Jorge Costa oficializou ontem o fim da sua carreira futebolística, numa entrevista ao programa televisivo ‘Pontapé de saída’, da RTPN. O antigo internacional do FC Porto admitiu ao entrevistador e seu antigo colega de selecção Paulo Sousa que o seu futuro “irá passar obrigatoriamente pelo futebol. Só não sei se será amanhã ou daqui a dois anos... A carreira de um jogador tem um fim, mas a paixão continua”.
Numa longa entrevista de uma série que Paulo Sousa promete fazer junto de algumas personalidades ligadas ao futebol, Jorge Costa recuperou alguns dos momentos marcantes da sua carreira e reconheceu que foi José Mourinho quem o marcou mais: “Todos os treinadores me marcaram. Nem todos pela positiva... Mas não esperava aos 30 anos, quando já pensamos que sabemos muito, que fosse evoluir tanto como com o José Mourinho.”
Jorge Costa elogiou o actual técnico do Chelsea – “não só em termos tácticos como na relação com os jogadores” – recordando que foi com José Mourinho que pela primeira vez fez treino integrado.
O capitão do FC Porto relembra que a maior virtude da equipa que venceu a Taça UEFA e a Liga dos Campeões era a alegria que evidenciava, bem como o pressing alto. “Independentemente do 4x3x3, com losango ou sem losango, os princípios de jogo mantinham-se na Luz, em Alvalade ou em Manchester.”
O ‘Bicho’, como é conhecido no futebol, admitiu também a felicidade de ter trabalhado com Carlos Queirós e Nelo Vingada, quando ainda jovem deu os primeiros passos nas selecções – “foram fundamentais em termos tácticos e nos fundamentos do futebol”–, mas é a Costa Soares que deve o ingresso nas camadas jovens dos ‘dragões’: “Ao serviço do Foz, tive a felicidade de ter feito dois bons jogos com o FC Porto.”Nesta entrevista à RTPN, Jorge Costa ignorou os períodos críticos por que passou quando teve de deixar o FC Porto.
Primeiro para o Charlton, com Octávio Machado a treinador, e mais recentemente para o St. Liège (Bélgica), depois de não constar das opções de Co Adriaanse e ter declinado o convite para integrar a equipa técnica do holandês.Mas foi a quando da sua passagem das camadas jovens para os seniores, ingressando no Penafiel, que o carismático capitão cresceu como homem: “Foi um ano em que aprendi a sofrer. Vinha do FC Porto, onde tinha tudo. Passei a ter ordenados em atraso e tive de aprender a sofrer, a poupar e a contar o dinheiro... E como jogador, aprendi a lutar.”Agora, terminada uma carreira feita de mais êxitos do que infortúnios, Jorge Costa agradece o facto do seu nome continuar a ser um símbolo do FC Porto: “Sinto-me realizado por uma carreira de que me posso orgulhar”, concluiu.
José Mourinho marcou o ‘Bicho’, que não se esquece da forma como o então treinador do FC Porto preparava os jogos: “Com três a quatro semanas de antecedência, dizia: ‘tu daqui a quatro semanas vais estar castigado. Vais sair três dias com a tua família e desapareces... A família adora e nós ficamos contentes”, recorda Jorge Costa, que se sente eternamente grato ao agora técnico do Chelsea. “Um indivíduo que me dá três dias de folga, quando se está a discutir a Liga dos Campeões. Eu tenho de morrer em campo por este indivíduo... Não fazia só comigo, mas também com os outros”, recorda o capitão.
Jorge Paulo Costa Almeida nasceu no Porto a 10 de Outubro de 1971 (34 anos).
Iniciou a sua carreira de futebolista profissional no Penafiel (1990/91). Passou pelo Marítimo (1991/92) e ingressou no FC Porto em 1992 onde permaneceu até 2001. Com a entrada de Octávio Machado para treinador foi dispensado e ingressou nos ingleses no Charlton, regressando aos ‘Dragões’ no final da época (2002).
Permaneceu nas Antas 2005, ficando de fora das opções de Co Adriaanse.
Tinha contrato com o St. Liége (Bélgica).
2 comentários:
Um grande jogador, um grande capitão, um grande portista e um grande homem!
Obrigado por tudo, Jorge Costa!!!
http://anti-lampiao.blogs.sapo.pt
Enviar um comentário