lesões que o afastaram da selecção entre 16 de Agosto de 2001 e 17 de Abril de 2002. Lesões sucessivas nos joelhos ditaram paragens longas, num penoso processo que durou desde 1997 e que meteu cinco operações pelo meio.
A sua participação no Euro-2000 chegou a estar em dúvida, mas foi titular e ajudou Portugal a atingir as meias-finais.
O pior veio depois. No Mágico Porto, esteve ausente dos jogos oficiais entre Maio de 2000 e Dezembro de 2001.
Regressou em 2002 e em pleno e desde então, não mais parou de coleccionar importantes títulos para si e para o nosso Mágico Porto. A sua abnegação, raça e esforço haviam sido compensados e dá uma resposta cabal a quem já lhe havia vaticinado o fim.
Ganha a Taça UEFA e no final diz que "nenhum título se assemelha a este. Ganhar uma prova europeia pelo clube do meu coração faz-me sentir a pessoa mais feliz do mundo".
Mas não acabava aí. Baía é Campeão da Europa pelo clube do seu e nosso coração. Faz uma época brilhante, no seguimento da anterior.
Porém, apesar disto, um homem (uma besta), apoiado por muitos que odeiam Vitor Baía pelo que representa no Mágico Porto, comete a injustiça de não o convocar para o Campeonato da Europa a disputar no nosso País, considerando-o, assim, o quarto ou quinto guarda-redes Português. 
A Justiça é no entanto reposta pelo orgão máximo do Futebol Europeu. A UEFA considera-o o melhor guarda-redes da Europa de 2003-2004!!! Nada mais justo.
Vitor tem ainda mais três anos para dar alegrias a quem sempre o apoiou, esteve do seu lado, lhe reconheceu o mérito e que lhe são gratos :
NÓS, OS DRAGÕES, OS CAMPEÕES DA EUROPA!!!
Parabéns Vitor e Obrigado por tudo o que nos deste e que ainda darás.
Este é o meu tributo àquele que é o melhor guarda-redes Português de todos os tempos.

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