segunda-feira, 13 de dezembro de 2004

We are the champions... of the world...

Estou tão habituada a ouvir esta música a propósito das conquistas do FCP nos últimos 20 anos que quando alguém tem o desplante de a tocar por causa de uma vitoriazeca rara de cacaracacá de um qualquer clube de bairro até me dão arrepios. A música é nossa, deviamos pedir o registo exclusivo aos Queen e devia ser proibido que outros a pudessem utilizar. Porque só a nós se aplica (e mais uma vez encho a boca para escrever NÓS) e só a NÓS nos assenta bem. Não acham?

Mais uma vez, num esforço sobrehumano a que poucos dão valor (e porque raio é que esta coisa tem de ser sempre jogada no Japão?? Ok, por causa do patrocinador, já sei), com japoneses loiros vestidos de azul e branco nas bancadas, os nossos meninos provaram que são melhores e que não desistem até ao fim. É pouco provável que eu decore a constituição desta equipa como sei até hoje a de há 17 anos, chamem-me saudosista mas those were the days, mas na memória e para a história fica a conquista da última Taça Intercontinental de sempre, disputada com grande sofrimento, contra o sono, contra uma equipa de quase 11 defesas amadores, contra golos anulados, contra os postes e as barras, contra qualquer coisa que se pode chamar de "Sistema Mundial", quem sabe..., sem a presença do presidente.

Mas o melhor de tudo foi o olhar de matador do Pedro Emanuel antes de marcar o penalty. Meio irónico, meio sorridente, muito seguro de si, parecia adivinhar o que estava a milésimos de segundo de acontecer (ninguém arranja esta imagem para colocar aqui?). Podia ser simplesmente nervos mas a mim pareceu-me que ele sabia perfeitamente que ia marcar!

Mais uma vez esta vitória sabe ainda melhor porque deixa um sabor amargo na boca de todos os portugueses que estavam a torcer para que os jogadores portistas falhassem os penalties. E a festa que não deve ter sido quando Maniche falhou, muito eles devem ter vibrado. Mais uma vez, meus "amigos", lixaram-se, e tanto se lixaram com os vossos desejos de inêxito para o Porto que não só não o conseguiram como ainda no mesmo dia levaram 4 pastéis de Belém que também a mim me souberam tão bem. Que domingo negro para vocês, que domingo de azul e ouro para nós! É a vida, nunca desejem aos outros aquilo que não querem que vos aconteça a vocês.

Ultimamente dou por mim a pensar, que eu queria mesmo era que a minha filha nascesse no mesmo dia do nosso Presidente (que nunca sei se é 28 ou 29) porque como dizia ontem alguma daquelas histéricas entrevistadas de rua (admito que esta é a única parte dos festejos que não gosto de ver porque sou forçada a concordar com os detractores) "não há pai". Já que vai ter de ser nesta altura, já que ou me lixa o Natal ou o fim de ano, que herde metade do espírito dele, do sentido crítico, da ironia, da esperteza e resposta pronta. E numa altura em que a vida não lhe está propriamente fácil, que eu possa prestar esta homenagem.

Viva o Futebol Clube do Porto e longa vida a Pinto da Costa.

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