A este antropóide, cuja focinheira prenhe de ódio e nojo nos preenche os serões de Domingo da SIC notícias, caíu-lhe definitivamente a máscara de suposta isenção. Ontem à noite, comentando a jornada e ainda em estado de êxtase pela vitória lampiónica em Guimarães, não conseguiu senão falar na expulsão de Juninho Petrolina. Disse que a jornada ficou marcada pela injusta e incompreensível expulsão deste jogador, que coartou as hipóteses do Belenenses. Durante 5 minutos falou disto até à exaustão, dizendo quase que se fosse o Carvalhal não se teria calado.
Ora, não me consta que tivesse ficado incomodado com o lance do João Tomás da semana transacta. Ou com o penalty contra nós assinalado em Braga, seguido do que ficou por marcar a nosso favor. Aí, sua excelência sebosa não ficou chateadinha. Ontem, talvez também pelo estado de nervosismo que já lhe entope as veias onde lhe escorrem os dejectos que lhe alimentam o meio cérebro, estado esse provocado pela próxima visita ao seu estádio do campeão da Europa a quem já fizera o funeral antecipado, foi ainda mais longe, no alto da pompa com que se apresenta nos ecrãs. Vomitou, orgulhoso, que, aconteca o que acontecer, mesmo não correndo de feição o jogo aos milhafres, estes ficarão sempre em primeiro lugar. E concluiu com um brilhante e exemplarmente isento: "O que é bom para o futebol português". Ficámos todos esclarecidos e estarrecidos. Os lampiões ficarem em primeiro lugar, segundo o pseudo-jornalista, é bom para o futebol português. Se for o Porto ou o Alguidares de Baixo, presumimos que não. É este género de elo perdido na cadeia evolutiva da espécie humana que se arroga o direito de escrever e comentar sobre desporto. Mais grave, que se declara imparcial e sem clube. Longe vão os tempos em que não se atribuía carteira profissional aos jornalistas desportivos. Mas, não, esta excrecão com óculos acorda de manhã, veste o fatinho comprado na feira, mira-se ao espelho e exclama para si próprio: "Sou tão inteligente. Hoje vou ver o jogo do glorioso ao serviço do jornal e ainda me pagam. Depois vou para a SIC Notícias exaltá-lo e cuspir ódio contra o Porto. E continuam a pagar-me. Só me falta arranjar maneira de ver o glorioso voltar a ser campeão de Portugal". Só que os anos passam, passam e campeões... todos menso o glorioso. E sobretudo, sempre o Porto. Não admira que, vendo os milhafres à frente, perca toda a noção da realidade e se esqueça que tem que fingir ser isento. Mas eu percebo. Aqueles neurónios não dão para tudo. E a seborreia não ajuda.
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