domingo, 25 de março de 2007

Destrutivismo ou amor ao Futebol Clube do Porto?

Isto de se escrever em blogs é engraçado, particularmente quando atingem a dimensão deste, que já serviu até para dar títulos a notícias de jornais.

De facto, é tão fácil dizer “que só escrevem quando se perde e só deitam abaixo, não há uma ideia construtiva” como dizer que a própria atitude de dizer que “o rei vai nú” é por si própria construtiva, como muito bem explica a história. E basta ler o que aqui se escreveu na época vitoriosa da Liga dos Campeões para saber como isso é falso. Mas adiante…

Quantas e quantas vezes para construir não é preciso destruir o que está feito, quer porque as suas fundações são fracas, quer porque o que existe não cumpre já o propósito para que foi construído. Um exemplo literal é o nosso fabuloso Estádio do Dragão, construído parcialmente sobre os escombros do velhinho e decrépito Estádio das Antas.

Serve este intróito para esclarecer algumas coisas.

Para esclarecer que, pelo menos no meu caso pessoal, o que escrevo tem a ver com a paixão que sinto – que sentimos – pelo nosso clube. As paixões são irracionais, não se explicam, tocam nos extremos do amor-ódio como qualquer livro de psicologia barata será capaz de explicar. O “apaixonado” perde, por isso mesmo, muitas das vezes a noção do que é critica simples da critica construtiva, pela simples razão que não estando na posse da totalidade da razão, aquilo que diz é muito mais a voz da alma e da paixão que fala, muito menos a voz da razão.

Para esclarecer que, apesar de por vezes estar cego pela dor de ver o nosso clube ou de representantes do nosso clube fazerem, dizerem ou actuarem de forma que menos me agrada, tento e esforço-me por manter sempre alguma razoabilidade no sentido de colocar sempre uma alternativa, uma solução, um caminho, uma direcção ou, simplesmente, admitir a minha ignorância não sabendo como faria para resolver essa situação que estou a criticar. O que não implica que não fale dela.

Tudo isto para chegar a alguns comentadores de comentadores, isto é, a alguns nossos leitores que vêm naquilo que escrevemos aqui no blog uma fonte de instabilidade e de critica fácil, sem apresentar alternativas.

Ora bem, tenho para mim que o que se passa é que já muitas vezes apresentamos aqui alternativas – desde jogadores a treinadores, passando até por dirigentes, desde metodologias de treino a calendários de trabalho, desde sistemas tácticos à aposta na formação. Mas, tendo costas largas, admitimos sempre que algo mais poderia ser feito e dito e sugerido e continuamos e insistimos nos nossos escritos.

O momento do nosso clube é muito grave, talvez só ao nível de comparação com aquele que o clube viveu imediatamente antes do actual presidente assumir o poder com o sucesso que se sabe.

Temos uma direcção de clube – e de SAD – que está manietada pela justiça, que não tem credibilidade junto das entidades financeiras e que está sob o fogo cerrado da imprensa, que atira a matar sobre qualquer pequena falta nem que seja da vida e foro pessoal do dirigente. Temo muito pelo futuro imediato do clube – e da SAD – se rapidamente os seus dirigentes não voltarem a dirigir. E de forma eficaz, refira-se, coisa que não tem acontecido nos últimos anos.
Esta equipa directiva, mais nome menos nome, já estava em dificuldades claras desde 2000, primeiro de 3 anos consecutivos sem nada ganhar de relevante. O problema, tenho para mim, já vinha de trás, desde a duvidosa opção de Fernando Santos para suceder a Bobby Robson. Depois de um dos melhores jogadores da história do FC Porto (Oliveira) e de um dos melhores treinadores de sempre em Portugal (Robson), um Zé-ninguém cujo melhor do currículo era ser engenheiro… Depois disso, nunca mais acertou: Octávio, Del Neri, Fernandez, Couceiro, Adriaanse, tudo trunfos sem valor, palha-seca! Pelo meio, um tiro certeiro – Mourinho – mas que foi incapaz de segurar e, tanto quanto eu saiba, não era aposta pessoal do Presidente mas uma imposição à presidência por parte de accionistas da SAD.
Também a situação da SAD deverá ser rapidamente clarificada. Sou a favor da existência de uma SAD. Um pouco de rigor empresarial e gestão moderna não faz mal a ninguém, muito menos a um clube de futebol moderno e vitorioso que movimenta milhões de euros como o FC Porto. Mas deverá clarificar funções e mandatos com total transparência. Quem manda na SAD? Quem são os accionistas com maior poder de voto? E o que ganham os grandes accionistas, sabendo-se que por lei as SAD não podem distribuir dividendos aos accionistas, devendo o lucro ser sempre reinvestido? Nunca percebi porque a Amorim ou a Riopele estão (ou estiveram) envolvidas na SAD portista a não ser como o meu caso, accionista por amor ao clube com as suas 100 acções que valem 1 voto em AG caso me apeteça lá ir um dia. É fundamental saber quem controla acções, quem controla o poder de decisão. Quem contrata? Quem manda executar? Quem assina os cheques e contratos? Como é feita a decisão no Conselho de Administração? E qual o papel do Clube na SAD? Ainda manda alguma coisa ou apenas dá o nome e as cores?
Nos velhos tempos, os directores do clube eram antigos atletas que passavam por seccionistas e só mais tarde ascendiam a directores – ver o caso do próprio Presidente. Hoje há Anteros, Caldeiras e outros que tais de que nunca ouvi falar a não ser quando chegaram à direcção do clube – e da SAD. Qual é o papel de Antero Henriques no FC Porto SAD? E o do Caldeira? E o do Gomes? E o do Pinheiro? E, já agora, do Reinaldo Teles e do Pinto da Costa? Até há 10 anos atrás eu sabia o que cada dirigente fazia no FC Porto. Hoje não sei, muito honestamente.

Temos uma equipa de futebol com muita juventude e alguns jogadores cuja formação foi concluída no clube mas com pouco aproveitamento real da formação – no onze inicial do último jogo, por exemplo, não havia nenhum jogador que tivesse começado nos infantis do FC Porto e o melhor que havia era jogadores como o Ricardo Costa e o Bruno Alves que terminaram a formação de juniores no FC Porto. Já não há Baia’s, Jorge Costa’s ou Domingos, que entraram nos iniciados… Para que servem os escalões de formação se não há um total aproveitamento desses jogadores? Porque será que vamos recorrentemente comprar jogadores nas formações jovens ao Guimarães (Vieirinha, Maradona), ao Braga (João Dias, Bruno Gama), ao Boavista (Ricardo Costa) e a muitos outros clubes e não apostamos na nossa própria formação? Serão os jovens habitantes do Porto menos aptos que os outros? Ou serão os nossos treinadores e preparadores físicos e psicólogos menos aptos que os de pequenos clubes regionais que nos têm abastecido o plantel principal?

Temos uma equipa técnica onde a “mística” ganhadora está presente, com João Pinto e Rui Barros presentes. Mas faltam os preparadores físicos que saibam olhar para o calendário da época e gerir a carga física em função desta vertente. Falta o treinador de guarda-redes que faz evoluir os guarda-redes e não se limita a mandar bolas para ele voar. Sempre que o FC Porto teve bons treinadores de guarda-redes (lembro-me do Mly e do Silvino) o Baia teve algumas das melhores épocas de sempre de guarda-redes na história do clube, do campeonato e até da Europa. Aliás, ainda hoje está por explicar a saída do Mly. Ou do Roger Spry. Ou do Dr. Domingos Gomes, que desde que deixou o departamento médico do clube nunca mais tivemos épocas sossegadas de lesões com a excepção daquelas traumáticas realmente graves que eram as que aconteciam no seu tempo.

O plantel é extenso, a folha de contratos julgo ser ainda superior a cinquenta jogadores, mas mesmo assim há carências inexplicáveis. Não há um BOM defesa esquerdo. Não há um BOM defesa direito. Não há um BOM ponta de lança. E reparem que não peço um excepcional, não quero um Cafu ou um Roberto Carlos ou um Jardel. Contentava-me com uma réplica do João Pinto, com uma réplica do Inácio ou com uma réplica do Domingos, por exemplo. Isto é, contentava-me com um TITULAR INDISCUTÍVEL mesmo que não seja um jogador de eleição ou selecção, que fazem história no futebol mundial. Preocupa-me saber que todos os anos são investidos largos milhares de euros na formação e neste momento é capaz de não haver nenhuma ligação entre este sector e o plantel principal para preparar jogadores especificamente para essas posições. Porque nos escalões de formação não interessa vencer nem contabilizar títulos. Interessa formar jogadores para posições específicas das quais o plantel principal está carente. E há quantos anos nos falta um defesa esquerdo? Eu ajudo, o último que tivemos foi o Branco… E há quantos anos estamos carentes de um defesa direito? Desde que o João Pinto abandonou, com a excepção dos dois breves anos do Paulo Ferreira. Quanto gastou o FC Porto em contratações só para esses lugares nestes últimos anos? Ibarra, Seitaridis, Leandro, Esquerdinha, Ezequias, Rossato, Areias e mais uns tantos outros que nem me recordo agora…

As compras dos últimos anos também são duvidosas e criticáveis, mas já não são de hoje. Já no tempo do Robson se contratavam argentinos e africanos em contentores (quem não se lembra do Walter Paz, Mogrovejo, Ntsunda, Quinzinho…) e brasileiros sempre foram em quantidades de produção industrial (praticamente não há época nenhuma onde o numero de brasileiros não seja cerca de uma dezena), alguns dos quais nem chegam a suar a camisola no final da época. Entretanto, alguns jogadores portugueses das camadas jovens do FC Porto fizeram carreira no futebol e muitos outros apareceram e foram preteridos em função de estrangeiros duvidosos. Por exemplo, e só nomeando alguns que têm chegado à selecção A de Portugal e cujas noticias deram o FC Porto como interessado neles: Pedro Barbosa, Pauleta, Fernando Meira, Quim, Jorge Ribeiro, Nelson, Tiago…

Tudo isto somado, todas estas situações e ainda outras que poderiam aqui estar descritas mas de menor importância, fazem-me sentir que algo tem de ser mudado – e claramente que esse “algo” é a estrutura directiva!

Ainda para mais, depois de ter conseguido e alcançado o impossível – isto é, ser campeão e vencer a Liga dos Clubes milionários Europeus depois de no ano anterior ter ganho a prova menor da UEFA – e de com isso ter conseguido arrecadar em duas épocas consecutivas receitas impressionantes para a nossa realidade desportiva e de aparentemente as ter desbaratado sem consolidar as contas do clube que continuam a ser muito vermelhas.

Depois de tantas criticas, perguntam-me os mesmos do costume: “SOLUÇÕES”?

Pois bem, elas estão aí nessas mesmas linhas. As críticas, demolidoras por vezes, têm por vezes indicadas a solução, a politica a seguir, a estratégia a utilizar. Mas para que não se fiquem em meias palavras, vamos lá sumariar algumas soluções.

1) O FC Porto deve investir com muita força na formação para formar de facto jogadores – não com o intuito de os vender como fazem os lagartos, mas com o objectivo único e ultimo de suprir carências do plantel principal. Se os jogadores formados forem de facto bons, bem trabalhados técnica/física/tacticamente nos escalões de formação, com toda a certeza vão atrair atenções e acabarão por ser vendidos, rentabilizando assim a formação. Mas esta só vale a pena se for para este fim – SUPRIR CARÊNCIAS DO PLANTEL PRINCIPAL! Para isso precisa, quanto a mim, de 3 coisas – um dirigente/equipa directiva dedicada em exclusivo a esta tarefa, técnicos conceituados que dominem a parte cientifica e psicológica do treinamento de jovens e muitos campos de treino para os miúdos e acompanhamento escolar pois o miúdo de hoje é o homem de amanha e tenho para mim que um jogador mais instruído é um jogador mais evoluído (para mim o exemplo máximo disso está no andebol, o nosso treinador Carlos Resende).

2) O FC Porto deve investir com muita força numa “escola” de técnicos onde deverá incluir formação na componente física, na componente técnica e na componente psicológica. Não me interessa nada os cursos de treinadores que possam frequentar para obter a carteira profissional. Interessa-me muito mais que estudem com as escolas superiores de desporto, de saúde, de psicologia... Acho que o FC Porto já deveria ter estabelecido algum tipo de protocolo com escolas superiores / universidades para dar formação aos seus técnicos todos. E não falo só na componente física. Falo também na psicologia adaptada ao desporto. Na alimentação adaptada ao desporto. Não falo só nos técnicos de campo. Falo também nos outros como o cozinheiro, o médico, o massagista. Numa equipa altamente profissional nenhum factor deve ser descurado e nenhum elemento é menos importante na engrenagem do que outro, independentemente do seu posto, ordenado ou notoriedade.

3) O FC Porto deve encontrar rapidamente um técnico novo. O Prof. Jesualdo até pode ficar, mas junto das camadas jovens e em ligação ao plantel principal, nunca como técnico principal para o que não tem, claramente, aptidão. Cada um deve saber ver os seus limites. Espero que ele ainda consiga ver os dele e saia no final da época. Técnicos portugueses, neste momento, para ocupar essa vaga, há poucos. Quanto a mim, a opção deveria passar pelo Jorge Costa ou pelo Domingos. Ou, se quiserem ser ainda mais arrojados, pelo Vítor Baia. Não provaram quase nada como treinadores? Se calhar não, um deles ainda é até jogador! Mas provaram muito como capitães de equipa – como diz o Mourinho, extensões de treinadores dentro de campo – e têm um capital de carinho dos adeptos e de amor provado ao clube que lhes permitirá assumir um desafio destes com muitas hipóteses de sucesso.

4) O FC Porto precisa de um novo presidente, um novo vice-presidente e um novo homem para as finanças. Acho que o Dr. Rui Moreira podia ser um bom presidente. Acho que o Fernando Gomes ou o Frasco poderiam ser bons vice-presidentes. Acho que muitos advogados / economistas / gestores na casa dos 40 anos a exercerem as suas profissões na cidade do Porto e/ou empresas do Porto poderiam cumprir bem funções jurídicas/económicas, como o Dr. Lobo Xavier, por exemplo. Há tanta gente com qualidade que podia – tenho para mim que quer – ocupar a estrutura directiva que se há coisa da qual não tenho medo é de ver sair Pinto da Costa e ver um vazio directivo ou, mais grave, de ver um qualquer Vale e Azevedo ou Luís Filipe Vieira assumir o poder.

5) O FC Porto deve excluir da folha salarial depressa todos aqueles elementos que não têm qualquer interesse para o clube. Os Areias, os Ezequias, os Tariks e outros que tais não devem pesar no orçamento do plantel nem faz qualquer sentido que estejam ligados ao clube. Não o podendo fazer legalmente nem sem perder a honra e dignidade de os colocar a treinar à parte, deverá fazer um esforço de marketing para colocar esses jogadores no mercado com sucesso – oferecer um prémio na venda acima do normal, por exemplo, sei lá, há muitas estratégias que podem ser seguidas para convencer um empresário a encontrar colocação para um determinado jogador. Como regra, o FC Porto só deveria ter sob contrato os jogadores do plantel principal e jogadores saídos da formação em rodagem com expectativas de regressarem ao plantel no espaço de dois anos – tempo que jogadores como Rui Barros, Jorge Costa ou Fernando Couto, por exemplo, precisaram de rodar antes de se afirmarem na equipa principal do FC Porto. É preferível perder um jovem com valor cuja adaptação é incerta do que manter um peso orçamental mensal enorme com montes de jovens até aos vinte e quatro anos que nunca chegarão a vestir a camisola do plantel principal. Ou tem valor, e até aos 21 anos tem de o provar, ou não interessa!

E pronto, como vai longo o artigo, termino aqui, por agora. Mas que não digam que O Dragão, O Azulão, o Francisco ou o Pavão apenas criticam por criticar.
Porque isso é falso!
Criticamos porque amamos o clube, irracionalmente, se assim o quiserem.
Criticamos porque queremos o melhor para o clube e pensamos que num dado momento a forma utilizada não é melhor, estejamos a falar da politica económica, da politica de contratações, da táctica a usar ou usada num jogo ou dos dias de férias do plantel.
Criticamos porque num clube moderno e ambicioso a critica é vista como positiva e como forma única de se evoluir em busca de se ser melhor, mais forte, chegar mais alto, chegar mais longe do que aquilo que já se conseguiu.
E haja liberdade de pensamento e de expressão e criticarei sempre. Porque o que eu quero é festejar as nossas vitórias amanhã, para o mês que vem, para o ano que vem, com o meu filho que ainda nem sequer foi “produzido” ou com o meu neto, tal como o meu pai comemorou comigo e antes o meu avô comemorou com ele.

É por isso a critica em busca da vitória, da glória e do bem maior que é o nosso clube.

É por tudo isto que não percebo, mas aceito, que ainda haja quem defenda a manutenção do Presidente mais tempo no poder.
É por tudo isto que não percebo, mas aceito, que ainda haja quem ache que o treinador é um coitado que está só e que nada pode fazer com um plantel que não escolheu. Ele já sabia o que o esperava quando saiu do Boavista, ou então é ingénuo e burro – e eu não o tenho nem como uma coisa, nem como outra.

É por tudo isto que tenho sempre a pequena esperança de ajudar a alterar o rumo das coisas, de ajudar a alertar consciências. Pois se já chegamos aos jornais, quem sabe não chegamos também aos administradores da SAD e aos órgãos do Clube?

Quanto mais não seja, é uma forma que tenho de desabafar as minhas mágoas e deitar para trás tristezas. E só por isso já vale a pena escrever aqui e partilhar com quem nos quiser ler estas linhas de pensamento que apenas visam termos um FC Porto ainda mais forte, ainda melhor, ainda mais vitorioso!

11 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Nuno,
Eu sou, por enquanto,um acérrimo defensor, do nosso Grande Presidente, o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa (nunca me esquecerei do que eramos e o que somos), mas; já começo a duvidar das suas capacidades para dirigir o NOSSO F.C.PORTO, a menos que nos prove o contrário. Por tudo isto e não só, estou completamente de acordo com o teu excelente post.
Saudações Portistas!
VIVA O NOSSO F.C.PORTO1

Anónimo disse...

n keres escrever mais nada?? porra..epá eu concordo k se dê opinião,mas penso k há limites.n havia necessidade de um testamento destes.saudações portistas

Anónimo disse...

Boa posta,e em muitas observações,bem mais lúcida que a generalidade do que vou lendo por aí em outros blogs portistas. Á vezes doiem,mas há verdades(ou factos) que não vale a pena esconder.
Saudações portistas.

AB

Alex disse...

Nuno, muitos parabéns pelo artigo.

Poder-se-á não concordar com algumas coisas mas não haja dúvidas que sustentas a tua posição com argumentação e não apenas com meros bitaites...Parabéns!

Concordo com a maior parte da tua opinião e sugestões. Independentemente dos resultados desta época, em que ainda podemos ser campeões (e eu vou á luz pq acredito), há mudanças que têm de ser feitas tanto a nível administrativo como a nível técnico e tu referes algumas possíveis mudanças com as quais tb. concordo.

No entanto, em relação ao treinador, conhecendo os portistas que vão ao estádio, que em grande parte começa a assobiar aos primeiros erros, tenho as minhas dúvidas que um treinador sem experiência e sem curriculum (seja ele Jorge Costa, Vítor Baía...) não tenha o mesmo "tratamento" caso as coisas comecem a não correr bem...

Há que reconhecer que "estamos mal habituados" e se eventualmente tivermos que passar por uma fase como os lamps passaram, sem ganhar nada durante uns anos (pq as reestruturações não se fazem de um dia para o outro), duvido que aceitemos isso de ânimo leve...

Força Porto!

Anónimo disse...

eu ate posso passar uns anos sem ganhar nada, n vou aceitar como e obvio, mas perder um campeonato k tava ganho em dezembro e sem fazer esforço nenhum... num passeio claro tal era a nossa superioridade, isso desculpem-me la mas se acontecer n vou perdoar a ninguem!!
SD VELHA GUARDA

Francisco disse...

Meu caro Pavão:
Acha que parece mal um colaborador dar-lhe os parabéns pela excelência do seu "post", com o qual concordo inteiramente? Quero lá saber! É das análises mais acertadas que se têm escrito sobre a situação do nosso clube.
Nuno(o nosso, o Pavão!),é um orgulho imenso fazer parte duma equipa como esta do blog
"Dragão"!Onde vós os três, Dragão, Azulão e Pavão,estuantes de juventude e dinamismo,acolhem como a um igual, um velhadas como eu!
Bravo, Nuno (o nosso, o Pavão) um grande abraço azul e branco e os maiores votos de felicidades.

PS: Tenho três netos (mais precisamente duas meninas e um rapaz) pequenos ainda, oito, seis e pouco mais de ano meio, mas a 1ª coisa que fiz foi metê-los a fazerem parte desta nossa querida família azul e branca. Para serem fervorosos adeptos como já são os meus filhos desde pequeninos também. Não seremos seis milhões, mas como cada dragão vale por mil "pechisbeques" da segunda circular!...

Anónimo disse...

É claro que não há ninguem mais portista do que eu. Assim como afirmo que não há ninguem mais portista do que os autores deste blog. Assim como não há ninguem mais portista do que aqueles que vão ao Dragão assim como aqueles que ficam em casa a sofrer. Somos todos portistas e ponto final. E que orgulho em ser portista. Não há nada melhor na vida. Esta introdução é necessária para que aquilo que vou dizer a seguir não seja entendido como uma opinião de superioridade. É apenas mais uma, tão válida como a de qualquer portista. Eu visito com frequência este blog, e nunca concordei com as opiniões que são aqui expostas. Mas respeito. Porquê, perguntam alguns. Porque são portistas e meus consócios. E isso basta para ter o meu respeito.
Mas vamos à resposta ao post ponto por ponto:
- "Temos uma direcção de clube – e de SAD – que está manietada pela justiça"; Não temos não, temos sim uma justiça manietada pelo governo que prefere nomear uma magistrada "supostamente" de grande categoria (Será?) para um caso que mais não é do que um caso de prostituição enquanto os grandes empresários e os grandes bancos vêem os seus casos na justiça serem arquivados só porque em momentos oportunos resolveram ajudar o Estado.
- Quanto às aposta falhadas pela SAD, em primeiro lugar gostaria de dizer que é a primeira vez que ouço a vrsão de que Mourinho foi uma imposição de outros elementos da SAD. Se isso é verdade gostaria de saber quem impôs. Quanto aos outros treinadores a verdade é que tirando Octavio Machado e Del Neri não ganharam titulos. Sendo que Adriaanse foi o primeiro treinador a ganhar um titulo a jogar com três defesas. E isso para mim tem grande importância porque é caracteristica do FCP ser inovador. Se não vejamos que todos os treinadores só sabem jogar em 4-4-2 losango, cópia barata do famoso meio-campo do FCP de Mourinho. E a táctica de três defesas que tantos treinadores agora gostam e procuram utilizar ainda que de forma desastrada, não é mais do que uma cópia da táctica do FCP de Adriaanse.
- Os Amorim meteram-se no FCP para construir o Shopping e todos os apartamentos à volta do Estadio; e agora venderam. é o negocio deles. Pior é ver que Adelino Caldeira não tem uma só acção do FCp. Porque será? não acredita no projecto? Será pobrezinho e não tem dinheiro para acções? Este é claramente um problema que me preocupa mais.
- Quanto à formação repare-se na excelente entrevista de Luis Castro no Jogo. A formação é importante mas mais importante é a qualidade. Só joga quem tem qualidade. Porque no FCP temos que ser campeoes. De que adianta ao Sporting dizer que formou Quaresma, Ronaldo e Simão. Não estão lá. As vitórias morais ficam para o Sporting, que só aposta na formação porque não tem dinheiro, enquanto os titulos ficam para nós. Portanto formação sim mas titulos em primeiro lugar. Mas é claro que devemos comprar os melhores jogadores jovens. E para que, perguntam vocês? Para eu poder ir ver os juniores do FCP contra o Leixoes e vê-los ganhar. Para ver o FCP ganhar, sempre em todas as modalidades e todos os escalões. A subida à equipa principal é secundário.
- Quanto à aposta em novos treinadores devo dizer que cada vez ouço pessoas a pedirem o Jorge Costa como novo treinador. Espero estar enganado mas não estou a ver o nosso capitão com a qualidade técnico-táctica que o nosso clube precisa. Será o Jorge Costa capaz de passar horas a visionar videos sobre os adversários. Não me parece. Quem me dera que estivesse enganado, porque aprecio muito o capitão. O que nós precisamos é de técnicos na verdadeira acepção da palavra. Treinadores que tenha a bagagem técnico-táctica de um Mourinho ou de, pasme-se, um Adriaanse.
- Quanto a uma nova direcção devo dizer que todos os nomes falados parecem-me excelenes pessoas e por isso mesmo davam maus presidentes do FCP. Porque? Porque não têm a experiência do mundo do futebol. Quem é o Rui Moreira, Lobo Xavier se não apenas meros comentadores. Se é por prestigio porque não o Belmiro de Azevedo. Respondo eu: porque ser treinador de bancada e presidente de bancada não é a mesma coisa do que dirgir o clube. Por isso, e mais uma vez espero não me enganar, no dia, longiquo espero eu, em que Pinto da Costa deixar a presidência, eu voto em Antonio Oliveira. Apesar de considerar que a Olivedesportos é responsável pelo fraco futebol que nós temos. Contudo António Oliveira tem a "manha" (espero que me entendam) que um clube precisa para vencer tanto a nível nacional como internacional.

Saudações azuis e brancas.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

A todos os que tiveram a "pachorra" de ler até ao fim, concordando ou não, o meu muito obrigado.
Ao Francisco, um obrigado ainda maior.
Ao André, um obrigado especial pela forma elevada como discordou de mim. De facto há coisas que nos separam radicalmente (a aposta na formação, a aposta em futuros presidentes ligados/desligados do mundo do futebol, a opinião sobre o Adriaanse...) mas o que é mais importante e fundamental, une-nos umbilicalmente: o ser adepto portista!
E isso, mais do que qualquer diferença, é que é importante. Continue a vir cá, a ler e a expressar a sua opinião desta forma, assim o debate e o FC Porto saem sempre a ganhar!

Viva o FC Porto!

Anónimo disse...

excelente post

Anónimo disse...

Caro Pavão, usa o nome de um símbolo que muito nos honrou mas que deve ter esquecido facilmente que tempera tinha. O que não é de admirar pois também se esqueceu de muitas outras coisas, principalmente o que era o nossa clube no tempo dos colarinhos brancos que o dirigiam e o que passou a ser após o Sr. Jorne Nuno Pinto da Costa ter tomado as rédeas do clube. Eu sei que agora ele o transformou em algo apetecível, daí não faltarem bem falantes em todo o lado e não só aqui, mas principalmente na televisão, fazendo campanha para se candidatarem ao lugar. No entanto, penso que terão de suar muito os trapinhos tal como a pseudo justiça deste país, para o conseguirem derrotar.
Fiquem bem e bem falantes