sábado, 27 de agosto de 2005

A GOLEADA PASSOU AO LADO

No dia em que a RTP, em pleno cumprimento da sua função de serviço público, ofereceu ao País a transmissão da Supertaça Europeia, disputada entre 2 clubes que muito dizem aos portugueses, sem esperar por um despacho ministerial que a obrigasse a tal, o nosso Clube disputou mais um jogo para o campeonato.
Como diria o comentador de serviço, o jogo teve um herói inesperado chamado César Peixoto. Como há muito tempo deixei de acreditar no Pai Natal, vou esperar mais dez jornadas para ver se afinal o senhor de barbas compridas existe mesmo ou se foi apenas mais um dia de sorte daquele que parece ter nascido com o traseiro virado para a Lua. O mais importante a reter foi um jogo muito melhor do que o anterior. Domínio absoluto do jogo, desde o 1º minuto, chegando esse domínio a ser avassalador. Capacidade de controlar o sofrimento, apesar dos paios dos navalistas, que nada fizeram para marcar um golo sequer. Com a lesão do Raul Meireles, o meio campo ficou como eu quero - Diego, Lucho e Ibson. Mais uns jogos e eis o melhor meio campo da europa. A acompanhar este triunvirato, um Jorginho não tão exuberante como o costume e, sobretudo, um Lisandro que, qual tractor, leva tudo à frente. É deveras impressionante como os adversários o agarram, puxam, empurram e não o derrubam. Parece mesmo o Derlei, mas ainda com mais força. O único senão - de novo Postiga. Depois do ressurgimento no final da época passada, eis que parece transformar-se de novo em Bostiga. Caso o Hugo Almeida tivesse entrado mais cedo ou se o Benni tem jogado, estaríamos certamente perante a primeira goleada do campeonato. Isto porque jogámos com dez jogadores enquanto ele esteve o campo. O mesmo havia já sucedido com o Estrela. O que é uma lástima, porque face ao caudal ofensivo que esta equipa está destinada a produzir, é necessário um matador. Foi preciso o Peixoto ensinar ao Bostiga como se cabeceia...
Um destaque individual - Diego. Uma série de fintas primorosas, passes de morte e desmarcações. Quando aprender a rematar com força, será mesmo um caso seríssimo. De pedra e cal e toda a gente a rezar para que não haja lesões.
Por último, o Mister Adriaanse. Prometeu e parece cumprir com o futebol-espectáculo de ataque. Eu não estava à espera que em 2 ou 3 jogos essa faceta funcionasse a 100%, como não está ainda a funcionar. Mas pela amostra de ontem, com mais meia dúzia de jogos, ir ao Dragão vai, de novo, ser um autêntico regalo. E depois, não tem papas na língua e diz o que pensa. Nomeadamente ontem, quando disse que a diferença certa seriam 3 ou 4 golos. Isso deixa-me descansado. O homem podia ter ficado contente apenas com a vitória. Fez a leitura correcta do jogo, logo vai tentar melhorar para a próxima. Isto apesar de, quem lê os avantes e seus sucedâneos, só vê elogios à Naval, como se esta tivesse jogado alguma coisa. Mais grave do que isso, como se um jogo que teve 8 cantos contra zero a nosso favor só em 20 minutos de jogo, tivesse sido minimamente equilibrado. Ainda mais grave, como se o Porto tivesse jogado mal. Enfim, o nojo costumeiro. O que é bom sinal.


PS - nem quero acreditar que o Calabote tenha feito, pela primeira vez na vida, uma arbitragem boa num jogo do Porto. Ainda deve estar na pré-época...

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