quarta-feira, 3 de abril de 2013

Jogo 39 - Académica, 0 x FC Porto, 3 - Castro, Coração de Dragão

Não foi fácil para mim assistir a este jogo. A diferença horária para Macau, onde estarei ainda mais umas semanas, é quase incompatível com a visualização de jogos em directo. Melhorou agora este fim de semana com a mudança de hora (passou de +8 horas para +7 horas de diferença para Portugal) mas mesmo assim não será fácil.

Em todo o caso, este consegui ver do principio ao fim, via internet porque o jogo escolhido pela RTP I (via TDM, canal de Macau) foi o dos lampiões esta semana...

E vi o mesmo de sempre.

Um FC Porto amorfo, com pouca chama, com um domínio inquestionável da posse de bola mas com um rendimento daí retirado residual. Logo a seguir ao intervalo, escrevi no Facebook: "27 ataques, 71% de posse de bola. 1 golo. Que sensação de desperdício de tempo e de saber o que fazer com a bola..." e este tem sido o comentário, mais letra menos letra, que tenho escrito e lido um pouco por toda a parte. E esta estatística explica o nosso 2º lugar na tabela. Bem podem pregar que até temos mais um ponto que o ano passado - vale-nos de muito isso, o canal história é para os lampiões, não é para aqui chamado quando não vamos à frente... E quando os lampiões comemoraram este fim de semana o seu 100º golo em competições este ano (e nós, como se vê abaixo, ainda nem aos 80 chegamos) sem ter a mesma posse de bola que temos, ainda mais perguntas ficam no ar... para que controlar assim? Que vantagens isso nos traz? Porque não concretizamos mais se até temos o melhor ponta de lança e melhor marcador do campeonato? E na minha modesta análise, as respostas apontam para o treinador: quer controlar assim porque quer ser como o Barcelona, o seu modelo de jogo; vantagens que traz é sofrermos poucos golos, somos de facto das melhores defesas da Europa (e estamos longe de ter dos melhores defesas da Europa, ao contrário de tempos não muito remotos); e não concretizamos mais porque o treinador é limitado ao seu  trabalho de campo em jogo, não consegue adaptar e adaptar-se a procurar mais golos - aliás, bem pelo contrário, a substituição-tipo dele é de cariz defensivo ou de segurar o jogo, metendo defesas e médios em predominância aos atacantes - caso mais paradigmático são os breves minutos de utilização de Liedson ou de Sebá nos últimos 5 jogos, nos quais o FC Porto perdeu um e empatou dois... não é normal que não estando em vantagem no marcador, não aposte nos atacantes que tem disponíveis...

Enfim, do jogo, fraquinho, valeu a vitória que nos mantém 4 pontos atrás dos lampiões e com uma centelha de esperança que ainda seja possível (não vai ser, mas pronto... deixem-nos sonhar!) e acima de tudo por ver um Moutinho bem melhor e um Castro que só pela entrega, fervor, portismo e suor que entrega em cada lance, em cada minuto, em cada momento do jogo me deixa a sonhar com tempos em que tantos sentiam aquela camisola e a responsabilidade de a vestir dessa mesma forma. Hoje, para além de Castro, talvez só Lucho e Hélton sintam algo de parecido - e são ambos estrangeiros! Ao que isto chegou...

Pelo golo e acima de tudo pela comemoração, que ainda hoje me arrepia ao escrever sobre ela, CASTRO foi o homem do jogo! Merece muito mais oportunidades e aquilo que conseguiu, até agora, foi contra muitos preconceitos (ah e tal que não tem técnica, que é muito duro, que é muito impetuoso, que não tem visão de jogo...) e contra o treinador e contra empresários (que infestam aquele balneário) e até contra a SAD que prefere bem mais a aposta nas contratações que rendem comissões de compra e venda do que nos miúdos vindos da formação.

Foto Facebook do André Castro


Castro, coração de Dragão! Parabéns!


FICHA DE JOGO

Académica-FC Porto, 0-3
Liga portuguesa, 24.ª jornada
30 de Março de 2013
Estádio Cidade de Coimbra
Assistência: 5.832 espectadores

Árbitro: Bruno Esteves (Setúbal)
Assistentes: Rui Teixeira e Mário Dionísio
Quarto árbitro: Rui Patrício

ACADÉMICA: Ricardo; João Dias, João Real, Flávio (cap.) e Hélder Cabral; Bruno China, Makelele e Marcos Paulo; Rodrigo Galo, Edinho e Wilson Eduardo
Substituições: Bruno China por Cleyton (59m), João Dias por Marinho (67m) e Wilson Eduardo por Cissé (86m)
Não utilizados: Peiser, Halliche, Keita e Ogu
Treinador: Pedro Emanuel

FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho; James, Jackson e Izmaylov
Substituições: Lucho por Castro (74m), James por Defour (74m) e Danilo por Maicon (81m)
Não utilizados: Fabiano, Liedson, Abdoulaye e Kelvin
Treinador: Vítor Pereira

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Mangala (15m), Danilo (52m) e Castro (89m)
Cartões amarelos: Bruno China (23m), Mangala (34m), Otamendi (62m) e João Moutinho (87m)
Cartões vermelhos: nada a assinalar


PONTO DE SITUAÇÃO
28 vitórias, 8 empates, 3 derrotas
77 golos marcados, 21 sofridos
1 título conquistado, 2 títulos perdidos, 2 títulos em disputa

1 comentário:

Anónimo disse...

Em 20 anos o Fc Porto foi por 14 vezes o melhor ataque do Fc Porto. Porto é sinónimo de golos e nomes como Jardel, Benni Mccarthy, Lisandro López, Radamel Falcao e Jackson Martínez não deixam mentir. A evidência das evidências que está a fazer furor nas redes sociais, no blog "Palavras ao Poste". http://palavrasaoposte.wordpress.com/2013/04/12/o-faro-azul-e-branco/