terça-feira, 27 de julho de 2004

It's a kind of Magic

Mourinho, Paulo Ferreira, depois Deco (chuinf), agora o Ricardo Carvalho. Não é que eu não confie, não é que ache que quem está não dê conta do recado, mas é angustiante começar a ver partir as pedras base da equipa do nosso contentamento.  Pelo menos o Ricardo não foi para o Real, tudo menos o Real... já do Barcelona gosto mais, são uns espanhóis "diferentes"! Oxalá me engane mas este Chelsea não me cheira nada bem, um gajo que aos 30 e tal anos tem o dinheiro que aquele russo tem e se dá ao luxo de ter 2 dos maiores iates privados do mundo e um clube de futebol, não me parece coisa boa. Espero que nenhum deles se arrependa. Mas adiante.

Que era impossível segurar o mágico, já me estava a mentalizar há anos... guardo dele a memória adorável que vou partilhar com todos. Uma final de taça com o Marítimo aqui há uns anos (perdoem-me a falha na precisão cronológica mas a memória já não é o que era). Ganhámos, pois claro (adoro encher a boca para dizer "Ganhámos" como se tivesse sido eu a estar lá dentro a correr!). Estava um dia de calor abrasador, atrás de mim nas bancadas estava o Fernando Mendes.  Não o das anedotas e programas que tais mas aquele que se pode orgulhar de ter jogado em todos os clubes que já foram na sua história campeões de Portugal e mesmo assim apregoar aos quatro ventos que foi no Porto que mais gostou de jogar, que o Porto tem um balneário diferente e que foi onde foi melhor tratado. Fernando dixit.

Mas voltemos ao Deco.  No final do jogo, já nem me lembro bem como mas graças a um amigo destas andanças que tem uma lábia do tamanho do mundo, conseguimos iludir os seguranças e escapulir-nos para a zona do balneário. Não era suposto estarmos ali onde só andavam jogadores, técnicos e demais vips, mas também ninguém nos mandou embora. E por ali estivemos (e arrependo-me até hoje amargamente de não ter levado a máquina fotográfica!) no meio "deles" todos. Eu sei que vi um jogador nu numa altura em que a porta do balneário se abriu mas nem me consigo lembrar quem era! (bolas, estou mesmo mal!).

O Deco, ainda um puto na altura, andava por ali sozinho sem destino, com um sorriso do tamanho do mundo, feliz e contente da vida, mochila às costas e um cachecol do FCP atado à cabeça. Quem se cruzasse com ele na rua, iria julgar que era só mais um miúdo, mais um adepto que tinha ido à bola. Mas aquela cena que me ficou na cabeça mesmo sem máquina fotográfica, mostrou-me um dos melhores jogadores do mundo em corpo franzino de um rapaz humilde. 

Desculpem a nostalgia mas é que já estou com saudades...

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