quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O meu comentário

Num comentário que fiz aqui há dias referi que acabara de adquirir o recém editado livro sobre Jorge Nuno, subtitulado "O Portador de Alegrias". É indesmentível que lhe somos, todos os portistas, devedores de imensas alegrias, lhe devemos o reacender do orgulho de toda a família portista e, sobretudo, a projecção do clube aquém e além fronteiras, facto que tem provocado nos inimigos (reparem que digo inimigos e não adversários, porque os adversários não se comportam como eles o têm feito), nos inimigos internos, principalmente nos abomináveis lampiões, sempre execrandos na forma de pensar e de agir.
No entanto, e corroborando o que lucidamente assinala o Azulão, o nosso FCPorto está doente. Já o vimos assinalando neste blog há bastante tempo. É uma doença que se vem manifestando há bastante tempo, embora muitos dos nossos confrades se recusem a reconhecer a evidência.
Creio que os sintomas se vêm manifestando de uma forma progressiva e assustadoramente inquietante desde que a criação da SAD se instalou no clube. O tempo de José Mourinho foi um interregno que nos anestesiou e até ajudou a tirar a lucidez para reconhecermos com clareza e friamente uma situação que já anteriormente dava mostras de caminhar para a destruição do que de bom tinha sido feito até aí. Porque os Octávios e quejandos, quais traças destruidoras, já tinham aparecido no nosso clube. Depois da saída de Mourinho e com a venda dos melhores activos a situação tem-se vindo a degradar cada vez mais. Se a nível interno tem sido possível camuflar o problema, não há dúvida nenhuma que nas provas europeias o mesmo já não sucede como provam as prestações da presente temporada. Ainda hoje no Jogo o João Vieira Pinto referia isto mesmo.
Quanto a mim, o problema tem a ver não só com o treinador (é um facto que os erros de estratégia são notórios e o rendimento da equipa, mesmo no ano transacto, nunca foi constante e uniforme), mas, na minha modesta opinião, prende-se mais com a política que tem vindo a ser seguida pela administração e pela SAD no que concerne às aquisições e dispensas do plantel. Já há muito tempo que os colaboradores deste blog vêm chamando a atenção para o autêntico disparate de contratações que vem sendo feito sem utilidade e com enormes prejuízos financeiros. São "resmas", como diria o Herman, de contratações, ora de brasileiros, ora de argentinos, que não valem o que se apregoa (o exemplo do defesa esquerdo é sintomático!) e os nossos, os da nossa formação, são postos na prateleira ou a gastar-se sem honra nem proveito por outros clubes. Que esbanjamento é este? Por culpa de quem? Por que é que são mandados embora jogadores como o Adriano, o Pittbul e se aposta em Bollati, Farias, Mariano e outros? Isto é boa gestão?
Os inimigos lisboetas, rafeiros e cobardes como é seu timbre, prepararam meticulosamente o golpe de mestre que atirou o nosso presidente para uma situação de grande fragilidade com o Apito Dourado e, se a trama urdida tem vindo a ser desmontada (como diz o advogado de PdC , os morgadios tendem a acabar!), não há dúvida nenhuma que o golpe surtiu efeito, porque, como diz o povo, elas não matam mas moem. E Jorge Nuno já não é o mesmo. Por outro lado também temos que reconhecer que o poder desgasta, o demasiado tempo no poder ainda mais, além de retirar discernimento e lucidez e, apesar da paixão que, segundo ele afirma, sempre o tem caracterizado, vê-se perfeitamente que a gestão do clube não é a mesma do tempo das vacas magras, dos tempos em que não tinha rabos de palha, nem prostitutas à perna, mas fazia do clube o orgulho de todos nós.
Eterno admirador de Jorge Nuno Pinto da Costa, acho, porém, que o seu tempo chegou ao fim.
Isto se quiser sair pela porta grande e não ver malbaratado todo o património amealhado.


PS:1- Não concordo com o Azulão quanto à contratação do Jorge Costa. Grande capitão não é necessariamente sinónimo de bom treinador. Digo eu.
2- Com este treinador, palpita-me uma alface amarga na Taça de Portugal!

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