Os Toxicodependentes

1. Um dos espectáculos mais deprimentes que hoje em dia nos é dado observar é aquele que nos é oferecido a toda a hora por esse bando infra-humano de drogados à cata de umas moedas para, de seguida, as irem espatifar em mais veneno com que irreversivelmente se vão auto-aniquilando.
   São farrapos humanos, vítimas das drogas ou do álcool, que vegetam numa destruição lenta e progressiva, a maior parte das vezes sem remédio. Para mim é uma das vertentes mais aberrantes desta sociedade de consumismo fácil e desenfreado que lança para a marginalidade milhares de cidadãos, vítimas indefesas da voragem gananciosa de uns tantos mafiosos sem escrúpulos que fazem fortunas à custa da desgraça alheia.
   Contudo a estes senhores ninguém os investiga ou condena, porque o polvo ou os polvos já têm demasiado poder e fortuna para poderem ser incomodados por uma justiça conivente. Se calhar até já alcançaram algumas das maiores fortunas do país!!!
   É de considerar, no entanto, que este fenómeno da toxicodependência não se reporta apenas àqueles que infelizmente se encontram obliterados pelas drogas e pelo álcool. Há um número incomensuravelmente maior de outros cujas drogas que consomem são aquelas que lhe são fornecidas pela comunicação social lisboeta a qual, em campanhas vergonhosa e habilmente dirigidas, sem qualquer espécie de pudor e instilando o veneno e mentira, manipulam a consciência dos incautos, a ponto de lhes destruírem qualquer sentido crítico. Desorientados pelo insucesso e pela frustração, manietados pelo ódio e pela inveja, intoxicados por meias verdades e calúnias que de tanto repetidas assumem contornos de certezas, narcotizados e arrastados por campanhas soezes e sem carácter por profissionais da comunicação astutos e velhacos, são campo fértil para a mais desbragada das toxicodependências: aquela que lhes é ministrada por essa comunicação social desonesta, centralista e manipuladora. Que para ter mais impacte é sobretudo conivente com a pseudo justiça que nos rege.
   Coitados destes milhões de toxicodependentes!!!
   
2. O espectáculo oferecido pelo senhor Ricardo Costa, acolitado pelo senhor Hermínio, em frente das câmaras de televisão, foi demasiado patético para não chamar ridículo. Que é que o farsante pretendia com aquele ar pedante e aquela voz aflautada? Vangloriar-se de que estava a ser um mandarete de interesses obscuros e prepotentes, ditados à distância por pseudo mentores justiceiros?
   Sinceramente confesso que esta justiça persecutória ad hominem, sem escrúpulos e sem regras (para uns as escutas são válidas, para outros já não são!!!, para uns os testemunhos são credíveis, para outros já não são!!!), esta pseudo justiça é o maior descalabro deste país! Qual saúde, qual educação, qual carapuça!!!
   
3. «Pinto da Costa, Valentim Loureiro e Bartolomeu são os bodes expiatórios do sistema». Quem o diz é Dias da Cunha. Então, cadê os outros responsáveis, ó Morgado, ó Ricardo, ó Pinto Monteiro, ó Hermínio, ó corja de mentecaptos que pululam nos corredores das polícias, dos tribunais, dos areópagos do poder político e financeiro ?
   Cadê os outros, ó jornalistas e comentadores da merda que intoxicais o país com as vossas aleivosias?
   Cadê os outros? Cadê os outros?
   Sois todos farinha do mesmo saco!