Nunca o ambiente num clássico foi tão puro. Total ausência de animalária vermelha, ambiente fantástico a lembrar outros tempos, paixão azul e branca em todo o seu esplendor.
Jogo começado, massacre total e avassalador. Aos 20 minutos dois golos, um deles uma (mais uma) obra de arte daquele que não serve para a selecção do seu País e cheiro a goleada. Antes já havia tentado, mas a claque dos infiéis ainda não tinha chegado. Quaresma resolveu esperar e, mal a animalária entrou, espetou-lhes aquele balázio como prémio de boas vindas.
À meia hora, o parte-pernas grego, a exemplo do seu compatriota no ano passado, assassinou as pernas do menino prodígio, perante a complacência de Calabote, que não marca falta nem exibe nenhuma cartolina. Por isso, em dois clássicos, Andershow jogou apenas meia hora. Eu, se fosse jogador infiel (Deus me livre!), na verdade, faria o mesmo. Aquela meia hora em pareceria com o Harry Potter, dá cabo do juízo a qualquer adversário. Se não se pára a bem, para-se a mal. Vamo-nos habituando...
Na segunda parte tudo foi diferente. O nosso jogo ficou mais pausado, e os infiés reduzem fortuitamente pelo parte-pernas. Vai dái, Su Ferreira, num daqueles momentos de paragem cerebral a que nos vai acostumando faz a substituição mais assobrosa da história do futebol. Tira o genial Quaresma, melhor em campo a léguas de qualquer outro e mete... o Unifinta Sektioui. Era mesmo essa a substituição que o Porto precisava para segurar o jogo...
Vaí daí, teve o que merceia - o empate do adversário, a fazer lembrar tantos outros jogos semelhantes sob o comando do H3N1. Por sorte, Deus, não Alá, resolve aparecer e dar justiça ao marcador, com um golo de raça de Bruno Moraes, o jogador do plantel que mais merece esta alegria.
No final, o que interessava - a vitória. Mas quem viu a primeira meia hora pergunta - havia necessidade de passar da goleada ao sofrimento?? O responsável por tudo isso, Su Ferreira, como sempre, veio no final dizer que deviam ter ganho mais folgadamente, tal como na semana passada havia dito que não gostara da exibição. Eu pergunto: a culpa é de quem, SU?
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