1 PÁSSARO JÁ VOOU.

Quando Jesualdo começa a arrancar alguns, tímidos, é certo, elogios, faz sempre questão de mostrar o que é -é um treinador português, com certeza. É o treinador que para não cansar os meninos joga com reservas nas Taças e perde. Sempre. É o treinador que se contenta com um empate em casa com o Liverpool com dez jogadores. E certamente não podia deixar de ser o treinador que pensa no jogo da Liga dos Campeões e esquece o jogo do campeonato. É típico da pequenez do treinador lusitano, sendo que só Mourinho até hoje soube ser excepção. Por alguma razão em dois anos este ganhou tudo, menos uma taça perdida na final para Lucílio Calabote Baptista. Pela mesma razão, Jesualdo há de ser o treinador que se contenta com um troféu por época, ganho às custas dos outros troféus. Nesta óptica, começou o jogo de hoje com os jogadores a jogar devagar e devagarinho (com a excepção costumeira de Lisandro Lopez), à espera que os adversários caíssem de podres. Os defesas jogavam de forma displicente, no meio campo só Paulo Assunção tinha vontade e à frente Lisandro tentava sozinho, já que Postiga é Postiga e Quaresma há semanas que anda sem vontade de jogar para a equipa. Mesmo assim, graças à miopia de árbitro e fiscal e com a ajuda dum dos maiores frangueiros do campeonato, lá entrou o golito da ordem, sem que nada se fizesse para que tal acontecesse.
Começada a segunda pare, Jesualdo acha que o jogo está ganho e que o Belenenses estava ali para prestar vassalagem. Zé Pedro lembra-lhe que não. E aí, filme visto e revisto. Não jogaram nem correram 50 minutos, resolvem fazê-lo em desespero e regra geral sem nexo. Podiam ter ganho, houve oportunidades para tal, mas como houve justiça, não o conseguiram. Pelo meio, num exercício de fantástica moralização dum jovem jogador, resolve tirar Leandro Lima para meter o ópio dos leitores deste blog.
Este pássaro já voou, vamos ver se Jesualdo agarra o de terça feira ou se se cumpre o velho ditado e Jesualdo volta ao nível do costume - fraco, fraquíssimo.