Comecemos pelo fim: valeu pelo (excelente) golo de Jackson e pelo resultado. O jogo, em si, foi fraco.
O golo. 10 minutos de jogo. Danilo, num dos raros momentos em que acertou um passe, encontrou Jackson de costas para a baliza na entrada da área. Este recebe com a coxa e num momento de pura magia, com tanto de génio como de louco, alça a perna direita e, ainda de costas para a baliza, encosta com o calcanhar a bola para a baliza onde um desamparado Rui Patricio não esperava por aquilo. 1-0, momento de magia, o estádio rendido ao 2º golo brilhante (em 6 que já marcou) que o colombiano inventou.
Depois, diminuição de velocidade. Lesão de Maicon. E entrega da posse de bola ao Sporting. Sem qualquer efeito produtivo, mas com o condão de enervar o estádio que não gosta nem quer ver esse tipo de futebol. Depois do 1-0, para um portista, vem o 2-0 e depois o 3-0 e assim sucessivamente. Desde logo porque o 1-0 é perigoso, pois qualquer deslize pode deixar a equipa em situação incómoda. E depois, porque o adepto quer ver jogar bom futebol e celebrar o golo, o orgasmo do futebol.
Intervalo e VP não mexe na equipa - nem nos jogadores, nem na atitude. E a impaciência no estádio cresce à medida que os minutos vão passando. O árbitro, Jorge Sousa, não ajuda e como os jogadores de ambas as equipas não conseguem ser protagonistas, resolveu ele querer ser a estrela do jogo, falando, gesticulando, mostrando amarelos sem nexo ou não os mostrando quando necessário exacerbando a sua autoridade e depois entrando em compensações. Claro que haveria de errar nalgum lance polémico e, na minha opinião, errou no primeiro penalti. No estádio, pareceu-me que o lagarto no chão jogou com a mão na bola, mas talvez não tenha sido intencional - ou seja, tenha sido bola na mão. No entanto, Lucho pela terceira não consegue desfeitear Rui Patricio e tudo se manteve mais ou menos na mesma: o FC Porto deixava jogar, o Sporting não sabia o que fazer com a bola, o árbitro continuava a palhaçar. Entretanto, uma expulsão dos lagartos - mais do que justa, talvez peque apenas por tardia - e uma oportunidade de golo para eles, única no jogo e de bola parada, que Helton defendeu da melhor forma.
E já perto do fim, quando o FC Porto estava novamente a acelerar um pouco - em particular desde a entrada do Atsu, sangue fresco e na guelra - que novo penalti acontece. Na bancada onde eu estava, a D e na zona da baliza, deu toda a ideia de um "puxão" ao estilo "placagem" e mesmo depois de ver a imagem da TV não me restam grandes dúvidas que bem assinalada. E James, chamado a concretizar, não desperdiçou o momento e aumentou para os seguros 2-0, mesmo com o FC Porto reduzido a 10 por lesão do Alex Sandro e já estarem gastas as substituições.
Valeu, por isso, pelo golo sublimemente genial do Jackson e pelos 3 pontos. Como eu disse antes, menos que 3 e saberia a empate. Foi como saí do estádio, com um travo de empate na boca - não derrotar de forma cabal o mais fraco Sporting de que tenho memória foi um desperdício. Pelo que vi jogarem e pelo que vi dos jogadores, não me parece que este Sporting tenha equipa para melhor do um 5º ou 6º lugar do campeonato - independentemente do treinador que sai ou do interino ou do que aí venha. Melhor para nós...
E agora, mais 2 semanas de pausa para jogos da selecção, neste calendário tão obstruso que em 2 meses de competição (desde meados de agosto) ainda só conseguiu cumprir 6 jornadas.
AH! E esquecia-me de comentar um pequeno pormenor: o Maxi trauliteiro dos lampiões conseguiu jogar na 6ª jornada em vez de cumprir o seu primeiro jogo por acumulação de amarelos, como seria normal se as arbitragens não fossem tão benevolentes com as suas entradas, coteveladas e empurrões...
FICHA DE JOGO
FC Porto-Sporting, 2-0
Liga, 6.ª jornada
7 de Outubro de 2012
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 38.909 espectadores
Árbitro: Jorge Sousa (Porto)
Assistentes: Bertino Miranda e Rui Licínio
Quarto árbitro: Renato Gonçalves
FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Alex Sandro; Fernando, Lucho e João Moutinho; Varela, Jackson Martínez e James
Substituições: Maicon por Mangala (17m), Varela por Atsu (66m) e Lucho por Defour (75m)
Não utilizados: Fabiano, Castro, Kleber e Kelvin
Treinador: Vítor Pereira
SPORTING: Rui Patrício; Cédric, Boulahrouz, Rojo e Insúa; Cshaars, Elias, Pranjic; Izmailov, van Wolfswinkel e Carrillo
Substituições: Izmailov por Adrien (60m), Rojo por Jeffren (75m) e Elias por Viola (85m)
Não utilizados: Boeck, Xandão, Rinaudo e André Martins
Treinador: Oceano Cruz
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Jackson Martínez (10m) e James (84m, pen.)
Cartão
amarelo: Lucho (24m), James (26m), Schaars (34m), Carrillo (40m),
Fernando (40m), Izmailov (51m), Pranjic (65m), Adrien (67m), Rojo (69m e
72m), Boulahrouz (83m), Elias (83m) e van Wolfswinkel (88m)
Cartão vermelho: Rojo (72m)
PONTO DE SITUAÇÃO
7 vitórias, 2 empates
19 golos marcados, 4 sofridos
1 título conquistado, 4 títulos em disputa
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