Tempestade em copo de água?

Não sei se será apenas uma breve e ligeira tempestade num copo de água ou se será o prenuncio de um desastre que, infelizmente, nos últimos 3 anos no habituamos a ver com o aproximar do Natal.

Mas sei algumas coisas.

Sei que se o Tarik, o Unifinta, marcou aquele golo fabuloso contra o Marselha, não deixou de continuar a ser um jogador mediocre e cujo aproveitamento global para a equipa será até inferior ao Helder Postiga, por exemplo e não é muito melhor que aquele que o Maciel ou o Pitbull, por exemplo, deram. E não é por isso que hoje estão nos Braga's, Setubais e afins e é consensual que estão bem lá, apesar de termos aqui sido criticados por os ter criticado!

Sei que o Helton é um guarda-redes de qualidade e conquistou o meu respeito. O que não significa que não falhe e que não tenha períodos de abaixamento de forma. E quando assim é, ele não é intocável e uma ida ao banco não era escandalo nenhum, até porque o Nuno sempre que foi chamado tem cumprido muito bem. A mim, pessoalmente, não me chocava ver o Nuno na baliza na próxima jornada. Aliás, chocou-me foi ver o Nuno no banco depois dos jogos que fez aquando da lesão do Helton, achei que a saída foi algo injusta. Quem aqui me tem lido sabe que gosto do Diego e o achei um dos melhores jogadores que passaram pelo FC Porto nos últimos dez anos - como o prémio de melhor jogador da lida alemã da última época, o regresso à selecção brasileira e o interesse actual da Juventus o demonstram - mas nunca me coibi de dizer em determinadas alturas que até na equipa B deveria ter jogado.

Quanto aos centrais, vejo bons indicios nos jogos que o Stepanov tem feito, apesar de alguns erros como o do último jogo que nos custam pontos. Penso que uma dupla Stepanov-Pedro Emanuel era o ideal. Porque o Bruno Alves pode ser capitão, um dos mais antigos e até titular da selecção do gaúcho, mas a mim continua a não me convencer - ainda e sempre corta para o lado em que está virado, abusa dos passes longos mas a sua precisão de passe é fraca e perde assim muitas bolas, raramente sai com a bola controlada em progressão para o ataque como faziam Jorge Costa, Ricardo Carvalho ou Pepe.

O Paulo Assunção, por exemplo, pode ser um dos melhores destruidores de jogo adversário em Portugal, mas constrói pouco e entrega mal ou a companheiros em má situação posicional. Em jogos onde nos limitamos a defender ele tem sido de alguma utilidade, mas quando temos de pensar construtivamente ele falha. Aliás é engraçado pensar que o Raul Meireles nesses jogos é muitas vezes o melhor em campo e nos outros é o Assunção. Continuo na minha: em função do tipo de jogo, o Meireles devia ser o trinco e entrar o Ibson! Ops... Parece que o treinador o dispensou...

E chego assim ao treinador. Que já aqui elogiei há bem pouco tempo. Mas infelizmente o senhor não gosto de elogios e aos primeiros indicios de que poderá cair no goto da massa adepta trata logo de começar a disparatar. As histórias das dispensas do Ibson, da quase dispensa do Adriano, dos titulares de um jogo que passam a não convocados nos seguintes (este ano, já há pelo menos dois: Edgar, Kaz) e as façanhas consecutivas de ser eleminado por equipas menores de competições que apesar de menores são sempre para vencerem são coisas que não aceito, não compreendo e não tenho vontade nenhuma em passivamente deixar andar. Aliás, tem uma atitude semelhante ao holandês que por aqui passou: sacudir a água do capote para cima dos jogadores... Com a diferença que o outro ainda se achava de top! Ao menos este é mais humilde e sabe que é uma lotaria treinar o FC Porto quando se tem tão poucas qualificações para o efeito, sabe minimamente qual é o lugar dele.

Só peço ao treinador o que peço aos jogadores. Que honrem a camisola que vestem, que sejam dignos dela. Mas infelizmente, nos últimos anos, tal não tem acontecido. Nos jogadores, mas acima de tudo, nos treinadores! E, por muito que isso possa custar ler a muita gente, a culpa é da direcção da SAD! Não é deste blog porque critica, não é dos adeptos porque assobiam ou deixam de ir ao estádio. É de quem faz a gestão, de quem compra e vende jogadores, de quem contrata os treinadores, de quem faz orçamentos de 60 milhões de euros há vários anos a esta parte. De quem se deixou envolver em histórias de noite, prostituição, jogo. De quem abrindo o flanco permitiu que a posição directiva ficasse mais fraca e assim debilitando toda a restante estrutura. Mas isso são contas de outro rosário...

O que importa agora é perceber a razão de dois empates consecutivos que nos diminuiram considerávelmente a posição confortável que tinhamos no campeonato. Perceber como se jogou tão mal contra o Belenenses. Perceber como aconteceram aqueles útlimos 5 minutos de displicencia e desconcentração na Amadora. Porque do entendimento das causas que produziram estas consequências poderá estar a força para ultrapassar esta tempestade que se quer apenas num copo de água...