Aí está.
Após um dia da conquista do tri-campeonato, eis que começa o fado.
As capas dos pasquins voltam a mostrat um condenado por roubo, falando em árbitros e gatunices. São tão previsíveis que já não há paciência para os aturar.
Mas eis que todo este circo já teve um mérito. Afinal não consta do relatório umas tentativas de invasão do balneário do árbitro, nem empurrões, nem coisas que tal. Afinal tudo não passou de invenções e de fotomontagens.
Licinho Calabote esquece-se do que passou e nada comenta, não fosse o Rui Carcaça Bosta ser castigado e os mesmos terem de acabar a Liga a lutar pelo sexto lugar.
Acresce que, estes dias, não faltam os paineleiros do costume. Os tais que não conseguem ganhar no campo mas que pretndem fazê-lo na secretaria. A este propósito, não queria deixar passar em claro este delicioso Editorial do jornal "o jogo".
"A moral do pastel
MANUEL TAVARES [manuel.tavares@ojogo.pt]
Ainda a procissão do Apito Final vai no adro e já as opiniões moralistas são mais que muitas, geralmente expressas por quem gosta pouco do trabalho sempre árduo e por vezes tragicamente adverso dos nossos próprios apriorismos.
Neste como noutros processos de grande complexidade jurídica os piores inimigos da boa justiça são seguramente os papagaios de todas as cores e matizes que acham tudo e mais alguma coisa e pouco ou mesmo nada de regulamentos ou leis. Este poderia ser um problema que afectasse apenas os papagaios, mas como estes bichinhos imitam as vozes humanas conseguem por vezes enganar quem lhes ouve ou lê as opiniões, parecidas que essas imitações são com as vozes dos donos.
Em abono da verdade tenho de confessar que também há opiniões que valem pelas boas gargalhadas que nos permitem dar. É o caso de uma cronista de "A Bola", Leonor Pinhão, que esta semana chamou a nossa atenção para a coragem dos pasteleiros de Belém - que tiveram problemas com adeptos portistas mais dados a comer do que a pagar - por contraste com a acção da Comissão Disciplinar da Liga ao deduzir acusações que podem valer a perda de seis pontos ao FC Porto.
Lá bem no fundo, o que a cronista acha é que o FC Porto deveria perder tantos pontos quantos aqueles que permitissem ao seu Benfica sagrar-se ainda campeão nesta época.
Este desarrincanço da cronista não passaria disso mesmo, não fora o caso de ela ter trabalhado para o Benfica - e paga para isso - ao tempo em que o clube viveu o período mais negro da sua história.
Ora quem como a cronista vendeu a sua força de trabalho a uma gestão que levou o Benfica à fronteira da bancarrota, sabe que mesmo que a Comissão Disciplinar da Liga fosse integralmente constituída por vale-azevedistas encontraria matéria suficiente para tirar este segundo tricampeonato que o FC Porto vai inscrever na história do futebol português.
Diz-se que com papas e bolos se enganam os tolos. No caso da cronista registe-se o requinte de serem deliciosos pastéis de Belém."
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