terça-feira, 21 de dezembro de 2004

PERMITO-ME DISCORDAR

Não concordo totalmente com o teor do post do nosso prezado Dragão. Na verdade, se é indiscutível que a homenagem, com a subsequente condecoração, são obviamente inteiramente justas, não acho de todo que devamos agradecer o que quer que seja. O País, por intermédio do Governo e do Presidente da República é que tem que agradecer o nosso fundamental papel de embaixador. Porque outro motivo é Portugal falado no exterior? Quem não se lembra da Intercontinental, onde aparecia o nome do País junto ao do Clube?
Por outro lado e mais importante, Santana Lopes, como hábil político que é, apressou-se a "passar a mão pelo pelo" ao nosso Clube, face à aproximação feita uns dias antes pelo nosso Presidente ao Partido Socialista. Santana Lopes tenta apiziguá-lo, para que não concorra contra o actual número 2 do Partido, o que obviamente também tiraria muitos votos nas legislativas. Ao mesmo tempo, pensa obter o efeito contrário: ganhar votos do povinho que só pensa em bola.
Santana Lopes até poderá ter a desculpa que só entrou no governo em Julho. A nossa primeira grande conquista depois desse facto, foi esta. Acredito perfeitamente que se ele fosse Primeiro Ministro em Maio, nos tinha condecorado pouco depois de trazermos a taça da Liga dos Campeões para Portugal. E até acredito que o fizesse, não para tirar dividendos políticos, mas com boas intenções. Afinal, ele também gosta de bola.
De qualquer forma, infelizmente penso que estamos perante mais um caso de aproveitamento político. Desculpem lá, mas Governo e um Presidente que não querem saber de Taças Uefas, nem Ligas dos Campeões, que são muito mais importantes do que a Intercontinental, não acordam um dia e resolvem atribuir este alto galardão. Sobretudo depois de condecorarem a selecção vice campeã da euiropa, marimbando-se para o clube campeão europeu. Não se muda de um dia para o outro, a não ser que haja algo que se possa ganhar. Ou perder. Nesta caso, umas eleições. Mesmo que se caía no ridículo de só o fazerem depois duma região do país vizinho o ter feito primeiro.

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