domingo, 12 de dezembro de 2004

CAMPEÕES DO MUNDO!



Perante um País rendido ao fogo do Dragão, este só podia retribuir, levando-lhes a Taça e o Toyota. E esmagando um adversário, que não merecia minimamente estar a disputar um jogo destes. Se tivessem ganho nos penalties, seria a maior e mais tremenda injustiça que o mundo do futebol alguma vez assistiria.
Os colombianos fizeram deste jogo um desígnio nacional. Nas suas próprias palavras, há cinco meses que só pensavam neste jogo. A meu, ver, nada há a censurar-lhes. É um jogo importante, pelo prestígio. Tiveram tempo para o preparar em condições, deslocando-se para o Japão dez dias antes, ambientando-se assim ao fuso horário, ao clima e ao estádio.
Nós, por outro lado, não fizemos deste jogo um desígnio nacional, pelo simples facto de que, mesmo que quiséssemos, tal ser impossível. Afinal, somos de um país em que só à última da hora, quase por frete, a televisão pública assegurou a transmissão do jogo. Somos dum País que, na sua esmagadora maioria, estava do lado colombiano. O mesmo País, que face a êxitos assinaláveis e improváveis não se digna sequer a conceder as honrarias e distinções que concede a outros por muito menos. Para além do mais, face a outros compromissos, o clube só chega a Tóquio quatro dias antes do jogo, tempo manifestamente insuficiente para adaptação ao fuso horário, tal como afiançam os médicos. Apesar disso...
Apesar disso, esmagámos o adversário. A minha satisfação é um pouco afectada pelo desnecessário sofrimento a que fomos todos obrigados. O resultado certo, face a quatro bolas nos postes, dois golos mal anulados e duas magníficas defesas do Henao, contra nenhuma oportunidade adversária, seria 4-0 ou 5-0. O que impressionaria o mundo, pois estes jogos costumam ser equilibrados. Se tivéssemos perdido, seria caso para a FIFA ponderar acabar com o futebol. Ao pé do jogo do Once Caldas, o cattenacio italiano parece um jogo de ataque continuado. De qualquer forma, é isto que distingue os Campeões! Depois de toda a infelicidade (a dos bandeirinhas incluída), depois de ver o Baía desfalecer, conseguem dar a volta nos penalties, sem esmorecer nunca.
Desconfio que na próxima semana muitas mais camisolas do FC Porto serão vendidas no Japão. Segundo notícias de hoje, só Machester United e Barcelona venderam mais camisolas este ano que o Porto. O número ultrapassa as 3 mil! Para um clube regional, nada mal! Esqueceram-se foi de contabilizar os adereços vendidos pelos lampiões. Devem ultrapassar tais vendas os números dos 3 clubes referidos juntos, em pelo menos 6.000.000.
A ver vamos agora o eco que isto terá em Portugal. Claro que vão dizer que não somos nada campeões do mundo porque isto é um troféu a feijões (por falar nisso, igualámos o numero máximo de vitórias). O jogo dos lagartos é que vai ser o tema de conversa. Nada a que não estejamos habituados...
Obrigado, Porto! Obrigado Campeões por mostrarem ao Mundo de que cepa são feitos! Na sexta lá estarei para ver esses lindos troféus!

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